Por Isabella Grossi – Foi-se o tempo em que a educação financeira das crianças se resumia apenas a engordar, com toda sorte de moedas, o cofrinho escondido no armário. Ensinar os pequenos a entender o real valor do dinheiro passou a ser prioridade entre pais e mães que caminham na contramão do consumismo e, acima de tudo, reconhecem a importância de um bom planejamento. Não só em função das finanças, mas como estratégia para facilitar a conquista de qualquer objetivo. Mas qual é a melhor hora para introduzir o papo? “Tão logo a criança comece a manifestar uma interação com o dinheiro, querendo comprar uma boneca ou uma pizza, por exemplo”, sugere o escritor Carlos Eduardo Freitas Costa, que publicou a série de livros infantis Meu Dinheirinho. É o que pensa, também, a superintendente de previdência da Porto Seguro, Fernanda Pasquarelli. “O ideal é mostrar, quanto antes, o valor das coisas e o sacrifício que é preciso fazer para tê-las”, pontua. Confira, a seguir, dez dicas para educar seus filhos e transformá-los em adultos financeiramente equilibrados.
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$1 PRIMEIRO PASSO
Insira a criança nos hábitos financeiros da casa, mostrando as faturas de água e luz, por exemplo, e explicando a diferença entre pagamentos com dinheiro, cartão de crédito, cheque e boleto. Uma boa dica, também, é levá-la ao banco para acompanhar, de perto, as transações corriqueiras do dia a dia.
$2 VERDADE NUA E CRUA
Seja transparente. Converse abertamente com seus filhos sobre as condições financeiras da família. Mostre que existem diferenças entre eles e os coleguinhas — não é porque os amigos têm um brinquedo que eles também podem ter. Não invente histórias. Crianças são espertas e não gostam de ser ludibriadas.
$3 HORA DE ADMINISTRAR
Mesadas e semanadas são ferramentas que ajudam a ensinar a finitude do orçamento. Estabeleça um valor fixo e se atenha a ele. Se o pequeno gastar tudo com guloseimas, vai ter que esperar o próximo acerto para ir ao cinema. Lidar com as consequências das suas escolhas é um excelente começo.
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$4 O BOM E VELHO COFRINHO
Ninguém guarda dinheiro por guardar. Estimule a criança a encher o cofrinho associando a ação a algum sonho ou objetivo. Seja uma nova aquisição ou uma viagem à Disney. De tempos em tempos, abra o cofre, troque a quantia por notas, para pôr as moedas em circulação, e aplique o dinheiro numa caderneta de poupança.
$5 FAZENDO O BEM
Incentivar atividades filantrópicas é tão importante quanto ensinar a poupar. Aproveite a passagem do aniversário ou do Natal e ajude o pequeno a separar brinquedos ou roupas que não se adaptam à sua idade. É fundamental que a criança aprenda, desde cedo, a importância de doar e reciclar.
$6 XÔ, CONSUMISMO
Estabeleça datas especiais para presentear e fique atento para não cair na armadilha de fazer agrados fora de hora com bens de consumo. Caso contrário, a criança pode achar que a cortesia é, na verdade, obrigação dos pais, perdendo-se, assim, o valor da conquista.
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$7 ENTRE AS GÔNDOLAS
Muita gente comete o engano de pensar que levar as crianças ao supermercado é sinônimo de dor de cabeça. Pelo contrário. É uma excelente forma de mostrar aos pequenos a importância de pesquisar preços e de seguir a lista de compras, priorizando as necessidades e deixando para trás produtos supérfluos.
$8 ASAS À IMAGINAÇÃO
Passear com a meninada no shopping com frequência é um erro? Não, mas tome cuidado para não associar os prazeres da vida familiar exclusivamente ao ato de consumir. Invente programas e brincadeiras que despertem uma infância mais consciente.
$9 DIREITOS E DEVERES
Se possível, leve as crianças para conhecer o seu ambiente de trabalho. É uma ótima maneira de elas aprenderem, na prática, o valor do dinheiro. Depois, reproduza as obrigações em casa. Separe pequenas tarefas domésticas para serem recompensadas com alguma quantia, mesmo que seja simbólica.
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$10 FAÇA O QUE EU FAÇO
Não adianta ampliar as noções de economia do seu pequeno se ele observa os pais numa rotina discordante, fazendo compras desenfreadas mesmo quando precisam apertar o cinto. As crianças sempre copiam o modelo. Adultos descontrolados inevitavelmente terão mais dificuldades para educar os filhos.
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