Quando os prédios viram personagens de livros

Na coluna deste mês, o escritor Leo Cunha comenta dois títulos que falam de edificações um tanto diferentes

409
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais

Os livros infantis contam histórias de crianças, claro, mas também de adultos: fadas, bruxas, reis, princesas, gente de verdade, gente inventada… Existem histórias sobre bichos que falam sobre monstros assustadores e divertidos. Ziraldo foi além e transformou uma cor em personagem, no maravilhoso Flicts. E se tudo pode ser personagem, este mês eu destaco dois lançamentos que contam histórias de prédios e castelos.

O escritor Estevão Azevedo e o ilustrador Rômolo D’Hipólito se reuniram no livro “O dia em que meu prédio deu no pé”. Nessa história provocadora, um avô lá do futuro conta para a neta uma série de eventos bem fantásticos: prédios que resolvem se desprender do chão e simplesmente vão embora, um depois do outro! Os fujões não são trailers, nem casas sobre rodas, mas prédios mesmo, alguns até bem famosos, como a Igreja do Bonfim, a Catedral de Brasília e o Museu Nacional. Ao ver o desaparecimento de tantas construções – e suas histórias – o leitor acaba se perguntando: será que o relato do avô é tão absurdo assim, ou estará acontecendo, de forma sutil, bem debaixo dos nossos olhos? Será que um dia vamos perder tantas memórias?

Já o escritor José Roberto Torero e o ilustrador Ivo Minkovicius escolheram contar histórias de um tipo específico de prédio: os “Castelos”. Mal podíamos imaginar que existem por aí – pelo menos na fantasia – tantos tipos de castelo: o Voador, o Cabeludo, o Aquático, o Solitário. Aqueles feito de Livros, de Ossos, de Areia e de Pizza. O Azul, o Branquíssimo, o Cinzento que ficou Verde, e outros tantos. Cada um deles, embora pareça tão fantástico, nos abre os olhos para o dia a dia de nossos próprios castelos – casas e apartamentos, mansões e barracos – também recheados de diversões e tristezas, desejos e brigas, manias e acasos.

Ficha Técnica:
O dia em que meu prédio deu no pé.
Texto de Estevão Azevedo, com ilustrações de Rômolo D’Hipólito. Cia das Letrinhas, 2021.
Castelos.
Texto de José Roberto Torero, imagens de Ivo Minkovicius. Editora Padaria de Livros, 2021.

Sobre os autores:
Estevão Azevedo, potiguar radicado em São Paulo, é escritor e editor.
Rômolo D’Hipólito, paranaense, é ilustrador e designer gráfico.
José Roberto Torero, paulista, é escritor, jornalista e cineasta.
Ivo Minkovicius, paulista, é arquiteto e ilustrador.


LEIA TAMBÉM:


Gostou do nosso conteúdo? Receba o melhor da Canguru News semanalmente no seu e-mail.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, deixe seu comentário
Seu nome aqui