Onde estão os homens educadores parentais?

Mauricio Maruo, fundador do Paternidade Criativa, reflete sobre presença majoritariamente feminina entre participantes do 3° Congresso Internacional de Educação Parental

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Plateia no 3° Congresso de Educação Parental
Plateia durante o congresso | Foto: Dani Ortiz/Divulgação
Buscador de educadores parentais
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Na semana passada, estive presente no 3° Congresso Internacional de Educação Parental, promovido pela @cangurunews e @parentcoachingbrasil

O congresso reuniu grandes nomes que atuam no mercado parental, foi realmente um evento muito potente, tão potente que me fez refletir bastante sobre vários pontos – um, em especial, eu gostaria de compartilhar aqui com vocês.

Onde estão os homens educadores parentais?

Nos três dias de evento pude contar nos dedos o número de homens que frequentaram o evento. Fazendo uma conta rápida, na quinta-feira e na sexta-feira eu tirei uma média e obtive o seguinte resultado:

  • A frequência presencial dos homens foi de 5% de homens para 95% de mulheres. No sábado esse número aumentou para 7%.

Sobre a perspectiva desses dados, algumas respostas ficam girando na minha cabeça.

Respostas positivas:

  • Os homens ficaram em casa cuidando das crianças.
  • Os homens imaginam que o congresso é um lugar de fala e pertencimento das mulheres e não querem invadir esse espaço.

Respostas realistas:

  • A maioria dos homens delega a função de criação e educação das crianças para a mulher.
  • A não responsabilidade em questões educacionais, emocionais e até mesmo sociais se tornam confortáveis para os homens.

Dentro dos meus pensamentos nas respostas realistas, uma ficou bem evidente.

A maioria avassaladora dos homens não tem a mínima noção do que é Educação Parental.

Então se essa informação e conhecimento nem passa perto do universo masculino, como é possível algum homem ter interesse?

Na minha opinião a educação é o melhor caminho para quebrarmos o ciclo do machismo estrutural, porém até chegarmos no modelo igualitário que favorecem todos os gêneros, devemos primeiro trabalhar para que o lado mais privilegiado (neste caso o homem hetero cis) tenha interesse em alguma mudança. 

Acredito muito na profissão de educador parental como instrumento de transformação seguro do masculino. É por isso que mesmo (em muitos momentos) me sentindo um peixe fora d’água, nunca pensei em desistir.

Espero do fundo do meu coração que no próximo congresso parental o número de educadores parentais homens aumente, precisamos muito disso.

*Este texto é de responsabilidade do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.

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