Cláudia Abreu fala sobre carreira, os 4 filhos e como não perder a individualidade

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    Por Luciana Ackermann

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    Cláudia Abreu escreveu a série ‘Valentins’ | Foto: Guto Costa

    Apontada como uma das melhores atrizes de sua geração, Cláudia Abreu, 46 anos, fala, em entrevista à Canguru, sobre a experiência de escrever um programa para crianças, “Valentins”, que estreia no dia 12 de junho no canal de TV fechada Gloob.

    Ela ainda nos contou como é sua experiência de ser mãe de quatro filhos, falou das sutilezas da maternidade e da importância do trabalho para manter a individualidade.

    Cláudia nasceu em pleno dia 12 de outubro e não descarta certa influência nos pequenos em sua vida.

    Leia também: Neste mês de junho, a série infantil “Valentins”, escrita e protagonizada por Cláudia, vai estrear no canal Gloob.

    Confira a entrevista da atriz à Canguru:

    Por que você quis falar sobre o medo na série ‘Valentins’?

    É algo muito presente na vida de qualquer ser humano e, na infância, isso fica exacerbado porque as crianças não têm ferramentas para lidar com medo. Quando eu era pequena tinha muito medo de ir parar em um orfanato. Os medos vão se transformando. A ideia foi fazer um programa que falasse desde o medo de cobra ao medo de perder os pais. Do medo de algo concreto até uma abstração assustadora. O vilão, por exemplo, é engraçado, se dá mal, acho bacana poder rir daquilo que lhe dá medo.

    A maternidade inspirou você a escrever para crianças?

    Sim, me inspirou, mas sempre tenho o cuidado de dizer que, apesar de eu ter quatro filhos, as crianças da série têm idades e personalidades diferentes.

    Você e a Alice (personagem dela na série) têm muitas semelhanças?

    Algumas, sempre gostei de fazer bolo para os meus filhos, também tento ser essa mãe alegre e amorosa, de estar junto deles. Alice, por exemplo, traz a Rebeca para a culinária dela, quer passar aquele conhecimento para a herdeira. Já a Felipa, minha filha de 10 anos, me descobriu como autora, está superinteressada, e tem pedido para eu escrever com ela.

    Você e o seu marido escolheram ter 4 filhos?

    Não foi uma escolha, não. Eu achava incrível ver pessoas com muitos filhos. Sempre olhei pelo lado divertido da grande família, não pelo lado da falta de liberdade. Gosto de gente, de festa, de amor, mas nunca planejei ter quatro filhos. Primeiro nasceu a Maria, depois, tentei engravidar de novo e não veio, cheguei a pensar que seria mãe de filha única. Quase seis anos depois, veio a Felipa. Aí o Zé queria muito um vascaíno, chegou o José Joaquim. Estava tudo certo para eu ligar as trompas, o médico desmarcou em cima da hora, dizendo faria depois. Nisso, engravidei de novo, mais um vascaíno. Adorei, onde comem três, comem quatro. A escadinha é formada pela Maria, com 16, a Felipa, com 10, o José Joaquim, de 6, e o Pedro Henrique, de 5.

    E é mesmo muito divertido?

    É bem divertido. Claro, há os momentos caóticos, confusão, falam ao mesmo tempo, cada um quer atenção exclusiva… Inventei o momento do filho único, em que eu saio só com um deles, me dedico à subjetividade de cada um. Não consigo fazer isso sempre, mas tenho essa preocupação. Eu gosto muito da hora de dormir, sempre leio, conto e invento histórias, o cansaço possibilita que a sensibilidade se aflore. Uma das coisas que mais lamento quando faço novela, que exige uma rotina intensa, é chegar em casa e já encontrá-los dormindo. Todos os dias acordo às 6h30 para levá-los à escola.

    A maternidade é seu papel principal?

    Sem dúvidas, é a minha prioridade, mas fico atenta para não perder minha individualidade. Meu trabalho me ajuda muito a ser eu mesma. É o momento que eu tenho com os meus colegas, com a minha criação e expressão pessoal. Existe uma medida, não dá para eu emendar uma novela na outra porque sei que seria nocivo para eles, pois eu ficaria muito ausente.

    A maternidade transformou muito você?

    Claro, não tem como. Se não se transformar com a maternidade e a paternidade tem alguma coisa errada. Não dá para não se encantar ao ajudar na formação de outro ser humano e de se reespantar com as delicadezas e as coisas simples da vida. O adulto vai perdendo esse refinamento, o olhar do detalhe, do maravilhamento, do espanto e volta a viver isso através dos filhos.

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