Disfunção de Integração Sensorial (DIS): você sabe o que é isso?

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    Por Marcella Nunes Fernandes Rosa

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    “Minha filha detesta que eu penteie o cabelo dela, não deixa que prenda ou coloque qualquer enfeite, como laços e presilhas. Não consigo entender, parece que ela tem uma ‘gastura’ quando mexem no seu cabelo”.

    Você sabia que existe uma explicação clínica para comportamentos como esse, pouco conhecida pelos pais e até por muitos profissionais da saúde? Chama-se Disfunção de Integração Sensorial (DIS). Mas, para compreender o que é DIS, é necessário entender primeiro o que é Integração Sensorial (IS).

    IS é a habilidade de, através dos sentidos, receber as informações do ambiente, integrá-las com conhecimentos prévios e então emitir uma resposta adequada. Esse processo é dinâmico, acontece o tempo todo e de maneira harmônica, como quando seguramos um copo de vidro ou um copo descartável com a força ideal para que ele não caia ou deforme.

    Já na DIS, a informação do meio externo é recebida, mas não é interpretada pelo cérebro adequadamente, levando a uma resposta inapropriada. Por exemplo, quando colocamos muita força e amassamos o copo descartável por não termos percebido que, para segurá-lo, a força deve ser menor do que aquela utilizada para o copo de vidro.

    Crianças com DIS geralmente enfrentam dificuldades em suas ocupações (brincadeira, escola, participação social e autocuidado) e, por apresentarem respostas inadequadas às demandas ambientais, podem se passar por tímidas, sistemáticas, “frescas”, enjoadas, hiperativas, preguiçosas ou bagunceiras. É importante ter atenção a esses sinais!

    Estas são algumas características comuns em crianças com DIS:

    » Negam-se a tocar texturas diferentes (grama, areia, tinta, cola etc.);

    » Apresentam dificuldade em se manterem sentadas;

    » Parecem desajeitadas e com pouca habilidade para jogos de montar/encaixar;

    » Evitam atividades motoras novas; » Não gostam das aulas de educação física;

    » Comem lápis, borracha e mastigam os cabelos;

    » São lentas;

    » Quando estão sentadas, apoiam a cabeça como se estivessem cansadas;

    » Apresentam dificuldade em utilizar a tesoura;

    » Escrevem com muita força ou fraco demais.

    O terapeuta ocupacional que trabalha com a abordagem de IS é o profissional mais indicado para tratar a DIS. Os atendimentos são realizados em um ambiente rico em estímulos sensoriais, onde se respeita a tolerância da criança e ela tem a oportunidade de experimentar e explorar seu corpo e as sensações de maneira lúdica e dirigida pelos seus interesses.

    Vale lembrar que a terapia só é indicada quando a DIS tem impacto no desempenho funcional da criança. Ou seja, quando ela apresenta dificuldade para desempenhar suas atividades no dia a dia.

     

    Marcella Nunes Fernandes Rosa, 31, é terapeuta ocupacional graduada na UFMG. Atende crianças em seu consultório em Belo Horizonte, faz consultoria em escolas e ministra palestras e cursos de capacitação para pais e professores.

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