Assimetria craniana em bebês: a importância do uso de capacete 

A pediatra Marcela Noronha fala sobre causas, sinais de alerta e tratamentos indicados para corrigir alterações no formato da cabeça do bebê

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Bebê usa capacete para corrigir assimetria craniana
O uso do capacete ortopédico ajuda a moldar a cabeça do bebê à medida que ela cresce | Foto: clinicaheads.com.br
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Nos primeiros meses de vida, é comum que os pais notem alguma assimetria na cabeça do bebê. Ao nascer, alguns apresentam inchaços ou uma leve deformidade na cabeça devido à pressão durante o parto. Essa condição, muitas vezes, se resolve sozinha nas primeiras semanas após o nascimento. No entanto, a assimetria que persiste ou se desenvolve mais tarde pode ser motivo de preocupação e requer atenção especial. 

Conhecida como plagiocefalia posicional, a assimetria craniana pode ocorrer quando o bebê desenvolve o hábito de dormir ou ficar deitado em uma posição específica por longos períodos. Se, aos dois ou três meses de idade, a cabeça do bebê apresenta uma forma irregular que não melhora com o tempo, é aconselhável buscar orientação médica.  

Sinais de alerta incluem: 

– Uma parte da cabeça visivelmente achatada. 

– As orelhas desalinhadas. 

– Testa ou bochechas assimétricas. 

Quando fazer fisioterapia? 

A fisioterapia pode ser recomendada se a assimetria craniana for identificada precocemente. O fisioterapeuta ensinará aos pais exercícios para fortalecer os músculos do pescoço e melhorar a mobilidade, ajudando o bebê a variar a posição da cabeça. A fisioterapia é especialmente útil quando a assimetria é causada por torcicolo muscular congênito, uma condição em que os músculos do pescoço são mais tensos de um lado. 

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Quando e como usar capacete? 

Se a assimetria craniana não melhorar com mudanças de posição e fisioterapia, ou se for detectada tardiamente, o uso de um capacete ortopédico pode ser necessário. O capacete, também conhecido como órtese craniana, é feito sob medida para moldar a cabeça do bebê à medida que ela cresce.  

Idade Ideal 
O uso do capacete é mais eficaz quando iniciado entre os 4 e 6 meses de idade, período em que o crânio é mais maleável e o crescimento é mais rápido. 

Duração do Tratamento 
O tratamento com capacete geralmente dura entre 3 e 6 meses, dependendo da severidade da assimetria e da idade do bebê. 

Quando procurar um neurocirurgião? 

Se a assimetria craniana for severa ou se houver suspeita de craniossinostose (uma condição em que as suturas do crânio se fecham precocemente), é muito importante a avaliação de um neurocirurgião pediátrico. Esse especialista poderá indicar a necessidade de intervenções mais complexas, como a correção cirúrgica, para permitir o crescimento normal do cérebro e do crânio. 

Repercussões de não usar capacete 

A falta de tratamento adequado para a assimetria craniana pode levar a consequências estéticas permanentes, como uma cabeça visivelmente assimétrica. Em casos raros, pode haver implicações funcionais, incluindo problemas com a mandíbula, audição ou visão. Embora a maioria dos casos não cause problemas neurológicos, a aparência assimétrica pode afetar a autoestima e o desenvolvimento social da criança à medida que cresce. 

A assimetria craniana em bebês é uma condição relativamente comum que, na maioria dos casos, pode ser corrigida com mudanças de posição e fisioterapia. O uso de capacetes ortopédicos oferece uma solução eficaz quando intervenções precoces não são suficientes. A identificação e o tratamento precoces são essenciais para garantir o desenvolvimento saudável e evitar complicações futuras. Se você notar qualquer irregularidade na cabeça do seu bebê, procure orientação médica para avaliar a necessidade de intervenção e garantir os melhores cuidados possíveis para seu filho. 

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Marcela Ferreira Noronha
Pediatra, educadora parental e nefrologista infantil. Mãe do Lucas e da Isabela. Formada em medicina pela Universidade São Francisco (SP) em 2006, com residência em pediatria pelo Hospital Menino Jesus de São Paulo, e especialização em nefrologia infantil pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Educadora Parental certificada pela Positive Discipline Association. Fez pediatria por vocação e tem como missão de vida tornar crianças e adultos felizes, respeitosos, com inteligência emocional, senso comunitário, física e emocionalmente saudáveis.

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