Durante pandemia do novo coronavírus, prontos-socorros infantis esvaziam

Procura por atendimento médico infantil caiu com as crianças ficando em casa na quarentena

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Criança sendo examinada por médica, ilustrando matéria sobre queda na procura por atendimento médico infantil durante a pandemia.
Clima mais frio e seco do inverno costuma levar muitas crianças a PSs - o que não está acontecendo neste ano
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No inverno, vários locais do Brasil enfrentam um tempo mais frio e seco e é muito comum que mais crianças apresentem quadros de doenças respiratórias. Isso faz com que os prontos-socorros infantis geralmente observem uma alta na procura por atendimento – no entanto, durante a pandemia do novo coronavírus, a procura por atendimento médico infantil diminuiu. 

Na cidade de São Paulo, por exemplo, vários hospitais registraram uma queda na procura por atendimento infantil, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo. No Hospital Sírio-Libanês, o movimento do PS caiu em até 25% em relação aos meses do verão. Um levantamento realizado pelo Hospital São Camilo, que esperava um aumento de 20% no atendimento a crianças com a chegada do inverno, mostra que, neste ano, houve queda de 80% em relação à média da mesma época do ano anterior. O Hospital Municipal Menino Jesus, da Prefeitura de São Paulo, também registrou queda nos atendimentos infantis no período de março a junho deste ano em relação ao mesmo período de 2019. 

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Especialistas ouvidos pelo veículo destacam duas possíveis explicações para a situação. O pediatra e infectologista Marco Aurélio Safadi, presidente de Imunizações da Sociedade de Pediatria de São Paulo, afirma que a quarentena pela pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças de comportamento para todos, como ficar em casa e manter hábitos de higiene, o que pode ter protegido as crianças de outras doenças além da Covid-19. 

Já o médico Linus Pauling Fascina, que é gerente médico do departamento materno-infantil do Hospital Albert Einstein, acredita que fronteiras fechadas, com menos circulação de vírus e bactérias entre as nações, podem explicar a redução na procura por atendimento infantil. Fascina ressaltou para a reportagem do Estadão, no entanto, que é cedo para conclusões, já que o cenário de doenças infantis em meio à pandemia, assim como muitos outros aspectos dela, ainda será muito estudado. 

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Marco Aurélio Safadi disse ao jornal que não considera o medo dos pais de sair de casa com as crianças durante a pandemia, principalmente para se dirigir a um hospital, como um fator decisivo para a redução de atendimentos infantis. O pediatra Fernando Oliveira, do Hospital Menino Jesus, ressaltou ao Estadão que os pais não podem ignorar sintomas das crianças por causa desse medo e alertou que falta de ar e febre alta, por exemplo, demandam atendimento médico. 

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