Líderes ao redor do mundo incluem as crianças na discussão sobre o “novo normal”

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, não é o único líder político a pedir que pais e educadores estimulem os pequenos a falar sobre a pandemia e soluções para a retomada do convívio social

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Em discurso para as crianças, líder holandês pede que elas participem das discussões do país pós-pandemia.
Mark Rutte, primeiro-ministro holandês, durante conferência de imprensa | Foto: RVD/Minister-President Facebook
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Muito tem se falado da importância de ouvir as crianças neste momento de pandemia, já que, a longo prazo, elas podem ser as mais afetadas pela Covid-19. Diversos líderes políticos parecem ter entendido isso, tanto que começaram a fazer discursos sob medida para elas, como uma forma de envolvê-las nas políticas pós-pandemia.

O mais recente foi o do primeiro ministro holandês Mark Rutte que na última terça-feira (dia 19), em uma de suas coletivas de imprensa regulares, fez um discurso para as crianças e jovens de seu país, reconhecendo que suas vidas também foram viradas de cabeça para baixo pelas medidas tomadas para conter a propagação do coronavírus. “Ninguém sabe exatamente como será o nosso país no futuro próximo. Como faremos para manter distância e ainda trabalhar, aprender, praticar esportes e estudar música juntos?”, perguntou ele, dirigindo-se às crianças. Rutte disse ainda: “Meus colegas no gabinete e eu pensamos que é importante que você ajude a pensar sobre isso e participe da discussão, porque esse é o seu futuro. Suas ideias e criatividade são muito necessárias”. Na Holanda, as escolas de ensino infantil e fundamental começaram a ser reabertas no último dia 11 – antes de restaurantes e cafés. Até esta sexta-feira (dia 22), a covid-19 já tinha provocado 5.788 mortes no país.

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A primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, também fez um discurso para as crianças, em março, que teve 30 minutos de duração. Na ocasião, ela afirmou que quem pudesse deveria ficar em casa e explicou que, no geral, os adultos saudáveis não adoeciam com o vírus. A vida, ela reconheceu, havia se tornado muito diferente. “Eu sei que para muitas crianças isso é assustador”, disse ela. “Não há problema em ter medo quando tantas coisas acontecem ao mesmo tempo.” A Noruega chegou a fechar suas fronteiras e muitas instituições públicas e privadas, incluindo escolas e jardins de infância. Desde meados de abril, porém, o país tem relaxado as medidas de distanciamento e acredita ter controlado a pandemia do coronavírus em seu território que, até agora, causou 235 mortes.

Foto: npr.org

Coelhinho da Páscoa foi liberado das regras de isolamento na Nova Zelândia

Em abril, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, em discurso para as crianças disse que o coelhinho da Páscoa era considerado um trabalhador essencial em seu país e, logo, poderia realizar seus ‘negócios misteriosos’ no domingo de Páscoa, apesar das medidas rigorosas de isolamento social. Ardern também esclareceu quanto o status da fada dos dentes, explicando que a troca noturna de presentes por dentes perdidos continuaria. “Você ficará satisfeito em saber que consideramos a fada dos dentes e o coelhinho da Páscoa como trabalhadores essenciais”, disse Ardern em uma entrevista coletiva dirigida aos pequenos.

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No Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau costuma usar seus pronunciamentos de domingos para falar com as crianças. Em uma de suas falas, ele disse: “Eu sei que essa é uma grande mudança, mas temos que fazer isso não apenas por nós, mas por nossos avós, enfermeiras, doutores e todos que trabalham nos hospitais. E vocês, crianças, têm ajudado muito. Um agradecimento especial a todas as crianças. Obrigada por ajudarem seus pais a trabalharem de casa”.

Especialistas recordam que as crianças são sujeitos de direito, que devem ser ouvidas e terem sua opinião considerada. Incluí-las portanto nas discussões políticas sobre o cenário pós-pandemia é fundamental. Em casa, também é importante que os pais abram espaço para a escuta, observem seus comportamentos e brincadeiras e fiquem atentos a questões físicas e emocionais que podem vir a surgir durante a quarentena.

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