Ginástica para o cérebro: 5 passos para estimular o seu filho

Aprenda como as atividades de ação e reação podem ajudar a desenvolver autonomia, comunicação e paciência nas crianças

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Menina brinca enquanto olha para a mãe que tem mão levantada
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Você sabia que pode ajudar no desenvolvimento cerebral das crianças? As interações do dia a dia ajudam a criar conexões neuronais antes mesmo do seu filho aprender a falar. Segundo o Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Harvard, as atividades de ação e reação são as mais proveitosas, e podem ser realizadas em qualquer momento do dia. Elas funcionam como uma verdadeira ginástica para o cérebro do seu bebê!

“As interações de serviço e retorno moldam a arquitetura do cérebro. Quando um bebê ou criança pequena balbucia, gesticula ou chora, e um adulto responde adequadamente com contato visual, palavras ou um abraço, conexões neurais são construídas e fortalecidas no cérebro da criança que apóiam o desenvolvimento de habilidades de comunicação e sociais”, destacam pesquisadores do centro americano. Eles dizem que trata-se de algo muito parecido com um animado jogo de tênis, vôlei ou pingue-pongue – um vaivém divertido e que fortalece a capacidade dos pequenos. “Quando os cuidadores são sensíveis e respondem aos sinais e necessidades de uma criança pequena, eles fornecem um ambiente rico em experiências de servir e retribuir”, afirmam.

A seguir, conheça 5 ações que favorecem o desenvolvimento do cérebro da criança (no final do texto, assista a um vídeo sobre o assunto).

1 – Compartilhe o foco

Quando uma criança está interessada em algo é possível perceber: ela aponta para o objeto, mexe os braços e as pernas, olha fixamente para ele e emite sons com a boca. Isso é um sinal. Ao perceber esse interesse, estimule a curiosidade da criança compartilhando o foco de observação. Você pode, por exemplo (algumas vezes ao dia), apontar e olhar para o objeto que ela está curiosa.

Por que fazer isso?

Ao observar esses momentos, você aprenderá muito sobre as habilidades, interesses e necessidades da criança. Você vai incentivá-los a explorar e fortalecer o vínculo entre vocês.

2 – Apoie e incentive

Você pode responder às ações de uma criança com palavras gentis e de incentivo, como “muito bem”, “isso mesmo” e “está certo”. Até mesmo expressões faciais e movimentos corporais podem motivar a criança em suas brincadeiras. Você também pode pegar o objeto para o qual a criança está apontando e trazê-lo para perto, entre outras atitudes que a ajudem em seus interesses.

Por que fazer isso?

Apoiar e encorajar a criança é uma forma de retribuir seus interesses e curiosidades. Nunca ter uma “devolução” do cuidador pode ser estressante para o bebê. Ao dar uma devolutiva, a criança sabe que seus pensamentos e sentimentos são ouvidos e compreendidos.


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3 – Nomeie

Quando você nomeia algo que a criança está vendo, fazendo ou sentindo, cria conexões de linguagem importantes em seu cérebro, mesmo antes que a criança possa falar ou entender suas palavras. Você pode nomear qualquer coisa – uma pessoa, uma coisa, uma ação ou um sentimento. Se a criança aponta para os pés, você também pode apontar para ela e dizer: “Sim, esses são os seus pés!”

Por que fazer isso?

Desse modo, você a ajuda a compreender o mundo em que vive e o que esperar dele. Além disso, nomear as coisas também fornece vocabulário para o bebê, assim ele poderá usar todas essas palavras mais tarde, e permite que saiba que você se importa com ele. Quando você define o que as crianças estão focando, você as ajuda a compreender o mundo ao seu redor e saber o que esperar.

4 – Mantenha a interação indo e voltando

Outra dica para ajudar na ginástica para o cérebro do seu filho é dar a ele a oportunidade de responder, seja com a fala ou ações de seu corpo. Quando você fizer uma ação ou uma pergunta, aguarde que ele responda. Se o avô pergunta: “Você quer esse cobertor em cima de você”, ele deve esperar a resposta do neto antes de fazer uma nova ação ou pergunta. Essa espera do cuidador é crucial. As crianças precisam de tempo para formular suas respostas, especialmente quando estão aprendendo tantas coisas ao mesmo tempo. Você pode fazer isso de forma pontual ou por várias vezes seguidas.

Por que fazer isso?

Esse tipo de atitude ensina o bebê a adquirir paciência e autocontrole e a conviver com os outros. Ao esperar, você dá a elas tempo para que desenvolvam suas próprias idéias e construam sua confiança e independência. Esperar também ajuda os pequenos a entenderem suas necessidades.


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5 – Pratiquem ‘finais’ e ‘começos’

As crianças sinalizam quando estão cansadas de uma atividade ou prontas para seguir para uma nova diversão. É muito importante prestar atenção nos sinais que elas demonstram, como largar um brinquedo e pegar outro, mudar de direção ao caminhar, apontar para outro objeto. Esses são só alguns exemplos de movimentos que a criança pode fazer para mostrar que acabou uma atividade e que quer começar outra. Quando você consegue perceber esses momentos, pode incentivar a criança a criar iniciativa e a explorar o mundo.

Por que fazer isso?

Quando você encontra momentos para as crianças assumirem a liderança, você as apoia na exploração de seu mundo – e torna possível mais interações de servir e retribuir.

Abaixo, confira o vídeo “5 passos de ação e ação para a construção do cérebro”, do Filming Interactions to Nurture Development (FIND):


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Arquitetura cerebral

Você sabia que durante os três primeiros anos de vida o cérebro do seu bebê se desenvolverá até alcançar 90% do tamanho do cérebro de um adulto? Isso é o que afirma o Dr. Shonkoff, do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de
Harvard. Segundo ele, estima-se que mais de um milhão de conexões neurais são formadas no cérebro do seu filho a cada segundo.

Sofía Martinez, psicóloga e líder de conteúdo para pais do Kinedu e especializada em educação na primeira infância, afirma que “as primeiras experiências, sejam elas positivas ou negativas, serão cruciais para o reforço ou corte dessas conexões, e são responsáveis por construir a base para circuitos mais fortes.”

Uma arquitetura cerebral saudável depende de uma base sólida construída a partir de estímulos apropriados dos sentidos da criança e de um relacionamento estável e sensível com os adultos ao seu redor. Cada interação (como as descritas acima) contribui para o desenvolvimento dos bebês, conforme os pais observam quais são os interesses, habilidades e necessidades de seus filhos, continuarão incentivando a curiosidade e fortalecendo os laços afetivos entre si.


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