Escolas de SP reabrem no dia 8 de setembro; particulares não concordam com a data

Plano de retomada inclui redes públicas e privadas de ensino infantil, básico e superior, numa combinação de aulas presenciais e virtuais.

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O retorno das aulas presenciais nas escolas devem ser retomadas em setembro, seguindo uma série de protocolos como o uso de máscara, conforme mostra garoto nesta imagem
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O governo do Estado de São Paulo anunciou nesta quarta-feira o “Plano de Retorno da Educação” para as redes públicas e particulares de ensino básico e superior em todo o Estado. A ideia é iniciar o retorno das aulas presenciais a partir de 8 de setembro, com ocupação máxima de 35% das salas, em sistema de revezamento dos alunos durante toda a semana, respeitando 1,5 metro de distanciamento entre eles. Ou seja, em uma unidade escolar com mil estudantes, somente 350 poderão ter aulas presenciais a cada dia, enquanto que os demais continuarão a cumprir atividades remotas. Cada escola deverá definir o revezamento de alunos e o nível de ensino que será priorizado (se infantil, fundamental ou médio, por exemplo) e cada estudante deverá ter ao menos um dia de aula presencial por semana. Os alunos que ficarem em casa seguirão com as aulas virtuais.

“É um plano consolidado, gradual, cuidadoso e seguro de volta às aulas, que tem como princípio fundamental garantir a saúde e a vida dos alunos, educadores e funcionários de escolas”, declarou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Durante coletiva de imprensa na hora do almoço, o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, informou que o retorno das aulas presenciais só vai acontecer se todas as regiões do estado permanecerem na etapa amarela – a terceira menos restritiva segundo critérios de capacidade hospitalar e progressão da pandemia – por 28 dias consecutivos. No momento, a capital paulista e a região metropolitana de São Paulo se encontram na fase laranja, que permite abertura de certas atividades econômicas com restrições.

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Redes de ensino precisam estar prontas para atender aos alunos

“Trabalhamos com a previsão de retorno para 8 de setembro na educação de forma geral. Essa data é um estudo da secretaria de educação com o governo para que possamos nos programar”, afirmou o secretario de educação, que se encontra em fase final de recuperação após ter contraído a Covid-19 e participou da coletiva virtualmente. Ele disse que até lá, as redes de ensino precisam estar prontas para servir a merenda e contar com itens de proteção. “No dia 4 de setembro, como já foi anunciado, é a data prevista para o anúncio de indicadores e quando deve se confirmar se ali continuamos no amarelo para que possamos dar andamento ao plano”. Rossiele recordou fazer parte do grupo de risco da Covid-19 e disse que havia passado por situações nunca antes imaginadas. “Se tornou uma questão pessoal, eu sei o que passei e não vou colocar ninguém em risco.”

Para Carlos Carvalho, coordenador do Centro de Contingência do coronavírus, a exigência do estado passar 28 dias na fase amarela será um indicador de estabilização consolidada. “Esperamos que várias regiões já estejam nas etapas verde ou azul. Esse período é o que vai indicar uma situação de segurança. Nós teremos os meses de julho e agosto para fazer as avaliações a cada ciclo de 15 dias”, explicou Carvalho.

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Retomada prevê 3 etapas com 35%, 70% e 100% de atendimento aos alunos

O plano de retorno das aulas presenciais prevê no total três etapas. Além da primeira, com 35% do atendimento aos alunos; a segunda prevê a frequência às escolas de 70% dos estudantes, se a cidade se encontrar na fase 4, verde, em que há ainda menos restrições nas atividades econômicas. A volta de 100% dos alunos se dará na fase 5, azul, quando deve haver um total controle da pandemia.

As condições do retorno da educação e o avanço das etapas estão vinculados aos indicadores de saúde, seguindo uma série de protocolos que incluem o distanciamento social, a higiene pessoal, a sanitização de ambientes, comunicação quanto aos riscos e procedimentos adotados e o monitoramento para garantir que as ações sejam efetivas.

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Sindicato de escolas particulares diz que foi usado e que não concorda com o plano de retomada

“Nós não concordamos, usaram nosso nome, não fomos consultados para esse plano. Estamos preparados com certificações e anuência de renomados médicos e da Associação Paulista de Medicina”, declarou Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), referindo-se a protocolo de retorno elaborado por eles com a participação de diversas entidades médicas educacionais que previa o retorno escolar em agosto.

O órgão, que representa dez mil escolas privadas no estado, elaborou um protocolo com medidas de segurança para a volta às aulas que foi entregue no fim de maio à secretaria estadual de educação e aguardava sua aprovação. Segundo Benjamin, a ideia era retomar primeiro com as escolas infantis para evitar o fechamento de escolas, que vêm sofrendo com a retirada de alunos, e para apoiar os pais que voltaram a trabalhar e não têm com quem deixar os filhos.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, donos de escolas particulares, sindicatos e entidades que representam o setor pressionam governadores e prefeitos pela permissão para realizar a reabertura dos estabelecimentos de ensino da rede particular antes da reabertura das escolas da rede pública. O argumento é que escolas particulares teriam os recursos para adotar protocolos de higiene e de saúde mais rapidamente. 

Saiba a situação de retorno às aulas presenciais em cada estado do pais

A Federação Nacional de Escolas Particulares (Fenep) elaborou um mapa que detalha a situação das capitais brasileiras em relação ao retorno escolar. Manaus, Fortaleza e João Pessoa anunciaram que pretendem retomar as aulas ainda em julho. Curitiba, Brasília e Goiânia estudam reabertura em agosto, assim como o Estado do Maranhão. Veja detalhes do mapa abaixo.

Veja apresentação completa do plano de retomada das aulas presenciais em São Paulo.

Conheça os protocolos de segurança para a reabertura das escolas em São Paulo: 
Etapa 1
Etapa 2

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