Entenda sobre o nódulo de tireoide na infância

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Por Fernanda Vaisman – A tireoide é a glândula localizada na parte anterior do pescoço, e seu funcionamento correto é essencial para o crescimento e o desenvolvimento neuropsicomotor na infância. É tão importante que a pesquisa da disfunção tireoidiana está incluída no teste do pezinho, ou teste de triagem neonatal, realizado até uma semana a partir do nascimento.

Podemos encontrar nódulos nessa glândula que pouco afetam o desenvolvimento e chegam a passar despercebidos. A população adulta feminina responde por mais de 50% dos casos, sendo os nódulos palpáveis entre 7% e 10% dos casos. Nas crianças, correspondem a 1,5% dos casos, e, nos adolescentes, a 13%. Mesmo sendo mais raros em menores de 18 anos, a chance de se transformarem em câncer da tireoide é bem maior do que nos adultos, aproximando-se de 25%.

Nódulos nessa glândula pouco afetam o desenvolvimento e chegam a passar despercebidos

Assim como em adultos, o carcinoma diferenciado da tireoide é o mais comumente encontrado nas crianças, especialmente o carcinoma papilífero. Nesta faixa etária, a história familiar de doença tireoidiana e a exposição à radiação são fatores importantes, como já foi demonstrado após o acidente de Chernobil, em que ficou evidenciado um substancial aumento na incidência de carcinoma tireoidiano nas crianças expostas à radiação.

A forma de apresentação e a evolução da doença são distintas em crianças, adolescentes e adultos, o que norteia a abordagem terapêutica, especialmente nos mais

novos. Primeiramente, nestes o volume tumoral no momento do diagnóstico tende a ser maior. Estudos mostram que tumores recém-diagnosticados eram maiores que 4 cm em 36% das crianças, enquanto isso ocorreu em 15% dos adultos, e menores que 1 cm em 9% das crianças, sendo esse o caso para 22% dos adultos. No que diz respeito à extensão da doença, pacientes pediátricos apresentam maior probabilidade de metástases.

Já a mortalidade por câncer de tireoide na infância é menor que 3% para casos avançados e próximo de zero para casos iniciais. Ou seja, o diagnóstico precoce e a
correta abordagem terapêutica transformam a doença maligna da tireoide numa condição curável com pouco ou nenhum comprometimento maior na idade adulta.

Fernanda Vaisman

é médica endocrinologista e pesquisadora do Instituto Nacional do Câncer
do Rio de Janeiro, mestre e doutora em endocrinologia pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora do programa de pós-graduação
em medicina da UFRJ.

 

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