Kalil diz que sindicato fez política e contrariou movimento dos professores

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    Por Rafaela Matias e Juliana Sodré

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    Professores em manifestação nesta segunda na porta da pefeitura | Foto: reprodução Facebook SindRede

    Depois da confusão entre profisisonais da educação infantil municipal e Polícia Militar, em que bombas e jatos de água foram usados para dispersar os manifestantes, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) finalmente concedeu a entrevista coletiva marcada para as 14h na tarde desta segunda-feira. Ele lamentou o episódio e disse que o sindicato contrariou o interesse dos professores. “Não podemos permitir a baderna se instalar propositalmente por meia dúzia de pelegos, agarrados nos cargos há anos, em detrimento do interesse de uma classe tão importante como dos professores. Os mesmos estão ai há anos. Interessados em candidaturas próprias, no final do ano, como é facilmente identificado”, disse.

    Kalil que chegou a conversar com policiais durante a confusão, disse que já tinha consciência da manifestação e de tal forma foi organizado toda a estrutura para a manifestação, mas o fechamento total da via não era permitido. Assim tambêm explicou a Polícia Militar de Minas Gerais em nota divulgada após o tumulto. ‘A Polícia Militar dialogou por mais de uma hora e meia com os manifestantes que faziam a interrupção total da via.  Após o diálogo, eles não atenderam o pedido de liberação parcial e a Polícia Militar com intento de resguardar os direitos daqueles que precisariam se deslocar com urgência aos hospitais da região, fez o uso diferenciado da força com instrumentos de menor potencial ofensivo, que promoveram a dispersão daqueles que interrompiam o trânsito da Avenida Afonso Pena”, afirmou a nota da PM. Já o sindicato disse que a manifestação estava pacífica e que houve agressão e prisões desnecessárias de dois de seus dirigentes.

    Veja imagens de um dos momentos mais tensos da manifestação:

     

    A greve dos professores foi anunciada na última semana pelos profissionais da educação infantil municipal, como os que trabalham nas Umeis. Em assembleia, realizada hoje na Praça da Estação, os professores dediciram pela continuidade da greve e um novo encontro (assembleia) foi marcado para o dia 3 de maio. Da Praça da Estação, os professores caminharam em manifestação pelas ruas da cidade até a porta da sede da Prefeitura onde estava previsto uma coletiva do prefeito, quando houve o desentendimento entre manifestantes e policiais. O sindicato agora anunciou uma nova assembleia geral na porta da PBH nesta quarta-feira, 25, a partir das 14h.

    Os manifestantes exigiam que Kalil cumprisse sua promessa de campanha pela equiparação da carreira da educação infatil à do ensino fundamental. Segundo a organização, cerca de 60 mil crianças ficaram sem aula hoje, 90% do total de alunos da rede infantil belo-horizontina. Aproximadamente 170 instituições anunciariam adesão à paralisação, incluindo Umeis, escolas municipais de educação infantil e escolas de ensino fundamental que possuem turmas de educação infantil.

     

    Nota de repúdio

    Professores do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Infância e Educação Infantil da Faculdade de Educação da UFMG publicaram nota de repúdio à repressão policial na manifestação. Leia na íntegra:

    REPÚDIO à violência policial contra professoras, famílias e crianças em luta por carreira e salários dignos para professoras(es) da Educação Infantil do município de Belo Horizonte.

    REPÚDIO à tentativa do prefeito Alexandre Kalil de desmoralizar as professoras e professores da Educação Infantil de Belo Horizonte afirmando que as professoras mentem sobre seus salários.

    O Núcleo de Estudos sobre Infância e Educação Infantil (NEPEI) da Faculdade de Educação da UFMG vem a público manifestar seu total apoio às crianças, famílias e professoras(es) da Educação Infantil do município de Belo Horizonte diante do descaso do prefeito para com a categoria e da truculência policial por elas(es) sofrida na manhã de 23 de abril de 2018.

    Professoras, professores, familiares e crianças, em manifestação na Avenida Afonso Pena, onde fica a sede do poder municipal, foram atacados pelo forte aparato policial, desproporcional e desmedido sob qualquer parâmetro de avaliação para uma sociedade democrática.

    As professoras e professores da Educação Infantil reivindicam, legitimamente, a equiparação da carreira e consequente isonomia salarial com professores do Ensino Fundamental com base na legislação nacional que prevê mesma qualificação para professores dos dois níveis de ensino.

    Com os salários mais baixos da carreira do magistério e com carreira precária que não oferece condições justas de progressão e de formação continuada, a PBH desqualifica a importância da educação das crianças de 0 a 5 anos, embora a cada processo eleitoral, faça das UMEIs sua vitrine para arregimentar votos.

    Como pesquisadores(as) e formadores(as) de professores para a Educação Infantil, reafirmamos a importância e a complexidade do trabalho de cuidar e educar bebês e crianças em instituição educacional, função que deve ser exercida por profissionais qualificados e valorizados com o fim último de assegurar os direitos das crianças e famílias atendidas.

    O terror na manhã do dia 23 de abril de 2018, durante a manifestação próxima a sede do poder municipal, em que, além das agressões acima mencionadas, levou presos diretores do sindicato dos professores do município, revela uma barbaridade só vista em regimes autoritários sendo, portanto, inconcebível, merecendo retratação pública e imediata abertura de negociações de modo a se fazer justiça às professoras e professores com o reconhecimento e valorização do seu trabalho para o atendimento aos direitos das crianças.

    Núcleo de Estudos e Pesquisas em Infância e Educação Infantil da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPEI/FaE/UFMG)

    Prof. Dr. Ademilson de Sousa Soares
    Profa. Dra. Isabel de Oliveira e Silva
    Profa. Dra. Iza Rodrigues da Luz
    Prof. Dr. Levindo Diniz Carvalho
    Profa. Dra. Lívia Maria Fraga Vieira
    Profa. Dra. Maria Cristina Soares de Gouvêa
    Profa. Dra. Maria Inês Mafra Goulart
    Profa. Dra. Mônica Correia Baptista
    Prof. Dr. Rogério Correia da Silva
    Profa. Dra. Sara Mourão Monteiro
    Profa. Dra. Vanessa Ferraz Almeida Neves

     

    Texto atualizado em 24/4/2018 às 11h16

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