A polêmica em torno do filme “Como se tornar o pior aluno da escola”

Cena do filme lançado em 2017 viralizou nas redes sociais e tem causado controvérsia. A escritora Bebel Soares lembra, porém, que antes de criticar o filme é importante assisti-lo

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Fábio Porchat em cena do filme
O ator Fábio Porchat em cena do filme "Como se tornar o pior aluno da escola" | Foto: reprodução Netflix
Buscador de educadores parentais
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Já começamos com polêmica! E para não ficar replicando as besteiras que os outros dizem, tirei um tempo para assistir o tal filme da @netflixbrasil “Como se tornar o pior aluno da escola” de 2017.

Sinopse: Pedro encontra um diário que ensina como provocar caos na escola sem ser pego e resolve seguir as dicas com seu amigo Bernardo. Baseado no livro de @danilogentili
Classificação indicativa: 14 anos

A tal cena que está na boca do povo começa aos 17 minutos de filme. Os dois garotos vão à casa de um desconhecido. Quem faz o papel desse desconhecido é o @fabioporchat. Acontece que o cara é um pedófilo. A cena não é de apologia à pedofilia, embora seja uma cena asquerosa, ela mostra que adolescente aparecer na casa de adulto desconhecido não é uma boa ideia. Eles fogem de lá correndo. O filme todo é asqueroso, mas as pessoas pararam naquela cena, que mostrou muito claramente como abusos sexuais acontecem e como os adolescentes não têm noção de que aquilo é crime.

Ao meu ver, trata-se de um filmeco, tosco e sofrível. Não vale a pena assistir, eu não recomendo, mas a cena não é apologia à pedofilia. Desde sempre tem filme assim, ou vocês não se lembram de American Pie, Porky’s e afins.

Na dúvida, assista à cena toda, porque é fácil pegar um vídeo de terceiros ou o meu texto e não pensar com a própria cabeça, mas é sempre melhor tirar suas próprias conclusões.

Já realizei dois workshops de prevenção e combate ao abuso sexual infantil. Não é fingindo que esses crimes não acontecem que vamos proteger nossos filhos. A cena banaliza a pedofilia, mas não é uma apologia à pedofilia. Pedofilia não é engraçado, a cena não é divertida, pelo contrário. O filme é de péssimo gosto. A classificação indicativa do filme poderia ser alterada para 16 ou 18 anos, mas nada justifica a censura.

Importante deixar claro que o filme não é para crianças. Tô vendo o discurso de muitas mães dizendo que temos que proteger nossas crianças, mas a classificação é 14 anos.

Vale lembrar também que na Internet crianças têm acesso a coisas muito piores que um tio sugerindo uma “punheta” deixando dois adolescentes enojados. Sim, tem coisa muito, muito pior. Não que isso seja bom.

Você sabe qual o conteúdo seus adolescentes tem assistido? Filtra o conteúdo da Netflix? Tem como colocar senha. Aqui, filmes acima de 12 anos não acessa, porque não sabe a senha. Ou seja, não tem como assistir ao tal filme.

Conhece aplicativos de controle de pais para celular e computador? Existem vários: Qustodio, Xbox Family, Family Link, Family Safety…

Está mantendo o diálogo em casa? Dialogo é fundamental para mantermos a conexão com nossos filhos.


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