A aparência do corpo, do rosto e a cor ou raça são os principais motivos que levaram alunos a sofrer bullying na escola, na opinião deles mesmos, segundo Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), de 2019. O estudo mostrou que 23% dos estudantes de um universo de 188.000 estudantes de todo o país afirmaram já terem sofrido bullying, ou seja, se sentiram humilhados por provocações feitas por colegas.
Ensinar as crianças a identificar o problema, se defender dele e refletir sobre suas experiências é fundamental para inibir a prática, ressaltam especialistas. Nesse sentido, assistir a filmes, séries e novelas que abordam o bullying pode ser um bom ponto de partida para conversar com os filhos sobre a temática.
O longa “No Ritmo do Coração” (CODA), vencedor do Oscar de melhor filme em 2022, por exemplo, conta a história de uma menina ouvinte que faz parte de uma família surda. A jovem Ruby sofreu bullying durante toda a vida, por ter a língua de sinais como primeira língua, o que a tornou tímida e retraída.
A coordenadora dos anos iniciais do ensino fundamental do Colégio Marista Paranaense, Sheila Lippmann Hey, diz que as histórias ajudam a expressar os sentimentos dos alunos. “Quando um personagem vive uma situação e a criança ou adolescente reconhece que já sentiu ou viveu algo parecido, ele consegue se expressar sobre o assunto com mais tranquilidade, já que pode comentar sobre aquele enredo e inserir seus pontos e percepções”, reforça.
Já a psicóloga Bianca Ferreira Larangeira, do Marista Escola Social Ecológica, complementa que recursos como livros e filmes servem de incentivo para que as crianças deem a sua visão de mundo. “Esses temas podem se tornar debates em casa ou na escola, reforçando que esse é um espaço que eles podem contar para revelar seus sentimentos”.
Para assistir com as crianças e adolescentes, as especialistas sugerem uma lista de séries e filmes sobre bullying que podem promover a conscientização sobre o tema.
1. No Ritmo do Coração – CODA
A sensação no Oscar 2022, “No Ritmo do Coração” levou 3 estatuetas para casa: Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante. A história apresenta a jovem Ruby (Emilia Jones), única integrante capaz de ouvir, em uma família de pessoas surdas. Entre o trabalho no barco da família e o sonho de cantar, Ruby sofreu bullying a vida toda, além de se sentir um pouco isolada de toda a família. O filme aborda esses temas com muita sensibilidade e reflexão.
Onde Assistir: Amazon Prime Video
Classificação indicativa: 14 anos
2. Extraordinário
Um filme para abordar as diferenças. Extraordinário conta a história de August Pullman, o menino de 10 anos que tem o início da sua vida escolar somente aos 10 anos, já que nasceu com uma síndrome rara que gerou diversos problemas de saúde, e até uma deformação no rosto. Ao longo do filme, crianças e adolescentes podem mergulhar neste universo e ver o bullying sendo levantado e discutido por outras crianças.
Onde assistir: Globoplay
Classificação indicativa: 10 anos
3. As Vantagens de Ser Invisível
Apesar de contar com personagens adolescentes, os debates do longa tocam todas as idades pela sensibilidade e profundidade das questões. Durante o filme, Charlie, um estudante do Ensino Médio que sofreu bullying durante a infância, sofre de depressão e ansiedade. Em uma nova escola, ele enfrenta os desafios de fazer novos amigos, enquanto lida com questões do passado que vêm à tona conforme novas experiências surgem.
Onde assistir: Netflix
Classificação indicativa: 14 anos
4. As Aventuras de Poliana
A história baseada no livro Poliana, de Eleanor Porter, foi ao ar como uma novela do SBT e logo depois, passou a ser um dos conteúdos mais acessados na Netflix. O enredo que conta a vida da Poliana arrisca no otimismo e no uso do jogo do contente. No ambiente da Escola Ruth Goulart os alunos criaram o Esquadrão Anti Bullying, onde a turma de crianças e adolescentes entra em cena sempre com muito diálogo para combater o bullying no ambiente escolar.
Onde assistir: Netflix
Classificação indicativa: Livre
5. Anne com E
A menina ruiva, faladeira e com muitas ideias próprias e inovadoras é a protagonista desse seriado que retrata a vida em 1908. A trajetória de Anne passa por diversos casos de bullying entre os colegas de escola e até em casa, na família que a adota. Suas ideias feministas e igualitárias também destoam da maioria e fazem com que ganhe destaque, nem sempre de maneira positiva, na comunidade. No entanto, ela não desiste, e com força nos vínculos positivos, segue em frente em meio às adversidades.
Onde assistir: Netflix
Classificação indicativa: 12 anos
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O papel da educação parental na criação dos filhos
A educação parental é uma prática exercida por profissionais certificados que buscam apoiar mães, pais e responsáveis na criação dos filhos para que estes possam se desenvolver de maneira saudável. Diferentes abordagens ‒ dentre as quais, a disciplina positiva, a parentalidade consciente, a comunicação não violenta e a neurociência ‒ são utilizadas pelos educadores parentais durante os atendimentos com as famílias para ajudá-las a criar vínculos positivos com as crianças, com suporte e estímulos adequados que promovam o desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional dos pequenos.
Profissionais de diferentes áreas atuam na educação parental, entre eles, psicólogos, pedagogos, psiquiatras, professores, terapeutas ocupacionais e pediatras, entre outros. Porém, além da formação de origem, a maioria deles faz cursos específicos voltados a esse campo de atuação.
O Clube Canguru é a maior comunidade de educação parental do Brasil. Trata-se de um espaço de troca e aprendizado, composto por profissionais que têm acesso a workshops, cursos, masterclasses e fóruns de debate, entre outros eventos. Saiba mais aqui sobre essa iniciativa da Canguru News.
Olá, Paulete, ficamos felizes que tenha gostado e indicado nosso conteúdo. Obrigada!
Indiquei essa página em uma discussão sobre bullying.
Sou psicóloga, mãe e gostei da seleção de filmes e dos comentários sobre a conduta da escola e da família em casos de bullying.
O dado de que 23% dos adolescentes já sofreu bullying é impressionante.
Não ao bullying!