‘Jovens, a partir dos 11 ou 12 anos, deveriam ter a oportunidade de aprender mais sobre eles’

Para a educadora portuguesa, Magda Gomes Dias, temas como desenvolvimento pessoal deveriam ser inclusos no currículo escolar; "Muitos conflitos, muitas ansiedades, culpas e medos seriam evitados com tudo isto", diz ela

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Menina de cabelo crespo canta, em pé, segurando microfone e pai no sofá toca violão
Embora os aprendizados ocorram ao longo do tempo, "há processos que merecem ser acelerados, para que possamos ter uma qualidade de vida bem melhor", avalia a educadora
Buscador de educadores parentais
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Durante muito tempo achei que a maravilha da vida era, justamente, essa descoberta, ao longo dos tempos, de quem somos, das visões que mudam, das aprendizagens que fazemos.

Hoje, mantenho quase a totalidade dessa opinião, mas com a certeza de que há processos que merecem ser acelerados, para que possamos ter uma qualidade de vida bem melhor.

Desenvolvimento pessoal, melhorar a forma como comunicamos uns com os outros, aprender mais sobre comportamentos teriam sido muito úteis nas nossas vidas. Na de todos.

Há anos que mergulhei nesta área e continuo a aprender todos os dias, através das pessoas que surgem na minha vida, nos olhares diferentes, nos livros que leio e nas reflexões que procuro fazer. Estou convencida, contudo, de que o fato de conseguir aprender tem a ver com a capacidade que desenvolvi em saber olhar. Fui premiada com encontros e reflexões durante a minha juventude que me abriram horizontes. Cruzei com algumas pessoas que me permitiram isso. E todos aqueles a quem não saiu esta sorte grande? Talvez aprendam mais tarde, talvez nunca aprendam, não sei. Mas, confesso, gostaria muito que esta “loteria” saísse a toda a gente.

Entendermos o que faz com que esta pessoa tenha este ou aquele comportamento torna a vida muito mais simples. Entender porque agimos desta maneira e noutra temos mais dificuldade, é o princípio de uma possível transformação.

Acredito que os jovens, a partir dos 11 ou 12 anos, deveriam ter a oportunidade de aprender mais sobre eles, sobre a diferença que podem fazer e também afinarem o olhar e relacionarem-se com os outros, sobretudo com aqueles que não são iguais nem pensam igual. E esta aprendizagem aconteceria não porque tenham problemas ou dificuldades, mas porque aumenta, consideravelmente, a qualidade de vida, a empatia e também a autocompaixão. Tal como perceber sobre poupança, finanças, entender o outro e a nós, promovendo o desenvolvimento pessoal, poderiam ser disciplinas obrigatórias nos curriculos escolares. Muitos conflitos, muitas ansiedades, culpas e medos seriam evitados com tudo isto.

Simples não é?


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