Como fazer com que crianças sigam o distanciamento social recomendado

Pequenos terão que entender que não é possível ficar abraçando a professora e os coleguinhas quando as aulas voltarem

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Criança usa máscara e faz sinal de
Assim como adultos, crianças precisam manter distância de pelo menos dois metros de outras pessoas
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Com a flexibilização da quarentena, em um momento de tanta discussão sobre a reabertura das escolas, é muito importante que as crianças saibam quais os cuidados básicos para evitar a propagação do novo coronavírus que devem ser tomados quando elas saem de casa. Os pequenos terão que entender que não podem abraçar a professora e os coleguinhas quando as aulas voltarem – afinal, além do uso de máscaras (nós já demos dicas para que eles usem a proteção, veja aqui) e a higienização constante das mãos, as crianças também precisam praticar o distanciamento social, mantendo pelo menos dois metros de distância de outras pessoas. Se é difícil para os adultos, para as crianças é ainda pior. 

“Se pensarmos que a grande motivação da inserção de crianças a partir de 2 anos na escola é a interação social, a expressão de emoções, a troca de afetos, como fazemos para orientá-las que tudo que era ensinado não está valendo por um período?”, questiona Fernanda Mappa, psiquiatra da infância e adolescência e presidente do capítulo do Espírito Santo da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (ABENEPI). “A resposta não é fácil e vamos precisar usar de toda nossa criatividade para esse propósito”, diz ela. 

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A importância da conversa para que crianças pratiquem distanciamento social

Segundo reportagem do jornal americano The New York Times, para conseguir que as crianças pratiquem o distanciamento social, é importante conversar e explicar o que está acontecendo, sendo honesto com elas – mas somente até certo ponto, porque o excesso de informações leva à ansiedade. A explicação deve ser feita de acordo com a idade da criança. Uma técnica para essa conversa é tentar mudar o foco das frustrações do pequeno para as necessidades dos outros, ensinando-o a exercer a empatia. É importante fazê-lo entender que crianças que praticam o distanciamento social estão protegendo não somente elas mesmas, mas principalmente as outras pessoas, como os amigos e a família.

Fernanda também acredita que a conversa é a chave para que as crianças se mantenham distantes dos outros. Ela ressalta que é importante que os pais iniciem a orientação das crianças em relação às regras de distanciamento social o quanto antes, já que elas, assim como os adultos, se organizam com base na previsibilidade. Ela dá dicas do que pode ser dito para os pequenos:

  • “As aulas vão voltar, então precisamos lembrar que podemos manifestar alegria e satisfação de estarmos com os coleguinhas: com um sorriso, fazendo desenhos e levando para a professora e para eles. O que acha, vamos fazer isso?”;
  • “Por enquanto, não é legal abraçar os coleguinhas”; 
  • “Vamos evitar brincadeiras de ‘lutinhas’ com os amigos”; 
  • “Na escola, quando voltar, é possível que tenha que usar máscaras, então vamos treinar em casa?”; 
  • “Pode ser que tenha ‘marquinhas’ no chão onde cada criança precisará ficar”; 
  • “Esse monte de regrinha pode parecer chata, mas rapidinho vamos acostumar com elas, papai e mamãe vão ajudar e as professoras também”. 

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Além da conversa 

Também é possível utilizar outras estratégias para que as crianças pratiquem o distanciamento social, segundo o The New York Times. Como contar histórias, por exemplo. Histórias conseguem prender a atenção das crianças e fazem com que conceitos difíceis sejam mais fáceis de entender. É possível inventar uma para tornar a prática do distanciamento social mais fácil ou mais divertida. Outra sugestão é tornar o distanciamento social um jogo para as crianças. Elas podem ir ganhando pontos à medida que evitam o contato com as outras pessoas. 

A matéria do jornal americano também sugere recompensar o bom comportamento, motivando as crianças com elogios ou algo que elas gostem quando cumprem a medida de distanciamento. Ou então dar um castigo, tirar os privilégios da criança que desobedecer, como diminuir em 15 minutos o tempo que ela passa no iPad  – contanto que as regras e as consequências de não cumprí-las sejam explicadas antes e que a punição seja compatível com a infração. 

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