Vacina da Covid-19 para crianças: Pfizer prevê formalizar pedido até fim de novembro

Para Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), não há razões "para não incluir a vacina nessa faixa etária, à medida que os dados sobre segurança e eficácia sejam submetidos à Anvisa”.

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Menina negra de máscara recebe vacina no braço esquerdo
Crianças entre 5 e 11 anos devem usar dose da vacina que corresponde a um terço da dose utilizada em adultos
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Representantes da Pfizer disseram que até o fim de novembro pretendem formalizar na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o pedido de uso da vacina contra Covid-19 em crianças entre 5 e 11 anos de idade.

“A gente espera até o fim de novembro concluir o trâmite de análise de dados para que possamos nos posicionar quanto à autorização ou não do uso da vacina na população de 5 a 12 anos”, afirmou Júlia Spinardi, líder medica da área de vacinas da Pfizer Brasil, durante coletiva de imprensa online do laboratório, realizada nesta quarta-feira (11).

Nesta terça-feira (10), a Pfizer se reuniu com a Anvisa em uma reunião de pré-submissão dos dados, que antecede o pedido formal, para apresentação geral dos principais dados sobre o imunizante. Segundo a Anvisa, o objetivo dessa reunião é antecipar questões e dar mais agilidade à análise do processo.

À Canguru News, a agência disse não ter uma previsão de conclusão da análise, o que vai depender de quando receber a solicitação da Pfizer. Mas lembrou que processos como esse, que tratam do enfrentamento da Covid, têm prioridade máxima. O órgão deu como exemplo, pedido anterior semelhante a este, quando a Pfizer solicitou a inclusão de crianças de 12 a 15 anos, que foi analisado em 12 dias. 

Segundo Júlia, as tratativas de aprovação do imunizante no público infantil também estão em andamento na Europa, onde aguardam posicionamento da agência europeia de saúde, e já foi aprovada nos Estados Unidos. “Já está liberado o uso e cerca de 500 mil crianças entre 5 e 12 anos já se vacinaram”, afirmou a representante da Pfizer. 

Resposta imune em crianças

O pediatra e infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim) disse, durante a coletiva, que a expectativa de proteção nas crianças menores é maior ainda. “Quando a gente vacina crianças menores, a resposta é mais vigorosa no sistema imune, então a gente pode usar uma concentração menor do imunizante e até um número menor de doses”, ressaltou Kfouri.

Para crianças entre 5 e 11 anos está prevista uma dosagem menor, que será de um terço da dose utilizada em adultos. “Um terço da dose usada nessa faixa etária promove a mesma resposta imune do que quando usamos três vezes mais em adolescentes e adultos, e certamente isso trará mais produtividade, já que implica em menos custos e provavelmente menos efeitos colaterais nas crianças”, destacou o diretor da Sbim.

Kfouri ressaltou não ter dúvidas de que a inclusão de crianças no Programa Nacional de Imunização é uma necessidade. “Vamos amadurecer essa conversa com o Ministério da Saúde , mas não vejo razões para não incluir a vacina nessa faixa etária, à medida que os dados sobre segurança e eficácia sejam submetidos à Anvisa”. A vacina foi considerada 90,7% eficaz na prevenção da Covid-19 na faixa etária infantil. Sobre segurança, um estudo em andamento constatou que não houve nenhum efeito colateral sério em cerca de 3,1 mil crianças de 5 a 12 anos de idade que receberam o imunizante.

A vacina da Pfizer contra a Covid-19 já tem aprovação no Brasil para uso em adolescentes a partir dos 12 anos idade e está registrada no país para uso em adultos desde o dia 23 de fevereiro deste ano.

2.400 crianças e adolescentes já morreram de Covid

O médico Juarez Cunha, presidente da SBim, ressaltou que embora o número de crianças com Covid-19 seja muito menor do que o de adultos, ele não pode ser desprezado.

“É o grupo menos acometido (o de crianças) mas são números absurdos, mais de 2.400 mortes de crianças e adolescentes em todo o Brasil. É um numero muito maior que todas as outras doenças preveníveis da infância, então o impacto nessa faixa etária, ao se protegerem e evitarem a transmissão, é muito importante”, alertou Cunha. Doenças preveniveis são todas aquelas possíveis de evitar, para as quais já existem vacinas previstas no calendário vacinal, como hepatite, rubéola e coqueluche, entre outras.

O presidente da Sbim lembrou que, segundo estudos, as crianças têm carga viral mais alta e transmitem mais. “Quanto maior a população que puder usar a vacina, incluindo crianças, será muito bem vindo”, destacou Cunha. Ele disse ainda que já há estudos da própria Pfizer para aplicação do imunizante em crianças abaixo dos 5 anos de idade, cujos resultados devem ser divulgados nos próximos meses.

Brasileiros dizem se sentir seguros com o avanço da vacinação no país

O avanço da vacinação contra Covid-19 no Brasil tem gerado um sentimento de segurança nas pessoas. Segundo pesquisa encomendada pela Pfizer e pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), divulgada hoje, 75% das pessoas se sentem muito seguras ou seguras com o aumento da taxa de imunização no país, contra 20% que disseram sentir-se inseguros ou muito inseguros. Apesar disso, 86% afirmam estar preocupados com uma nova onda de Covid-19.

A pesquisa “Vacina. Tomar para retomar” ouviu 2000 internautas com 16 anos ou mais das regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro‐Oeste, entre os dias 19 e 29 de outubro de 2021.

Segundo o estudo, as sensações despertadas pela ampliação da vacinação no país são de impacto positivo: esperança é o sentimento de 29% dos entrevistados; seguida por otimismo, de acordo a 24% das pessoas ouvidas; e alívio com 16%. Esses três sentimentos somam 69% do total de 11 opções elencadas no questionário.

A maioria dos entrevistados diz entender a importância da imunização e afirma que incentivou familiares, amigos, colegas de trabalho e vizinhos a se vacinarem. A expectativa pela retomada nos próximos meses é grande, principalmente, para ver com mais frequência família e amigos e frequentar espaços fechados, como shoppings, cinemas, teatros, restaurantes, academias e igrejas.


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