Escolas britânicas se recusam a reabrir em data indicada por governo; no Brasil, insegurança dos pais

Aulas presenciais seriam retomadas a partir da próxima segunda-feira (1°) no Reino Unido, mas escolas dizem que é cedo; no Brasil, pais se dizem inseguros quanto a reabertura de escolas

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Retomada das aulas ainda neste ano causa insegurança em escolas britânicas e pais brasileiros; imagem mostra ilustração de sala de aula infantil vazia.
Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson anunciou cronograma com retomada das aulas presenciais a partir do dia 1° de junho. Foto: Freepik
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No Reino Unido, algumas escolas particulares decidiram se opor ao plano do primeiro-ministro Boris Johnson de iniciar a retomada das aulas presenciais a partir da próxima segunda-feira (1°), diz reportagem do UOL. Segundo informações da Fox News, veículo dos Estados Unidos, as escolas alegam que ainda é cedo e que não se sentem seguras para receber as crianças e os professores em meio à pandemia do novo coronavírus. O sentimento de insegurança é parecido com o relatado por mães e pais brasileiros. 

O cronograma do governo do Reino Unido prevê que as crianças comecem a voltar às escolas primárias em etapas a partir da semana que vem, após mais de dois meses de fechamento completo. De acordo com o que foi anunciado por Johnson, crianças de 4 a 6 anos inaugurariam a retomada das aulas presenciais, sendo as primeiras a retornarem. 

Além das escolas particulares, autoridades locais e alguns sindicatos de professores também se recusaram a seguir o cronograma estabelecido no Reino Unido. Mary Bousted, líder da União Nacional de Educação, disse na semana passada que o plano “simplesmente não é seguro, não é justo, não é viável”. 

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E a retomada das aulas no Brasil? 

No Brasil, o início da retomada das aulas presenciais ainda não tem data definida na maioria dos estados. Em São Paulo, por exemplo, a reabertura das escolas ainda está sendo analisada pelo governo estadual, mas o vice-governador, Rodrigo Garcia, afirmou que “escola é a última a voltar”

Garcia explicou que escolas estaduais, geralmente responsáveis pelos ensinos fundamental e médio, poderão voltar às aulas em julho, já que os adolescentes têm mais capacidade de entenderem os cuidados a serem tomados para prevenção contra o coronavírus do que as crianças. Já nas escolas municipais, que englobam creches, pré-escolas e primeiros anos do fundamental, ou seja, que atendem crianças pequenas, pode ser que as aulas voltem em agosto. Mas os pais não estão nem um pouco seguros em relação a esse retorno.

Giovanna Loria, empresária, é mãe da Giordana, de 10 anos de idade. Ela não pretende mandar a filha para a escola neste ano e já comunicou a instituição de ensino. “Para mim, voltar este ano é praticamente inviável. Eu não tenho segurança em mandar minha filha, não pretendo mandar”, diz ela. “A gente não tem segurança sanitária nenhuma”, explica. 

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Giovanna conta que já estava insegura de sair de casa desde o carnaval e que foi uma das primeiras a mandar a filha com máscara para a escola – cerca de um mês antes da recomendação do uso. “Porque eu sempre vou pela linha daqueles que tem um protocolo melhor que o nosso”, declara, citando China, Japão e Coreia do Sul (países onde é comum o uso da máscara facial, mesmo antes da pandemia de coronavírus) como países que têm um protocolo de enfrentamento mais definido para momentos como esse, que pedem ação do coletivo. Giovanna fala que vai exigir que a escola ofereça uma boa educação a distância neste ano, para que sua filha possa continuar estudando de casa. 

Leitores da Canguru News também se mostraram inseguros quanto a mandar os filhos para a escola ainda neste ano. Em uma postagem em nosso Instagram, sobre sugestões da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para a retomada das aulas presenciais, os comentários expressam incerteza. “Não sei se me sinto segura para deixar minha filha ir, mas é triste ver como ela sente falta da escola e dos amigos. Decisão difícil”, diz uma mãe. “Acho que, na prática, é impossível retornar”, opina outra, obtendo respostas de concordância. 

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Outros pais se mostram mais decididos – a não mandar mais os filhos para a escola em 2020. “Minha filha não voltará este ano para a escola nem pensar!”, exclama um usuário. Um pai concorda: “[…] Na boa, vai este ano todo com ensino a distância. Eu não mandarei meus filhos para a escola nessa incerteza”, afirma. Outra usuária observa a dificuldade que será para que crianças mais novas sigam recomendações de prevenção contra o coronavírus. “Acho que as crianças, principalmente no caso da educação infantil, não têm a menor disciplina para retorno de aulas presenciais. Conseguem imaginar uma criança de 4 anos usando máscara o tempo todo?”, questiona. 

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