Reabertura das escolas não pode esperar

Para líderes do Unicef e da Unesco, a volta às aulas presenciais não pode esperar que os casos cheguem a zero

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Reabertura das escolas não pode esperar, destacam Unicef e Unesco; menina de máscara mede temperatura na entrada da escola
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Após 18 meses desde o início da pandemia da Covid-19, milhões de crianças e adolescentes seguem sem frequentar a escola presencialmente. Em 19 países, instituições de ensino ainda continuam fechadas, afetando mais de 156 milhões de estudantes. “Isso não deve continuar. As escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir”, afirmaram a diretora executiva do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Henrietta Fore, e a diretora-geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Audrey Azoulay, em nota conjunta divulgada nesta segunda-feira (12).

Segundo as diretoras, os governos muitas vezes fecharam escolas e as mantiveram fechadas por períodos prolongados, mesmo quando a situação epidemiológica não o justificava. Elas avaliam que essas ações deveriam ser tomadas como última medida e não como um primeiro recurso, o que frequentemente aconteceu, e lembram que, em muitos casos, as escolas foram fechadas enquanto bares e restaurantes permaneceram abertos.

“O que crianças, adolescentes e jovens perderam por não poder ir à escola talvez nunca seja recuperado. De perda de aprendizagem, sofrimento mental, exposição à violência e ao abuso, até refeições escolares e vacinações perdidas ou desenvolvimento reduzido de habilidades sociais, as consequências para crianças e adolescentes serão sentidas em seu desempenho acadêmico e envolvimento social, bem como na saúde física e mental. Os mais afetados geralmente são meninas e meninos em ambientes com poucos recursos, que não têm acesso a ferramentas de ensino a distância, e as crianças mais novas, que estão em estágios importantes de desenvolvimento”, declararam Henrietta Fore e Audrey Azoulay.

As líderes ressaltam o peso dessas perdas também para pais, mães e responsáveis que, muitas vezes, têm de deixar os empregos para cuidar dos filhos em casa, especialmente em países com nenhuma ou poucas políticas de licença familiar.

“É por isso que a reabertura de escolas para o ensino presencial não pode esperar. Ela não pode esperar que os casos cheguem a zero. Há evidências claras de que as escolas primárias e secundárias não estão entre as principais fontes da transmissão. Enquanto isso, o risco de transmissão de Covid-19 nas escolas é administrável com estratégias de mitigação adequadas na maioria dos ambientes. A decisão de abrir ou fechar escolas deve ser baseada na análise de risco e nas considerações epidemiológicas nas comunidades onde estão situadas”, destacam as diretoras.

Elas também pontuam que a reabertura de escolas não pode esperar nem mesmo a vacinação de todos os professores e estudantes, uma vez que em países de baixa e média renda, a prioridade – diante da escassez global de vacinas – é imunizar os trabalhadores da linha de frente e aqueles que correm maior risco de doenças graves e morte. “Todas as escolas devem oferecer ensino presencial o mais rápido possível, sem barreiras de acesso, incluindo a não obrigatoriedade de vacinação antes do ingresso na escola”, reforçam as diretoras.


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