Da redação
Chiados durante a respiração, tosses à noite, resfriados frequentes e até falta de ar. Esses são os principais sintomas da asma, uma doença crônica e de origem genética que se caracteriza pela dificuldade da passagem de ar nas vias aéreas. Embora cause muitos desconfortos, quando tratada adequadamente, pode ser controlada, de forma a melhorar a rotina da criança e da família como um todo.
Estudos apontam que cerca de 50% a 80% das crianças asmáticas desenvolvem os sintomas da doença até os cinco anos. Por isso, é muito importante que os pais conheçam bem a doença e saibam exatamente como agir ao perceber os primeiros sinais.
O diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, Dr. Mauro Gomes, explica que por ser uma doença sem cura e que acompanha o paciente durante toda a vida, a asma tem impactos diretos na rotina. “É muito importante que os pais e professores das crianças estejam atentos aos sintomas, queixas e comportamento delas durante todo o dia”, afirma Gomes.
No ambiente escolar, por exemplo, a criança pode ter :
– queda de desempenho nas atividades;
– dificuldade para acompanhar o ritmo dos colegas em brincadeiras ou esportes;
– afastamento do grupo por conta das dificuldades enfrentadas;
– aumento das faltas às aulas;
– idas frequentes ao pronto-socorro.
“Essas situações são indícios claros de que a criança sofre com asma moderada ou grave, inspirando atenção não apenas para minimizar os gatilhos, mas para rever o tratamento. É muito comum recorrer a medicação de alívio com frequência e precisamos ampliar a conscientização dos pais para buscarem tratamento adequado e contínuo”, reforça Dr. Gomes.
Para ampliar a conscientização do cuidado correto com a asma grave, a sociedade médica reforça a recomendação da GINA (Global Initiative for Asthma) que considera a condição como não controlada, se a criança apresentar os seguintes itens nas últimas quatro semanas:
– despertares noturnos devido à asma,
– sintomas diurnos e uso de medicamento de resgate mais de duas vezes por semana;
– qualquer limitação de atividade devido aos sintomas.
– No caso das crianças, as atividades escolares costumam ser as mais prejudicadas justamente por elas não conseguirem ir diariamente nas aulas.
Dentro de casa, os pais devem evitar:
O acúmulo de poeira e mofo;
O excesso de bichinhos de pelúcia no quarto;
A falta de ventilação e umidade que podem desencadear crises, inclusive atrapalhando o sono dos pequenos.
O especialista ressalta que diagnóstico precoce e tratamento adequado são os pontos mais importantes para a redução dos sintomas da asma moderada ou grave e dos impactos significativos no desenvolvimento social e educacional das crianças.