ONU sugere reabertura das escolas para evitar ‘catástrofe geracional’

Segundo o secretário-geral da entidade, Antonio Guterres, mais de 1 bilhão de estudantes foram afetados pela pandemia, sendo 40 milhões de crianças em período crítico para o aprendizado

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Reabertura das escolas deve ser priorizada para evitar 'catástrofe geracional', diz secretário-geral da ONU, Antônio Guterres
Líder da ONU diz que pandemia provocou a maior interrupção da educação na história
Buscador de educadores parentais
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Em mensagem de vídeo divulgada na terça-feira (04), para lançamento de relatório sobre educação, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres pediu a todos os países que seja dada prioridade à reabertura das escolas nos lugares em que a transmissão da Covid-19 estiver sob controle. Segundo o líder, o encerramento prolongado pode provocar uma tragédia sem precedentes na história. “É uma catástrofe geracional que pode desperdiçar um potencial humano incalculável, minar décadas de progresso e exacerbar desigualdades arraigadas”, disse Guterres.

Já Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que reabrir escolas em locais em que a propagação do novo coronavírus não está sob controle apenas agrava a situação. “Nós todos queremos nossas crianças de volta às escolas, mas abrir as instituições em meio à transmissão comunitária provavelmente vai piorar o problema”, disse, em live para responder dúvidas do público na quarta-feira (05). Segundo o diretor, a retomada do ensino presencial em países que ainda não controlaram a Covid -19, pode também provocar uma situação de “abre e fecha”. 

Maior interrupção da educação na história

Segundo a ONU, até meados de julho, as escolas estavam fechadas em 160 países, afetando mais de 1 bilhão de alunos em todo o mundo – sendo que 40 milhões são crianças da pré-escola, um período crítico para o aprendizado. Segundo o secretário-geral da ONU, a pandemia provocou a maior interrupção da educação na história. “Vivemos um momento decisivo para as crianças e jovens de todo o mundo. As decisões que os governos venham a tomar agora vão ter um efeito duradouro em centenas de milhões de jovens, assim como nas perspetivas de desenvolvimento dos países, durante décadas”, disse ele. Mais de uma centena de países ainda não anunciaram as datas de reabertura das escolas.

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Guterres chamou atenção para problemas de nutrição, igualdade de gênero e até aumento no casamento com crianças em determinados países. A ONU lançou uma campanha chamada “Save Our Future” (Salve o nosso futuro) para reforçar a importância da reabertura das escolas e que isso seja visto como uma prioridade nas decisões econômicas dos países.

Segundo a entidade, a paralisação sem precedentes do sistema educacional mundial está longe de terminar. “Quanto mais as escolas permanecerem fechadas, mais devastador será o impacto, especialmente nas crianças mais pobres e vulneráveis”, complementou a subsecretária para Educação da Unesco, Stefania Giannini.

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