Reabrir escolas onde coronavírus não está controlado piora o problema, diz OMS

Diretor da organização declarou que, nestes casos, reabertura pode causar uma situação de "abre e fecha"

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Michael Ryan, diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Michael Ryan, diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foto: Reprodução/Youtube/ONU
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Nesta quarta-feira (5), Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que reabrir escolas em locais em que a propagação do novo coronavírus não está sob controle apenas piora o problema. “Nós todos queremos nossas crianças de volta às escolas, mas abrir as instituições em meio à transmissão comunitária provavelmente vai piorar o problema”, disse, em live para responder dúvidas do público. Segundo o diretor, a retomada do ensino presencial em países que ainda não controlaram a Covid -19 pode também provocar uma situação de “abre e fecha”. 

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“Muitos países usam as escolas como um ambiente seguro para crianças, para garantir acesso à alimentação e prevenir exploração e abusos a elas”, ressaltou Ryan, reconhecendo a gravidade da situação em que ficam muitas crianças com as instituições de ensino fechadas. Ele ainda apontou que a reabertura escolar demanda muito planejamento. “São necessárias medidas para reduzir a transmissão no ambiente escolar e protocolos para reagir caso existam casos no local”, explicou. As mudanças e medidas necessárias pressupõem gastos para que sejam aplicadas, lembrou Ryan. 

Em relação à fala de Ryan de que reabrir as escolas sem antes controlar o coronavírus piora o problema, Maria Van Kerkhove, líder técnica da resposta ao coronavírus da OMS, aponta que as instituições de ensino estão inseridas em uma comunidade. “Se houver transmissão na comunidade, essa transmissão vai acontecer no ambiente escolar”, comentou. 

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Ryan e Kerkhove ainda declararam que as escolas são muito diferentes entre si e não há uma receita universal de reabertura que contemple as necessidades de todas elas ao mesmo tempo. “Escolas são diferentes pelo mundo. E aquelas para crianças pequenas são diferentes de outras para o Ensino Médio, que também se diferem de universidades e faculdades”, afirmou Kerkhove. 

No Brasil, os estados definem a data para reabrir escolas. Em São Paulo, há expectativa que a retomada das aulas presenciais seja iniciada no dia 8 de setembro, caso os municípios se mantenham na fase amarela do Plano São Paulo por 28 dias. Nesta semana, porém, o secretário municipal de Educação da capital, Bruno Caetano, disse que é muito provável que isso não ocorra na cidade. 

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ONU pede que países priorizem reabertura escolar

Em vídeo divulgado na terça-feira (4), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apareceu pedindo que os países priorizem a abertura das escolas em locais onde a transmissão do novo coronavírus estiver controlada, para evitar que o fechamento prolongado das instituições de ensino causem uma “catástrofe geracional que pode desperdiçar um potencial humano incalculável, minar décadas de progresso e exacerbar desigualdades arraigadas”.  

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