A escola tem um papel importante na formação de caráter, construção de valores e crenças pedagógicas, e nas convivências interpessoais que ali se estabelecem.
A existência de um ambiente seguro, amigável e democrático, que permite a escuta das crianças é fundamental para que se desenvolvam de forma saudável. Nesse sentido, é importante que o professor esteja atento à linguagem utilizada e à maneira como dialoga com os pequenos. A qualidade das relações estipuladas pelo educador dentro do seu papel de formador traz impacto à formação da personalidade das crianças e em aspectos de autoestima, compreensão de si mesmo e na relação com o próximo.
Se o adulto age de forma agressiva com a criança, ela pode passar a resolver seus problemas com hostilidade. Não é por meio de críticas e julgamentos que a criança vai aprender, afirma a pedagoga Marizane Piergentile, diretora de educação da Rede Adventista do ABCDM e Baixada Santista.
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Ela diz que para ocorrer uma boa comunicação é fundamental utilizar a escuta ativa, onde o professor não apenas ouve, mas também comunica que entendeu o que a criança disse.
“Na hora de conversar com os alunos é necessário colocar toda atenção na conversa, mantendo contato visual e se abaixando na altura deles para evitar qualquer tom de superioridade e mostrar entendimento e acolhimento”, explica Marizane.
Fora da escola, os alunos põem em prática o que aprendem em sala de aula, relacionado não só ao conteúdo acadêmico, mas também na parte social. Aos professores e às famílias, Marizane aconselha a sempre questionar a criança com perguntas como “O que você quer dizer com isso?”, “Por que precisa disso?”, “Precisa ser agora?”, “Quanto tempo pode esperar?” “Você quer ajuda para preparar?”.
A criação de um espaço democrático também pressupõe abertura para as escolhas, com possibilidade de preferência, mas com limites. “A democracia com as crianças não significa que elas podem ter tudo o que desejam, mas elas saberão o porquê das respostas dos adultos”, esclarece a diretora.
Ainda que seja desafiador responder a todas as dúvidas de uma criança – aos quatro anos de idade, por exemplo, ela pode fazer até 300 perguntas por dia – isso faz parte do processo e é fundamental para incentivar sua própria autonomia e identidade.