Programa Leia para uma Criança 2021 vai priorizar quem está em situação de vulnerabilidade

Títulos selecionados na campanha de 2021 tratam de literaturas negra e indígena, com autores brasileiros; ao todo, serão distribuídos dois milhões de livros

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'Leia para uma Criança' será exclusivo a escolas e organizações
Programa busca estimular a leitura entre adultos e crianças e fortalecer o vínculo afetivo em família
Buscador de educadores parentais
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O programa Leia para uma criança, do Itaú Social, que distribui dois livros infantis gratuitamente a crianças de 0 a 6 anos de idade, anunciou hoje, durante coletiva de imprensa online, que os 2 milhões de livros deste ano serão entregues apenas para escolas e creches públicas, bibliotecas comunitárias, organizações da sociedade civil e outros equipamentos públicos voltados para a garantia de direitos das crianças da primeira infância.

Segundo a superintendente do Itaú Social, Angela Dannemann, a ideia é priorizar crianças em situação de maior vulnerabilidade. “Estamos fazendo uma mudança importante, considerando a transformação do mundo. Devido à pandemia e à exacerbação da desigualdade, as famílias com melhor condição social continuarão tendo acesso aos livros digitais para as suas crianças, podendo interagir com as obras, porém, agora todo o nosso reparte de livros físicos será destinado às famílias mais pobres e vulneráveis, de modo a que possamos promover o acesso à leitura de qualidade e contribuir com o desenvolvimento das crianças que foram ainda mais impactadas na pandemia”, explicou a superintendente.

O programa visa a estimular os adultos a lerem com e para as crianças, fortalecendo assim os vínculos afetivos em família. Este ano, foram selecionadas as obras “Enquanto o almoço não fica pronto” e “Os olhos do jaguar” (saiba mais sobre as obras abaixo).

Seleção das obras valorizou temáticas negras e indígenas

O edital público deste ano foi restrito a obras que valorizassem histórias, pessoas e culturas negras e indígenas, priorizando autores ou ilustradores que se autodeclaram negros e/ou indígenas. Segundo o programa, esse critério tem como propósito contribuir na diminuição das desigualdades e na valorização das diferenças.

“Estamos trabalhando com essa temática faz tempo, não é novidade, mas houve uma focalização nesse assunto, há muito poucas obras dessa natureza no país, mesmo sendo metade da população preta e parda”, ressalta Angela.

Desde 2010, o Leia para uma criança, iniciativa do Itaú Social e do Itaú Unibanco, distribui livros a crianças matriculadas na rede pública de municípios vulneráveis, organizações da sociedade civil e bibliotecas. Em 2019, o programa recebeu pela primeira vez o Prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura.

Pedro Smith, gerente de Marketing do Itaú, afirma haver uma carência de livros digitais de boa qualidade e recorda que o programa também oferece a estante digital , página virtual do programa, onde estão disponíveis 16 títulos e o acervo de 20 obras já distribuídas em anos anteriores, em versões audiovisuais acessíveis.

“Nosso papel como marca é reforçar a importância da leitura na primeira infância, e fazemos isso por meio da expansão da nossa estante digital e de novas experiências com a literatura. Nesse sentido, o programa evoluiu ao longo do tempo acompanhando as mudanças do comportamento dos consumidores, refletindo na experiência de consumo de nossos livros digitais”, afirma Pedro.

O gerente de marketing falou também sobre o lançamento, em outubro, mês das crianças, do livro digital “Era uma vez uma centopeia”, que conta a história desse bicho, caracterizado pela grande quantidade de pernas articuladas, que está com coceira no pé, mas não sabe em qual deles. “É uma história muito bem humorada, que estimula a interação por meio da leitura em voz alta.”

Conheça as obras escolhidas

“Enquanto o almoço não fica pronto”, descreve uma típica manhã na casa de uma família negra brasileira. Feijão na panela, samambaia na parede, vira-latas fazendo festa. Uma manhã onde parece que quase nada acontece mas que, na verdade, é uma aventura pelo universo da ternura. O livro escrito por Sônia Rosa e publicado pela editora Zit, conta com versos delicados e ilustrações vibrantes de Bruna Assis Brasil e faz um convite para que as crianças observem e percebam os afetos do dia a dia.

Autor de livros de literatura indígena, Yaguarê Yamã trouxe neste livro uma história oriunda das culturas dos povos Sateré-Mawé e Maraguá, passada de geração para geração. Com ilustrações de Rosinha, cheia de cores e formas que demonstram as riquezas da floresta, “Os olhos do jaguar” conta sobre o relacionamento do jaguar, todo esperto, com os outros animais. Porém, ele se viu em uma situação que precisou da ajuda do inhambu, uma ave comum da Amazônia, para poder continuar sua trajetória. O autor acrescentou no texto várias palavras da língua maraguá e, ao final da obra, é possível saber mais sobre seu povo, que vive no estado do Amazonas.

Como solicitar os livros do projeto Leia para uma criança

As instituições podem solicitar um kit, ou seja, os dois livros, para cada criança atendida ou matriculada, de 0 a 6 anos de idade. Basta acessar itausocial.org.br/leiaparaumacrianca.

Podem participar: secretarias municipais de Educação; creches e escolas públicas ou sem fins lucrativos; organizações da sociedade civil; bibliotecas públicas e comunitárias; centros de acolhimento e outros aparelhos públicos, como UBS (Unidade Básica de Saúde), CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).

As solicitações serão analisadas pelo Itaú Social e podem ser aprovadas ou reprovadas segundo os critérios de vulnerabilidade social do município, disponibilidade de estoque, regionalidade, entre outros. Pedidos que ultrapassem o número total de crianças matriculadas ou atendidas não serão contemplados. 

É possível solicitar ainda as versões das obras em Braile e fonte ampliada para crianças com deficiência visual, e em formato audiovisual com múltiplos recursos de acessibilidade, como Libras e audiodescrição. Mas, devido ao número limitado de livros nestes padrões, há prioridade para os municípios em maior situação de vulnerabilidade. As versões audiovisuais acessíveis também podem ser acessadas on-line, na página do programa, por responsáveis de crianças com deficiência.



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