Mudança de escola: habilidades socioemocionais favorecem adaptação do aluno

Saiba como o estímulo das habilidades socioemocionais pode ajudar os alunos a enfrentar mudanças no ambiente escolar

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Aluna oferece caneta à amiga do lado em sala de aula, um gesto acolhedor diante da mudança de escola
Atividades de acolhimento favorecem a adaptação
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Mudar de sala, ficar longe de um amigo, trocar de instituição… Nem sempre é fácil para a criança ou o adolescente lidar com a mudança que o encerramento de um ciclo na escola traz. A expectativa diante do desconhecido pode gerar uma sensação de insegurança e ansiedade nos alunos ao ter de abrir mão de professores e amizades antigas para construir novos relacionamentos.  

Mas por mais que os pais queiram evitar o desconforto dos filhos, há situações em que a mudança de escola é inevitável, devido, por exemplo, a uma troca de emprego e/ou cidade, a busca por metodologias mais adequadas, situações de bullying ou mesmo dificuldades financeiras. 

Nesse cenário, trabalhar as habilidades socioemocionais pode ser uma estratégia positiva para a preparação do aluno frente a novos desafios.

“Quando pensamos em mudança de escola é preciso levar em consideração como essa instituição atua em relação ao acolhimento: há um plano inicial para receber esse estudante, sem que ele se sinta inseguro e deslocado? É importante que os pais e a criança saibam previamente quais serão as ações e medidas para essa introdução a um novo ambiente escolar”, aponta Fabiana Santana, assessora pedagógica do Programa Líder em Mim, que foca na educação socioemocional.

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E para alunos que seguem na mesma escola mas vão mudar de segmento – para começar o ensino fundamental ou mudar do fundamental 1 para o fundamental 2 ou ainda ingressar no ensino médio – é importante que haja igualmente uma preparação. 

A assessora pedagógica dá como exemplo uma atividade de integração em relação à mudança de ciclo, em que alunos do 6º ano são convidados a planejar como recepcionarão os alunos do 5º ano. “Mais do que só ter esses colegas compartilhando um mesmo horário de intervalo, como acontece em muitas escolas, eles se tornam protagonistas do processo, desde o planejamento de como farão essa ação ‒ se será um teatro, um piquenique ou uma “festa” de boas-vindas ‒ sempre pensando que precisam apresentar os novos espaços de desafios do novo ciclo de maneira a deixar os alunos o menos ansiosos possível”, comenta Fabiana. Ela conta que em um dos anos os alunos fizeram um luau, com músicas, danças e trocas de cartas, além de esquetes teatrais que reproduziam os principais dilemas que os colegas poderiam enfrentar no ano que se iniciava, dos quais muitos deles já haviam enfrentado.

Outra prática interessante para recepcionar os alunos é promover uma revisão de estudos na semana que antecede o retorno geral, para que eles possam conhecer os espaços da escola e alguns de seus professores, de maneira a estreitar laços que podem fortalecê-los ao longo de todo o ano.

“Trabalhando o desenvolvimento de competências como resiliência, autocontrole, coragem e consideração, é possível empoderar os estudantes na visão de uma liderança eficaz. Uma vez que eles já vivenciaram esse processo, podem atuar com empatia no auxílio da transição de seus colegas, o que gera comportamentos positivos para toda a vida”, completa Fabiana.

Ela lembra que escolas que entendem a importância de preparar seus estudantes para momentos de transição são capazes de proporcionar um ambiente seguramente mais estável para todos. 

Papel da família

Um dos maiores desafios enfrentados pelos educadores para desenvolvimento das competências socioemocionais durante as transições de ciclo de aprendizagem pode estar relacionado à família e à maneira como se preparam para esse momento. “Muitas vezes, os pais não entendem a importância de atuar em casa com seus filhos na construção de uma relação mútua de confiança”, destaca a assessora. Para ela, é importante que exista uma sinergia entre as relações familiares e a equipe pedagógica. 

“É na busca por uma convivência saudável entre família, escola e estudantes que se encontram ferramentas eficazes para o desenvolvimento e fortalecimento de uma cultura de liderança capaz de unir todos esses elementos. Pensar em projetos que, ao longo do ano, possam criar uma ponte saudável para esse momento de transição, empoderando pais e estudantes a se perceberem e atuarem nesse processo, pode fazer toda a diferença”, conclui Fabiana. 

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