6 a cada 10 crianças resistem em experimentar novos alimentos, veja como os pais podem ajudar

Levantamento mostra que a má alimentação é uma das principais preocupações dos pais

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8 formas de ajudar as crianças a experimentar novos alimentos; menino segurando maçã
Pais devem estar atentos se a criança recusa apenas alguns grupos alimentares, como as frutas
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Introduzir novos alimentos na rotina dos pequenos é um desafio vivenciado por muitos pais. De acordo com uma pesquisa feita pela Danone Nutrícia, 6 a cada 10 crianças, de até 10 anos, têm dificuldade em experimentar novos alimentos e mais da metade delas (53%) se recusa a comer ou come em pouca quantidade. O levantamento ouviu mais de mil famílias, de diferentes regiões do país, entre maio e junho deste ano.

De acordo com o estudo, dúvidas sobre como o desenvolvimento das crianças pode ser afetado por uma má alimentação configuram uma das maiores preocupações entre os pais entrevistados. “Muitas vezes, a criança mantém seu crescimento adequado, mas começa a apresentar déficit de vitaminas e minerais, e isso pode ser percebido nos cabelos, unhas quebradiças e na dificuldade nas atividades escolares”, explica Fernanda Brunacci, nutricionista da ViBe Saúde e mestre em nutrição experimental. Além da má nutrição, anemia e obesidade são outros problemas que podem surgir devido à falta de nutrientes ou ao excesso de alimentos calóricos e pouco nutritivos no dia a dia dos pequenos, complementa a nutricionista.

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Para alterar essa realidade, é necessário que os pais questionem suas percepções em relação à alimentação e os hábitos alimentares de toda a família. Segundo a pesquisa, 46% dos entrevistados avaliam a rotina dos filhos como equilibrada quando eles experimentam novos alimentos, 44% quando mantêm bom apetite, 43% quando realizam pelo menos quatro refeições ao dia e 38% quando comem toda a comida do prato.

No entanto, de acordo com a nutricionista, “muitas vezes, os pais criam uma expectativa em relação à quantidade de ingestão que não condiz com a anatomia da criança. Cada idade e fase de desenvolvimento tem suas necessidades nutricionais específicas”.

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Como saber se a criança tem seletividade alimentar

Segundo Fernanda, é comum que as crianças resistam a certos alimentos e até rejeitem algo que já consumiam, o que pode ocorrer a partir dos dois anos de idade. Para saber se a criança de fato desenvolveu uma seletividade ou é apenas um fase que vai passar, a nutricionista sugere observar os seguintes aspectos na criança:

  • Recusa a qualquer alimento de um determinado grupo alimentar (por exemplo, frutas).
  • Alimentação restrita a apenas 10 ou 15 alimentos.
  • Demonstração de ânsia ou mesmo vômito durante a tentativa de ingestão.
  • Fazer birra para se alimentar.

Fernanda afirma que há vários motivos que podem levar os pequenos a desenvolver essa seletividade. Entre eles, oferecer um alimento à criança que ainda não é bem tolerado por ela, durante a fase da introdução alimentar. Outro hábito comum dos pais que pode prejudicar a criança é dar quantidades volumosas de comida ao bebê ou fazer brincadeiras, como “aviãozinho”, e colocar a colher no fundo da boca da criança.

“É muito difícil afirmar qual motivo leva a criança a desenvolver seletividade, já que muitas vezes é um conjunto de fatores. O próprio processo de desenvolvimento pode levar a criança a não tolerar um alimento, por exemplo”, afirma a nutricionista.

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8 dicas para introduzir novos alimentos na dieta

Para garantir uma alimentação balanceada e fazer com que as crianças experimentem novos alimentos, a nutricionista dá algumas dicas:

ENSINE COM EXEMPLOS: “Para a criança ter vontade de consumir alimentos in natura, os pais também precisam consumir. Criança aprende com exemplos, então além de ter a oferta, é importante que os pais comam”, explica Fernanda.

EVITE LANCHES ENTRE AS REFEIÇÕES: A nutricionista sugere não oferecer bolachas e biscoitos entre as principais refeições dos pequenos. Além de conter açúcar e gordura trans, prejudiciais ao organismo, afetam a fome. O mesmo serve para os temperos industrializados: evite!

DÊ UM ASPECTO BONITO E ATRATIVO À COMIDA: Uma salada colorida, um prato enfeitado ou um desenho feito com alimentos podem chamar a atenção das crianças e despertar o interesse por novos alimentos.

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CONTE COM A COLABORAÇÃO DA CRIANÇA: “Inserir a criança, de modo seguro e respeitando sua idade, na preparação da comida e na escolha”, aconselha a nutricionista. Quando maiores, as crianças podem ajudar a descascar alguns alimentos, organizar a mesa ou mesmo preparar um suco.

APRESENTE OS ALIMENTOS: Levar as crianças à feira ou supermercado é uma ótima maneira de introduzi-las a novos alimentos — alguns muitas vezes nem sempre encontrados em todos os lugares ou que só aparecem em determinadas épocas do ano.

ANOTE O CARDÁPIO OFERECIDO: Fernanda ainda ressalta que é importante que os pais façam uma espécie de diário alimentar sobre o que a criança consome e sua reação perante determinados alimentos. Com isso, o tratamento com um nutricionista pode se tornar ainda mais eficaz.

DÊ OPÇÕES DE ALIMENTOS CONHECIDOS DA CRIANÇA: “Também é importante que, a cada tentativa de alimento novo a ser introduzido, tenha na mesma refeição um alimento que a criança tolere bem”, aconselha a especialista.

GARANTA REFEIÇÕES TRANQUILAS: Outro cuidado importante que os pais devem é quanto não forçar a criança a comer o que ela não quer e, assim, criar um ambiente de estresse na hora das refeições. “Ao notar uma recusa, não desistir do alimento e, em uma outra ocasião, tentar uma nova forma de preparo e apresentação”, sugere Fernanda.

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