Parceria escola-família pode garantir um retorno eficiente e seguro, diz Rosely Sayão

Representantes de pais, dos alunos, docentes, funcionários e da direção da escola devem formar a comissão gestora com um único objetivo: o retorno às aulas eficiente no processo de ensino/aprendizagem

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Retorno escolar exige parceria escola família, simbolizada nesta iamgem pelas várias pecas de quebra-cabeça apresentadas em círculo
Buscador de educadores parentais
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O Estado de São Paulo já tem data para a reabertura das escolas: a partir de 8 de setembro. A volta às aulas deverá obedecer a critérios rigorosos de higiene e saúde e mantendo um sistema híbrido de ensino – 35% de seus alunos terão aulas presenciais e os demais seguirão com atividades online.

O anúncio da retomada tem causado reações diferentes entre as famílias, afirma a psicóloga Rosely Sayão, em sua coluna no Estadão. Ela explica que há pais que não se sentem seguros em levar seus filhos à escola, visto que ainda não existe um vacina contra a covid-19 e por mais que os índices demonstrem um menor nível de infecção entre as crianças, o simples fato de ter de sair de casa e entrar em contato com um número grande de pessoas os deixa apreensivos.

A estrutura física das escolas, muitas vezes com salas e janelas pequenas e sem ventilação; o número limitado de funcionários para garantir a higienização dos espaços com frequência e mesmo de pias para que todos – alunos, funcionários e educadores – possam lavar as mãos constantemente são ainda outros fatores que levantam questionamento entre as famílias. Muitas, inclusive, se indagam como as escolas poderão lidar com um vírus invisível se não conseguem nem controlar um surto de piolho que rapidamente se espalha entre as crianças – o assunto já virou até motivo de piada nas redes sociais.

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Retorno escolar: enquanto algumas famílias são a favor, outras mostram-se apreensivas com a volta

Mas ainda assim, há famílias favoráveis ao retorno escolar, que pensam nos benefícios da aprendizagem, da socialização e de ter um lugar para deixar os filhos enquanto saem para trabalhar.

Diante de opiniões tão diversas, há como chegar a um consenso? “Temos, aqui, uma boa oportunidade para inaugurar uma nova relação entre a escola e a comunidade que a frequenta. Que tal construir uma parceria escola/família de verdade? Nunca tivemos essa chance antes!”, destaca Rosely.

Criação de comissão gestora deve incluir toda a comunidade escolar

Representantes de pais, de docentes, da direção da escola, dos trabalhadores da instituição escolar, dos alunos. Todos esses grupos devem formar a comissão gestora com um único objetivo: o retorno às aulas eficiente no processo de ensino/aprendizagem e com a maior segurança possível. Rosely levanta questionamentos que devem ser feitos em diversas áreas críticas deste retorno escolar. Veja a seguir mais detalhes de cada uma dessas áreas.

Leia também: Como ajudar no desenvolvimento integral das crianças – uma orientação aos pais

Processo do ensino e da aprendizagem:

  • Quais os critérios serão usados para as avaliações?
  • Seria justo avaliar a aprendizagem de alunos igualmente já que muitos não conseguiram se adaptar ao ensino remoto?
  • Como identificar questões emocionais decorrentes da existência da pandemia e do período de isolamento físico interferindo na aprendizagem, e como trabalhar, na escola, com essas situações?
  • Quais metodologias e práticas de ensino inovadoras poderiam contribuir para uma retomada exitosa dos estudos por parte dos alunos e como avaliar o sucesso do uso delas na aprendizagem?

Segurança sanitária:

  • Quais locais da escola os alunos poderão usar?
  • Quais espaços deverão ser evitados?
  • Quais não terão acesso de modo nenhum?
  • Como serão administrados os períodos mais críticos, como horário de entrada, intervalo ou recreio e saída?
  • Como garantir o distanciamento físico necessário exigido entre os alunos?
  • Como tratar atitudes rebeldes ao uso da máscara?
  • Como e quando a higiene das mãos deverá ser incentivada e/ou exigida?
  • Que atitudes tomar quando um aluno chega à escola adoentado – não importa que tipo de doença?

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Cooperação entre a escola e as famílias:

  • Como aproveitar os grupos de mães em aplicativos de mensagens para discutir o retorno escolar?
  • Como administrar e resolver os conflitos que irão surgir?
  • Como chegar a consensos em assuntos importantes para todos?
  • Como debater sem ânimos exaltados?
  • Como estabelecer comunicação não violenta?
  • Há mães e/ou pais que poderiam colaborar com uma hora ou mais na semana para que todos os assuntos decididos sejam praticados?

Para Rosely, a maioria das escolas e das famílias não realizam de fato uma parceria entre si. “É uma grande chance social que temos para começar um trabalho respeitoso e justo dentro das escolas envolvendo todos os seus segmentos, difícil de ser testemunhado até então. Que tal provocar a escola que seu filho frequenta – ou as famílias de seus alunos – com esse desafio?”, propõe a psicóloga.

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