‘Precisamos aceitar que eles crescem e estão descobrindo o mundo’

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    Por Fabiana Visacro – Existe uma rebeldia precoce e que pode ser percebida na mais tenra idade: a adolescência infantil. É uma mudança no comportamento da criança que ocorre geralmente entre 1 ano e meio e 3 anos. O pequeno se dá conta de que é um indivíduo, começa a exercitar sua autonomia e luta para que os pais reconheçam isso – seja gritando, batendo ou até se jogando no chão.

    Toda essa birra vem à tona no momento em que as crianças querem ser independentes, pois elas já se sentem capazes de fazer coisas que para elas são importantes, como colocar uma blusa, calçar o chinelo, escolher com o que querem brincar, subir e descer da cama sozinhas. Mas nós, por proteção ou pressa, não permitimos que elas façam. A forma que encontram para expressar que estão indignadas, então, é com aquelas crises. Mesmo os filhos mais bonzinhos e tranquilos surpreendem os pais com ataques de choro, gritos e dizem “não” a tudo que é pedido.

    Aí entra a difícil – mas fundamental – tarefa de educar e colocar limites. Cabe aos pais ter muita calma e mostrar ao filho que esse comportamento não leva a nada. Tive clientes com filhos que, nessa fase, se incomodavam por não conseguirem pegar os próprios brinquedos ou escolher suas roupinhas. Para esses casos, sugeri uma bancada com gaveteiro, além de prateleiras acessíveis. Tudo personalizado para que a criança tivesse autonomia para escolher o que vestir ou com o que se divertir, sempre levando em conta que é importante desenvolver o senso de organização. Estando tudo ao alcance das mãos e do olhar, a criança vai se sentir livre e passar por essa fase com menos estresse, já que vai poder localizar seus itens de interesse com mais facilidade.

    Com pequenas adaptações, conseguimos ensinar nossos pequenos a lidar com as frustrações, entender que existem regras e que nem tudo acontece na hora e da forma que querem. Se não buscarmos soluções, corremos o risco de a criança permanecer com esse comportamento por um período prolongado. Nossos filhos precisam entender que podem fazer escolhas, como o sabor do sorvete ou a cor da camiseta nova. Porém, outras não entram em negociação, como o uso da cadeirinha no carro e o horário de ir para a cama. Meu conselho é que você valorize os avanços do seu filho. Precisamos aceitar que eles crescem e estão descobrindo o mundo por seus próprios sentidos. Nosso papel é estar sempre por perto para sinalizar o que é certo ou errado e ajudar a descobrir novos caminhos.

    Fabiana Visacro é psicóloga e designer de interiores.

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