Encontro Canguru: qual a eficácia da Ritalina no tratamento de TDAH?

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Por Verônica Fraidenraich

tdah.jpg (44 KB)A Ritalina é um dos remédios controlados mais utilizados no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Ao usar o medicamento, a criança ou o adolescente tende a ficar mais atento e concentrado e consegue sustentar o foco por mais tempo, o que ajuda e melhora o rendimento na escola. Apesar dos benefícios, muitas famílias têm receio dos efeitos colaterais que o remédio provoca. Entre eles, irritação na pele, falta de ar, insônia, alteração de humor e do sono, falta de apetite e afetação da memória.

Para o psiquiatra Daniel de Barros, é importante avaliar o custo-benefício da aplicação do medicamento. “Os efeitos colaterais podem acontecer, mas, na prática, são bem raros e manejáveis quando se manifestam”, disse o psiquiatra durante a palestra Mitos e Verdades do TDAH, no primeiro Encontro Canguru deste ano, realizado em São Paulo, no sábado, 10 de março, no teatro do Shopping Morumbi.

Barros conversou sobre o assunto com a jornalista Inês de Castro – a dupla é colunista na rádio BandNews, que apoiou o evento, em duas atrações: Humanamente e Isso é coisa da sua cabeça, nos quais discutem temas relacionados ao desenvolvimento psíquico de crianças e adultos.

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Ao longo da conversa sobre TDAH no Encontro Canguru, Inês também pediu que Barros comentasse quanto ao uso da Ritalina somente durante os meses de aulas escolares. O psiquiatra explicou que é na escola que a criança precisa do remédio, porque é quando ela tem de ter mais atenção. Ele comparou com o óculos que só usamos quando necessário. “É importante entender que o remédio não é uma pílula de superpoder para dar ao filho, não se trata de um ‘doping’ mental. O remédio não dá nada que a pessoa já não deveria ter, só restaura aquilo que a doença está prejudicando.”

Ausência de tratamento prejudica o paciente

Barros afirmou que a Ritalina não vicia, exceto quem utiliza doses muito altas e tem histórico da doença na família, o que pode criar dependência. “A gente sofre de excesso de tratamento e de falta de tratamento ao mesmo tempo, trata gente que não precisa e deixa de tratar quem precisa”, comentou o palestrante para uma plateia bem cheia e interessada no assunto. Segundo ele, a falta de tratamento pode ser muito grave para quem necessita dele. “A presença do transtorno altera a dinâmica da família e faz com que a pessoa carregue déficits para a vida adulta.” 

Segundo Barros, a doença pode ser definida por três aspectos: déficit de atenção, isto é, dificuldade de prestar atenção; hiperatividade ou inquietação motora; e impulsividade, comportamento que leva a pessoa a fazer algo e só depois pensar no que fez. “Se a criança começa a ter a vida prejudicada pela falta de atenção isso não é normal e pode não ser necessário remédio, mas exige tratamento.” 

O palestrante lembrou que o TDAH requer um acompanhamento multidisciplinar, com profissionais diversos, como neurologista, psicólogo, psiquiatra e psicopedagogo. Ele também destacou o papel da escola nesse processo. “Uma vez diagnosticado o aluno, a escola tem que fazer adaptações, provas separadas para a criança se necessário, e tem que dar devolutivas, numa parceria com a família”.

Terapia comportamental é a mais conhecida

Muitas das perguntas feitas pela plateia presente no evento estavam relacionadas à terapia comportamental – uma das formas de tratamento do transtorno – e sua eficácia. O psiquiatra destacou que essa é uma das terapias mais estudadas, logo, tem mais evidências de resultados. “Essa terapia tende a ser mais rápida porque consegue mapear os comportamentos que podem vir a ocorrer e assim propor intervenções baseadas nisso”, relatou Barros.

TDAH é uma doença da contemporainedade, que exige das pessoas nos ambientes sociais, como a escola ou o trabalho, que tenham mais tempo de capacidade de atenção, disse o palestrante. Ele também disse que o sujeito que fica abaixo dessa capacidade na sociedade moderna está sendo prejudicado, por isso é tão importante o diagnóstico e o tratamento.

“Ainda existe muito pouco diagnostico referente ao TDAH e para combater isso é essencial levar informação de qualidade às pessoas”, concluiu o psiquiatra. Além dele, a educadora Bete P. Rodrigues e a psicóloga e coach de pais e filhos Iara Mastine também participaram do Encontro Canguru em São Paulo. Elas apresentaram as palestras Como a disciplina positiva pode mudar a relação com seus filhos e Conexão familiar, a chave para a felicidade na sua casa, respectivamente.

No próximo sábado, dia 17, é a vez do Rio de Janeiro receber o evento. Saiba mais e garanta sua vaga (gratuita) clicando AQUI. No sábado seguinte, dia 24 de março, é a vez de Belo Horizonte sediar o evento. Faça sua inscrição gratuita clicando AQUI.

 

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