Doença mão-pé-boca: tratamento a laser pode aliviar sofrimento da criança

Pediatra Daniel Becker diz que aplicação de laser de baixa intensidade melhora rapidamente a dor e permite que a criança volte a se alimentar e a sorrir

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Mãos com a doença mão-pé-boca
Doença é contagiosa e geralmente benigna
Buscador de educadores parentais
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Estamos em um período de mais um surto sazonal de doença mão-pé-boca, uma condição comum, provocada pelo vírus Coxsackie. O pediatra Daniel Becker, do Rio de Janeiro, explica que a doença é muito contagiosa e pode assustar e gerar bastante sofrimento a bebês e crianças pequenas, geralmente, até os 5, 6 anos de idade. Entre os sintomas estão febre e mal-estar, podendo ocorrer também vômitos e diarreia. Após esses sinais, ele diz que surgem pequenas bolhas e manchas vermelhas em torno da boca, nas palmas das mãos e plantas dos pés, podendo aparecer também nas nádegas, braços, pernas e região genital, as quais costumam coçar muito.

Becker relata que, além desses sintomas, as crianças podem apresentar na boca, na região de amígdalas e faringe, microbolhas vermelhas (chamadas vesículas), que podem ser muito dolorosas. Por conta disso, a criança tem dificuldade para engolir qualquer alimento e passa a não querer comer, sendo esperado que babe mais. Nos casos mais intensos, nem líquidos são aceitos, podendo provocar uma desidratação. Sem se alimentar nem ingerir líquidos, é comum que a criança fique irritada e chorosa.

“É nesse caso que surge o pequeno milagre da tecnologia: o laser de baixa intensidade. Aplicado pelos dentistas, em uma ou mais sessões, o laser em geral melhora rapidamente a dor e permite que a criança volte a se alimentar e a sorrir. É um tratamento simples, seguro e eficaz”, afirma o pediatra em post sobre o assunto em suas redes sociais.

Diversas mães comentaram no post sobre os benefícios desse tratamento. Ana Luiza Gilbert, diz que conheceu a laserterapia este ano depois que o filho de 4 anos teve herpergina, doença viral que também provoca feridas na boca e garganta, e não conseguia engolir nada, nem água conseguia tomar direito, segundo a mãe. “Fiz uma sessão de laser e fiquei impressionada, ele já saiu da sessão pedindo o ‘papá’ dele e comeu super bem a comida”, recordou Ana.

A cirurgiã-dentista oncológica Letícia Lang afirmou que “a laserterapia tem um efeito cicatricial, anti-inflamatório e de analgesia muito importante, sendo bastante eficaz nesse caso”.

Queda das unhas e transmissão para adultos

Foto mostra descamação de pele após doença mão-pé-boca
Foto mostra descamação de pele após doença mão-pé-boca

Muitas mães também falaram da queda das unhas e pele das mãos e dos pés. “Já tinha um mês que havia passado (a doença) quando começaram a cair (as unhas dos pés e das mãos). A pele da planta dos pés também trocou toda”, contou a mãe Amabile Torresia de Paula sobre seu filho.

Em documento científico sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Pediatria explica que a doença “MPB” é mais frequente em crianças, embora possa acometer também adultos. A partir do post do pediatra, várias mães disseram ter pego também a doença. Foi o caso de Gabriela Dumond, que disse ter pego a “mão-pé-boca” do filho e ficado bem pior do que ele: “Tive bolhas nas mãos e pés muito doloridas e agora três unhas estão caindo. Graças a Deus ele só teve as aftas e febre”. Micaele Tavares contou ter pego a doença do filho nas duas vezes que ele teve. “Fiquei bem pior, coceira de endoidar, mal estar geral”, disse ela.

Formas de tratamento e contaminação

A doença mão-pé-boca é quase sempre benigna e desaparece entre 7 e 10 dias. Comida fria, macia e sem temperos fortes ou ácidos facilitam a alimentação. Oferecer água com frequência é fundamental, orienta Becker. Assim como manter a higiene da boca, além de usar analgésicos para dor e febre acima de 38,5 graus. “As bolhas nas mãos ou nos pés devem ser mantidas limpas e descobertas. O prurido melhora com banhos de aveia e um anti-histamínico pode ser prescrito pelo pediatra. A pele dos dedos pode descamar ao final”, diz o pediatra.

O contágio se dá pela saliva, secreção nasal e líquidos das bolhas, por isso a criança não deve ter contato com amigos ou ir à escola até todas as lesões estarem bem secas. É importante também higienizar os objetos pessoais e brinquedos. A criança pode manifestar sintomas por mais de uma vez. Se ela estiver inconsolável, muito irritada ou prostrada, os pais devem procurar atendimento médico.

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1 COMENTÁRIO

  1. Este foi o único artigo que demonstrou como fica a descamação após a doença. Me ajudou muito a entender que é normal…minha filha de 1 ano atece e está na fase de descamação.

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