Metade dos jovens brasileiros sentiu necessidade de pedir ajuda em relação à saúde mental, aponta enquete

Segundo levantamento online feito com 7,7 mil adolescentes e jovens entre 13 e 24 anos, eles têm poucas referências sobre onde buscar ajuda psicológica; especialista destaca falta de políticas públicas e profissionais adequados para lidarem com os casos

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Menino deitado em sofá, com aparência deprimida
Saúde mental dos jovens brasileiros vem preocupando especialistas; 50% dos jovens já alegaram necessitar de ajuda psicológica
Buscador de educadores parentais
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A saúde mental dos jovens brasileiros têm despertado sinais de alerta. Uma enquete feita com 7,7 mil adolescentes e jovens de diferentes regiões brasileiras, mostrou que metade desse grupo sentiu necessidade de pedir ajuda sobre saúde mental. O levantamento online foi feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela organização da sociedade civil Viração Educomunicação, que revelou também que 50% não conheciam serviços ou profissionais dedicados a apoiar adolescentes na área. 

Quando questionados sobre o sentimento que melhor descreveria como estavam se sentindo nos últimos dias, 35% dos entrevistados que responderam à enquete disseram “ansiosas(os)”. Além disso, 14% se disseram “felizes”, 11% “preocupados consigo”, 9% “indiferentes” e 8% “deprimidas(o)s”. 

Embora metade dos respondentes tenha dito querer pedir ajuda em relação à saúde mental, 40% deles não recorreram a ninguém. Outros 20% buscaram amigas(os), 15%, psicólogos ou psiquiatras, 11% recorreram à família e 8% a namoradas(os). Somente 2% procuraram professores e outros 2%, profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde. Entre os motivos destacados por aqueles que não buscaram ajuda estão a insegurança (29%), a desistência de buscar ajuda (26%), o medo de julgamento (17%) ou a falta de informação sobre quem procurar (10%).

“Infelizmente, principalmente no Brasil, ainda existe um estigma muito grande acerca da psicoterapia e da saúde mental. Os jovens estão cada vez mais ansiosos, seja por pressão familiar e social, até por autocobrança, em relação ao conteúdo que consomem nas redes sociais”, afirma o psicólogo clínico Francisco Maciel.

Pensando nisso, é muito importante que existam políticas públicas capazes de conscientizar as pessoas. É preciso entender que não é só a saúde física que é importante. A saúde mental é tão importante quanto, ou até mais”, ressalta o psicólogo. 

Dentre a metade dos respondentes que conhecia serviços ou profissionais de apoio à saúde mental, o Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) apareceu como o principal local (38%), seguido por Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) (20%) e escola (17%). 

“É comum que as crianças e adolescentes não sejam incluídos em importantes debates. Precisamos construir espaços que permitam que esses indivíduos tenham participação ativa e sejam escutados. Além disso, precisamos de mais profissionais capacitados para lidar com crianças nessas situações. Os professores e profissionais da saúde pública devem exercer um importante papel, que pode melhorar significativamente a qualidade de vida desses indivíduos”, completa Francisco. 

Onde pedir ajuda?

Para apoiar adolescentes e jovens de 13 a 24 anos, o Unicef conta com um canal de ajuda em saúde mental virtual, o “Pode Falar”. A plataforma já recebeu mais de 36,6 mil acessos desde que foi lançada em fevereiro de 2021. A iniciativa nasceu da parceria do Unicef com organizações da sociedade civil e empresas com expertise em tecnologia. Ele funciona de forma anônima e gratuita por meio de um chatbot batizado de Ariel, que pode ser acessado através do site ou pelo WhatsApp: (61) 9660-8843.


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