Criança também tem herpes e afta; saiba as causas e tratamentos

Lesões bucais, além de muito incômodas, também podem representar sinais de algum tipo de desordem no sistema imunológico dos pequenos

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Criança com feição desconfortável, com os lábios abertos, apresentando machucados
Aftas e herpes em crianças podem causar grande desconforto e afetar ingestão de alimentos e hidratação
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Apesar de extremamente incômodas, a afta e a herpes infantil podem ser facilmente diferenciadas. Ambas afetam a saúde bucal das crianças, que podem se sentir desconfortáveis, prejudicando a alimentação e ingestão de bebidas. Ainda que os tratamentos sejam simples, tais casos devem ser tratados com muita atenção, principalmente durante a primeira infância.

“A herpes e a afta são sempre avisos do corpo para dizer que existe algo em desordem. Existe alguma situação no corpo, geralmente ligada à imunidade, que faz com que as lesões apareçam. Se elas aparecerem, não é só para tratar a lesão, mas também buscar entender porque a criança teve baixa de imunidade. Às vezes é falta de alguma vitamina ou alimentação desregulada”, explica Adriana Cátia Mazzoni, odontopediatria e membro do Núcleo de Estudos de Saúde Oral da Sociedade de Pediatria de São Paulo. 

Herpes infantil

A herpes faz parte de uma família de 8 vírus, sendo que, nos quadros de herpes infantil, os casos mais frequentes se dão pela contaminação em decorrência do vírus Herpes 1. Os casos começam a se manifestar a partir dos 6 meses de idade, podendo se estender até os 5 anos. Entre seus principais sintomas estão: lesões na língua, bochecha, palato, gengiva e lábios. As gengivas ficam inflamadas e há dificuldade na ingestão de alimentos. 

O beijo nas crianças, apesar de um ato de carinho, pode ser um dos principais responsáveis pela transmissão do vírus. Adriana Cátia ressalta a importância do cuidado na hora de compartilhar objetos com os pequenos: “A melhor maneira de prevenção é através dos cuidados com contato, beijos na boca e uso de talheres e copos de alguém infectado. Lavar as mãos, manter os brinquedos limpos, não usar copos e talheres de outros, e não deixar que as crianças beijem outras crianças quando estão infectadas, é uma forma de conter a transmissão do vírus”.

O tratamento, embora simples, deve ser realizado com muita atenção. Nos quadros mais leves, inclui analgésicos, limpezas com gaze e água fria e bochechos com solução de clorexidina (remédio com ação antimicrobiana). Já nos casos mais intensos, remédios de rápida resolução oral, como aciclovir, são utilizados. Além disso, alimentos quentes, salgados e ácidos devem ser evitados. Por causar muita dor, e até mesmo quadros febris, antitérmicos podem ser aplicados em conjunto com uma alimentação que priorize alimentos frios e pastosos. 

Apesar de parecer inofensiva, a herpes infantil, principalmente na primeira infância, deve ser observada de perto pelos pais. O vírus pode acarretar um quadro grave de infecção disseminada, potencialmente fatal. Raphael Ferreira Barbosa, infectologista da Paraná Clínicas, enfatiza a importância na procura por um atendimento especializado. “Em crianças pequenas essas lesões são sempre muito dolorosas, podendo impedir a criança de se hidratar. É sempre importante buscar atendimento médico para analgesia correta e orientação sobre cuidados com as lesões e sobre os sinais de alarme da doença.”

Afta infantil 

Diferentemente da herpes, a afta não é contagiosa. Ela aparece quando acontece uma queda da resistência imunológica, reação alérgica (uso de medicamentos, creme dental, contato com certos alimentos ou manifestação de algum desequilíbrio gastrointestinal), ou até mesmo devido a algum trauma local. 

“A afta é uma pequena úlcera na mucosa oral, língua ou gengiva. Essas úlceras costumam ser bem dolorosas e incomodar a criança, dificultando a alimentação e ingestão de líquidos. Existem várias causas para as aftas. Podem acontecer por algum trauma na mucosa, por exemplo durante escovação dos dentes, ou uma mordida na bochecha. Podem também ser resultado de alteração do sistema imunológico mais enfraquecido, por estresse, ansiedade ou alguma outra doença que afete a imunidade”, explica Paulo Telles, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria

A afta é curada pelo próprio corpo, sem a necessidade específica de medicação, em um período de 3 a 7 dias. Em caso de febre, fadiga ou qualquer outro sintoma adverso, é importante que um médico seja procurado. Como forma de tratamento, alimentos ácidos devem ser evitados. A ingestão de água deve ser frequente e a higiene bucal deve receber cuidado redobrado. Medicamentos tópicos podem ser utilizados como forma de aliviar os sintomas, como por exemplo a aplicação de laser de diodo, em baixa potência. 


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