Marcos do desenvolvimento: 3 características do desenvolvimento atípico 

Fisioterapeuta destaca importância de identificar as especificidades de cada criança para promover a inclusão e fornecer intervenções adequadas

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Bebê está em pé em meio a brinquedos
Entender os marcos é importante para dar o apoio necessário a cada criança
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Os marcos do desenvolvimento infantil foram estabelecidos para fornecer aos especialistas uma referência do que é considerado desenvolvimento típico, abrangendo marcos sociais, de linguagem, cognitivos e motor. A partir dessas informações é possível saber, por exemplo, com quantos anos, em média, a criança deve firmar o pescoço, quando ela começa a rolar e engatinhar e a partir de que idade pode começar a andar. 

Esse conjunto de habilidades é determinado com base em pesquisas científicas e observações clínicas de crianças em diversas idades e culturas, e tem a participação de instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Academia Americana de Pediatria (AAP), que desempenham papéis importantes em sua definição e atualização.  

Porém, embora sejam uma referência importante, é essencial lembrar que cada criança se desenvolve em seu próprio ritmo, podendo apresentar variações dentro do espectro do desenvolvimento. 

“Os marcos servem como um guia geral para pais e cuidadores, mas também é preciso observar e responder às necessidades únicas de cada criança. Afinal, embora muitos aspectos do desenvolvimento infantil sejam semelhantes entre crianças típicas e atípicas, existem diferenças importantes que exigem uma abordagem individualizada para entender e apoiar o desenvolvimento saudável de cada uma delas”, explica a fisioterapeuta Juliana Bilhar, que concluiu doutorado e mestrado em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e é especializada em fisioterapia neurofuncional. 

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A seguir, a fisioterapeuta Juliana Bilhar destaca três diferenças entre os marcos do desenvolvimento em crianças típicas e atípicas: 

Padrões de Tempo:  

Crianças típicas alcançam marcos específicos como sorrir, rolar, sentar, engatinhar, andar e falar, dentro dos marcos do desenvolvimento “padrão”. Enquanto isso, crianças atípicas podem apresentar dificuldades em alcançar certos marcos ou alcançá-los de forma diferente. Por exemplo, uma criança com autismo pode desenvolver a fala mais tarde do que o esperado, ou uma criança com paralisia cerebral pode não atingir os marcos motores típicos. 

Variações individuais 

As variações individuais das crianças atípicas são amplas e podem afetar diferentes áreas de desenvolvimento, como habilidades motoras, cognitivas, sociais e emocionais. Algumas podem apresentar atrasos em certas áreas, enquanto outras exibem habilidades avançadas em outras. Fatores como gravidade da condição, intervenções precoces e ambiente familiar influenciam essas variações. Portanto, é importante reconhecer e apoiar essas diferenças para garantir que cada criança, típica ou atípica, receba o suporte necessário para alcançar seu potencial máximo de desenvolvimento. 

Suporte profissional:  

Crianças típicas geralmente não precisam de intervenções específicas para atingir marcos do desenvolvimento, enquanto crianças atípicas podem exigir suporte adicional, incluindo terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia ou outras intervenções para ajudá-las a alcançar marcos e atingir seu potencial máximo de desenvolvimento. 

Para Juliana, o principal é compreender os marcos do desenvolvimento e oferecer o apoio necessário a cada criança em sua jornada de crescimento.  

“Reconhecer as variações individuais, promover a inclusão e fornecer intervenções adequadas são medidas essenciais para garantir que todas as crianças, típicas ou atípicas, tenham a oportunidade de alcançar seu potencial máximo, independentemente de suas trajetórias de desenvolvimento”, finaliza a fisioterapeuta. 

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