Síndrome Respiratória Aguda Grave: conheça os fatores que explicam a alta de casos no Norte e Nordeste

Sazonalidade dos vírus, falta de exposição durante a pandemia e queda na vacinação podem estar por trás do aumento no número de infecções nas crianças

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Criança pequena com Síndrome Respiratória Aguda Grave faz inalação em hospital
Baixa procura por vacinas contra gripe e Covid-19 ajuda a explicar o agravamento dos casos
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Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein – Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estão aumentando principalmente em crianças em seis estados do Norte e do Nordeste do país: Acre, Amapá, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe. Neste último, há também um crescimento em adultos, especialmente nos mais velhos. Algumas capitais fora desses estados também apresentam crescimento: Belo Horizonte, Florianópolis, João Pessoa, Palmas, Porto Velho e Teresina.

Por outro lado, no restante do Brasil, principalmente no Centro-Sul, há uma tendência de queda a curto e longo prazo. Segundo o último boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em 27 de junho, até agora são 35.418 casos relacionados a vírus e 2.958 mortes em 2023 (no início de maio, eram 23.626 casos e 2.034 mortes).

Nas crianças, o vírus sincicial respiratório, que leva à bronquiolite, é o principal causador da SRAG. No início de maio, ele respondia por 39% do total de casos. Atualmente, essa proporção é de 41,2%. No restante da população, houve uma redução no predomínio do vírus da Covid-19 (de 40,2% para 34,1%) e um aumento da Influenza A (de 5,9% para 9,3%), principalmente do H1N1, mas também há casos de influenza B. O vírus da Covid-19 é responsável por mais da metade das mortes (51,6%) por SRAG nas últimas quatro semanas.

Em Pernambuco, o aumento de casos provocou a superlotação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), levando o governo a decretar situação de emergência na semana passada. Segundo os especialistas, espera-se um maior número de registros nesta época devido à sazonalidade desses vírus, que circulam mais no outono e no inverno. A baixa procura por vacinas contra gripe e Covid-19 ajuda a explicar o agravamento dos casos. “Além disso, a falta de exposição a esses agentes durante a pandemia deixou as pessoas mais suscetíveis”, diz o infectologista Alfredo Gilio, do Hospital Israelita Albert Einstein.

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Fique atento aos sinais 

A SRAG é uma condição que afeta os pulmões levando à baixa oxigenação no sangue. Ela tem várias causas, mas inclui os casos em que há um agravamento da síndrome gripal. Isso porque os vírus respiratórios, como o da gripe, podem levar à pneumonia. O quadro pode se desenvolver em poucos dias ou piorar rapidamente.

O principal sinal de alerta é o desconforto respiratório que surge após os sintomas clássicos das infecções virais, como febre, coriza, dor de garganta, dor de cabeça, entre outros. “Quem apresentar sintomas como falta de ar, chiado no peito e cansaço, deve procurar um médico”, orienta Gilio. O tratamento visa evitar complicações, como lesões nos órgãos ou até mesmo falência, que pode levar à morte.

Embora não exista vacina contra o vírus sincicial respiratório disponível no Brasil, a vacinação contra a gripe e a Covid-19 previne essas doenças e evita casos graves. Ambas estão disponíveis na rede pública de saúde. Além da vacinação, é importante evitar contato com pessoas infectadas, ambientes fechados e com pouca ventilação, não enviar crianças doentes para a escola e adotar medidas de higiene, como lavar as mãos, usar máscaras e proteger a boca e o nariz ao tossir ou espirrar.

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