3 razões para você não colocar seu filho no ‘cantinho do pensamento’

Especialista em Disciplina Positiva, Bete P. Rodrigues explica que o "cantinho do pensamento" pode não ser tão eficaz

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Foto mostra criança encolhida em um canto, encostada na parede, em ilustração à matéria sobre o
"Cantinho do pensamento" pode desencadear raiva, desejo de vingança, tristeza, vergonha, entre outros sentimentos.
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Quando os filhos não estão se comportando bem, muitos pais ainda usam a tática de mandá-los para o “cantinho do pensamento”. O objetivo é fazer com que a criança pense sobre o que fez e analise seu próprio comportamento, refletindo sobre como mudar para melhor. Mas há especialistas que não acreditam na eficácia dessa estratégia e afirmam que o “cantinho do pensamento” não funciona. 

Como exemplo, é possível citar a educadora Bete P. Rodrigues, especialista em Disciplina Positiva. Segundo ela, o “cantinho do pensamento” não traz os resultados desejados pelos pais. Veja abaixo três razões para os pais não colocarem seus filhos no “cantinho do pensamento”: 

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1 – É provável que a criança não colabore (principalmente se for pequena) 

Os pais mandam as crianças para o “cantinho do pensamento” quando elas têm algum comportamento que o adulto classifica como inadequado, desrespeitoso, indisciplinado ou desafiador. “Agora, vamos parar para refletir sobre isso. Uma criança, provavelmente pequena, não iria sentar num lugar sozinha, pensando, refletindo e chegando à conclusão de que ela fez alguma coisa errada”, diz Bete. 

As crianças geralmente não gostam quando são mandadas para o “cantinho do pensamento”. Na hora do conflito, da raiva e do nervosismo, pode ser ainda mais difícil que elas consigam refletir ou aprender alguma coisa. Além disso, crianças muito novas não teriam maturidade para fazer isso. O provável é que a criança não reflita sobre o seu comportamento e só se sinta pior. 

2 – É uma punição disfarçada 

Bete afirma que o “cantinho do pensamento” é uma punição disfarçada – e a criança sabe disso. Ela explica que essa situação poderia causar na criança sentimentos como raiva, vergonha, humilhação, desejo de vingança, tristeza, mágoa, dor e culpa. “A punição geralmente traz esses sentimentos. Não são sentimentos que geram mudanças de comportamento”, declara Bete. Ou seja, o “cantinho do pensamento” não levaria a criança a melhorar sua atitude. 

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3 – Há outra alternativa de “cantinho” 

Uma alternativa, segundo a disciplina positiva, é criar um espaço para a criança se acalmar. Esse espaço deve ser criado junto com a criança: ela pode decorar com o tema que quiser e nomear o lugar como quiser. Pode ser em um cantinho ou então em um pufe, em uma poltrona, no sofá, em uma caixa de papelão… onde ela quiser que seja. O espaço pode ter um objetivo favorito ou até alguns brinquedos – poucos, afinal a criança deve usar o espaço para se acalmar. 

Bete esclarece que, com o espaço para se acalmar, quando a criança não se comporta, o adulto pode conversar com ela, explicando por que seu comportamento é errado, e perguntar se ela quer ir até o espaço. “O adulto oferece a possibilidade da criança ir para aquele lugar, se ela quiser. Não é um lugar que a criança vai porque o adulto está mandando – aí é castigo, é punição disfarçada. É uma possibilidade”, fala a educadora.

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5 COMENTÁRIOS

  1. É complicado essa situação, muitos pais deixaram seus filhos passarem por cima dele,não respeitam mais ninguém,e o cantinho do pensamento e pra eles refletirem sobre o que fizeram,como você vai dá brinquedo pra eles nesse momento? E não é tortura,e pra eles entenderem que tudo tem limitees e consequências,criamos nossos filhos pra sociedade,não para nós, precisamos impor limites,pq lá fora não vai ter cantinho,vai ter cadeia,pq sem limites,viram delinquentes.

  2. Que viagem…. Essa “especialista” tem filhos? Filha, deixa eu te contar uma novidade: o cantinho do pensamento É uma punição! A criança fica lá alguns minutos para aprender sobre o que não pode fazer… simples assim. Não há tortura, trauma ou coisa do tipo. Geralmente é utilizada para evitar que a criança apanhe. Uma criança que cresce mentalmente saudável, e se torna um adulto responsável, é aquela que aprende que há limites, coisas certas e erradas, e que ela não pode fazer tudo o que quer. Ninguém pode!
    Não precisa ser especialista para saber disso.

  3. bom dia pessoal eu estou muito pasma com essa declaração que a criança fica se sentindo humilhada, triste ofendida etc… pessoal esse tema tem que ser discutido e os especialista em fez de nos ajudar só piora a situação com o achar que o cantinho do pensamento não funciona. hoje temos uma sociedades doente crianças que fazem o que querem em casa, são muitas das vezes egoístas mimadas e etc.. e sem falar dos transtornos. vocês acreditam realmente que a so a conversa vai adiantar pode ser um e com outro porem se não formos firmes e carinhos com nossos alunos esse mais difíceis os que não aceitam um não , os que gritam querem fazer da nossa aula um confusão, já era e se não parar esse aluno logo no inicio essa criança vai tira sua paz e as dos colegas o resto do ano todo. trabalhar sim os combinados e conversa e cantar bastante mais vamos ser realistas tem crianças que chega em sala de aula o reflexo dos pais. preciso de ajuda se alguém tiver alguma diga e me ajuda tenho necessidade de aprender mais sobre o assunto

  4. Esse tema é tão complicado que só houve um exemplo de como se comportar com a criança que possui mau comportamento. Não descarto essa possibilidade do cantinho da calma, mas cada criança é única, pode funcionar com uma criança e não com outra. Um exemplo que eu gostaria de citar, seria na possibilidade de tirar algo que a criança mais gosta de fazer ou que ela iria receber e também algo que eu acredito ser de extrema importância é ter muita paciência e muito diálogo.

  5. Muito complicado isso, hj em dia as crianças mandam nos pais, na vida adulta somos punidos, não temos um cantinho pra se calar se roubar os se matarmos e brigarmos com o chefe, só conversa não adianta!

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