Por uma Páscoa mais saudável 

Pediatra faz um alerta aos pais sobre a importância de cultivar bons hábitos alimentares desde a infância e sugere outras formas de celebrar a data sem consumo excessivo e com mais diversão

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Família afro pinta ovos de Páscoa
Atividades como pintar os ovos permitem fortalecer vínculos em família
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Com a chegada das festividades de Páscoa, aumenta significativamente a oferta de doces e alimentos açucarados, o que pode representar um desafio para os pais preocupados com a saúde e a alimentação de seus filhos. Em um contexto em que a obesidade infantil tem se tornado uma preocupação crescente, é fundamental ficar atento aos hábitos alimentares das crianças para adotar medidas que previnam o consumo excessivo de açúcar, especialmente durante esta época.

Dados recentes do World Obesity Atlas estimam que, em 2035, metade das crianças brasileiras estará obesa. Um problema de saúde pública ainda desproporcionalmente negligenciado por gestores e até mesmo pela população. Esses dados alarmantes ressaltam a importância de promover hábitos alimentares saudáveis desde a primeira infância.

A obesidade infantil está fortemente associada a um maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas e hipertensão, na vida adulta. Portanto, os pais precisam estar cientes dos impactos que uma alimentação inadequada pode ter na saúde de seus filhos a longo prazo e agir proativamente para evitar essas consequências.

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Para criar rituais significativos durante as festas de Páscoa, sem recorrer ao consumismo excessivo e ao consumo desenfreado de doces, os pais podem optar por alternativas saudáveis e criativas. Uma dica é incentivar brincadeiras ao ar livre e momentos de convívio familiar que não estejam centrados em alimentos açucarados.

Em vez de optar por ovos de chocolate repletos de açúcar e brindes que virarão lixo não biodegradável em menos de um mês, vale procurar por alternativas mais saudáveis. Inúmeros comércios locais já apresentam opções adoçadas sem uso de açúcar, com tâmaras por exemplo, e qualidade nutricional indubitavelmente melhor do que os chocolates tradicionais.

Aos pais cabe a responsabilidade de cuidar da alimentação de seus filhos e resistir às pressões da indústria de alimentos, que muitas vezes prioriza o lucro em detrimento da saúde da população. A publicidade direcionada às crianças é ilegal no Brasil, mas continua promovendo alimentos ultraprocessados e ricos em açúcar. Os pais devem estar cientes de seus direitos e proteger seus filhos dessas influências nocivas.

O momento em família pode ser uma ótima oportunidade de conscientizar outros familiares quanto à importância de estabelecer hábitos mais saudáveis. Se todos estiverem preocupados com o futuro das crianças, fica mais fácil reduzir a oferta de alimentos nocivos ao mesmo tempo que novas tradições são criadas, fortalecendo os laços familiares.

As festas de Páscoa também podem ser uma excelente oportunidade para os pais ensinarem seus filhos sobre alimentação saudável e equilibrada, enquanto criam memórias significativas e duradouras em família.

Sempre vale lembrar que obesidade infantil é doença e, uma vez diagnosticada, deve ser conduzida por profissionais capazes com respeito e acolhimento. Buscar ajuda médica é a melhor opção. E quando falamos em prevenção, ao adotar estratégias para reduzir o consumo de doces e promover hábitos alimentares nutritivos no dia-a-dia, mantendo essa premissa nas festividades, os pais contribuem para o bem-estar e a saúde de seus filhos a longo prazo. Que todos tenhamos uma boa Páscoa! 

*Este texto é de responsabilidade do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.

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Talita Lodi Holtel
Talita Lode Holtel é mãe de Paola e Helena. Pediatra e hebiatra formada pela Unifesp, é especialista em gestão em saúde e coordenadora do Pronto Atendimento Infantil e da Unidade de Internação Pediátrica do Hospital Sepaco (SP), além de Supervisora do Programa de Residência Médica.

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