A introdução alimentar como prevenção de doenças

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    Isabel Rey Madeira

    Saudavel.jpg (101 KB)O estilo de vida vida saudável está em voga e é cada vez mais reforçado por especialistas e pelas mídias sociais, tanto do ponto de vista da prática de atividade física quanto do da alimentação balanceada. Os benefícios a longo prazo são comprovados e é indicado às famílias que introduzam as práticas desde cedo na vida das crianças. Para ser mais específica, isso deve começar ainda na gestação — e, dessa forma, depende diretamente da saúde da mãe. Estudos indicam que, mesmo antes do nascimento, durante a gravidez, o feto sofre influência dos níveis de gordura no sangue materno, podendo, inclusive, apresentar lesões nos vasos sanguíneos. Isso se mantém posteriormente, já que os bebês dependem fortemente do aleitamento para manter o organismo equilibrado. O leite materno é vivo: ele contém, além de nutrientes específicos para aquele bebê, microrganismos do bem e várias outras substâncias que promovem a saúde do pequeno, incluindo a formação da flora gastrointestinal. Por isso é tão importante que a mulher tenha seus direitos trabalhistas respeitados, especialmente nos primeiros meses após dar à luz. Toda mulher efetivada no regime CLT tem direito a quatro meses de licença-maternidade. Há uma legislação que faculta aos empregadores a concessão de um período de mais dois meses. O prazo segue uma lógica médica, pois é recomendado que a fase de aleitamento materno exclusivo seja mantida por seis meses. Após esse período, inicia-se a importantíssima fase de introdução de alimentos complementares. É nela que se criam os hábitos que provavelmente acompanharão a pessoa ao longo da
    vida e influenciarão diretamente na prevenção de doenças como obesidade e a dislipidemia (presença de níveis elevados de gordura no sangue). Outras doenças comuns e que podem ser consequência de maus hábitos alimentares são a hipertensão arterial e o diabetes, que se agrupam na chamada síndrome metabólica e agregam fatores de risco para doenças cardiovasculares. Para prevenir esse tipo de patologia com a introdução alimentar, é preciso, além de proporcionar um estilo de vida saudável, acompanhar o crescimento e o desenvolvimento do pequeno. O pediatra e a família devem monitorar o índice de massa corporal e seguir os indicadores por sexo e idade estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde. Assim, é possível contornar quadros de sobrepeso, impedindo que evoluam para níveis de obesidade, e garantir que a alimentação esteja cumprindo seu papel e fornecendo todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento saudável da criança — e do adulto no qual ela vai se tornar. 

    Isabel Rey Madeira é presidente da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

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