Congresso se firma como referência da educação parental no país

Neurociência, saúde mental, combate ao racismo e a reconexão com a natureza foram alguns dos temas abordados durante o 3° Congresso Internacional de Educação Parental, encerrado neste domingo

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O hebiatra Felipe Fortes falou sobre depressão e suicídio entre crianças e adolescentes, no 3o Congresso Internacional de Educação Parental
O hebiatra Felipe Fortes falou sobre depressão e suicídio entre crianças e adolescentes, no 3o Congresso Internacional de Educação Parental
Buscador de educadores parentais
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Os desafios para educar os filhos neste cenário de pandemia e cada vez mais conectado têm feito crescer a demanda pelo trabalho de educação parental em todo o país. Prova disso é o interesse cada vez maior desse profissional em ampliar seus conhecimentos, como mostrou o 3° Congresso Internacional Educação Parental, realizado durante quatro dias, de forma híbrida, com transmissão online e opção de participação presencial, em São Paulo. 

O encerramento ocorreu neste domingo (27) após uma maratona de palestras e cursos que reuniram autoridades do Brasil e de outros países sobre temas da atualidade, que abordaram a neurociência, saúde mental, combate ao racismo e ao preconceito, a reconexão com a natureza e muitos outros assuntos relacionados à criação dos filhos. 

“A gente conseguiu reunir muita gente boa, são as pessoas que eu mais respeito, que estão querendo mudar o mundo, e quando penso como cada um aceitou o convite para estar aqui, a generosidade que tem nesse encontro, como pessoas ocupadas, conhecidas toparam mudar a agenda, viajaram para estar aqui com a gente. Só tenho a agradecer a todos os palestrantes que fizeram isso acontecer”, declarou a organizadora do congresso Ivana Moreira, que é jornalista e idealizadora da Canguru News.

Para Jacqueline Vilela, parceira na organização do evento e fundadora da Parent Brasil, trata-se de um marco na educação parental. “Conseguimos mostrar para a sociedade que a educação parental é muito mais do que uma moda passageira ou o interesse em tomar o lugar de uma outra profissão. A gente está aqui para ocupar uma lacuna, para fazer um trabalho que é importante para as famílias”, disse Jacqueline. 

Além de educadores parentais, psicólogos, pedagogos, mães, pais e outros profissionais da educação também estiveram no congresso. “Cansada, feliz, realizada, emocionada e consciente da minha missão”, disse a psicóloga Isadora Lacerda, que participa do evento desde a primeira edição, em 2020. “Pudemos aprender com as melhores referências, para realizar um trabalho especial com as famílias e as crianças”, afirmou a educadora parental Michele Troglio.  

“Que congresso incrível, que vibe gostosa, se você não veio, ano que vem tem mais”, postou o hebiatra Felipe Fortes em suas redes sociais. Felipe foi um dos convidados do sábado (26) para falar sobre depressão e suicídio na infância e adolescência. “A morte é um grande tabu e é preciso estar atento aos sinais que o jovem dá. Não necessariamente ele faz isso por tristeza. A raiva, a sensação de inadequação e o estar mal entre amigos também podem influenciar esse comportamento”, explicou o médico de adolescentes.

O neurologista pediátrico Clay Brites, que participou do mesmo painel, descreveu características do processo depressivo. “O deprimido tende a se isolar. A depressão é um processo que ocorre como resultado de várias ações. A gente precisa estar atento se nosso filho, nosso adolescente, nossas crianças estão deprimidos”, afirmou.

Em outra palestra realizada no terceiro dia de evento, a psicopedagoga Isa Minatel e pela educadora parental sueca Mikaela Övén falaram sobre as crianças desafiadoras. “Às vezes, a gente está olhando para a criança como algo a ser consertado, mas, na verdade, o nosso maior inimigo, quando a gente fala de crianças desafiadoras, é a ignorância. É contra esse leão que nós temos que lutar”, ressaltou Isa.

A educadora sueca chamou a atenção para os comportamentos das crianças, que devem ser vistos como uma solução e não um problema. “É o caminho que a criança encontrou para satisfazer suas necessidades. Se olharmos assim, a forma como agimos ajuda muito para nos voltarmos para um espaço de empatia, compaixão, carinho, gentileza. Tenho um sonho que pudéssemos usar essa ideia mais vezes na relação com a criança. E isso não quer dizer que não teremos de fazer intervenções para guiar a criança a ter comportamentos diferentes, porque há comportamentos que não são saudáveis”, concluiu.

A quarta edição do congresso de educação parental já está confirmada entre os dias 23 e 26 de novembro de 2023.

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