7 estratégias para superar dificuldades de aprendizagem em sala de aula 

Neuropedagoga sugere investir na formação continuada e no uso de abordagens adaptativas

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Atividades visam promover inclusão de alunos com desafios cognitivos
Buscador de educadores parentais
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Diante de um número crescente de crianças com transtornos como dislexia, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou dificuldades pedagógicas temporárias, identificar e acompanhar esses alunos em sala de aula deixou de ser apenas uma tarefa da psicopedagogia, exigindo também a atuação do professor na linha de frente para o sucesso da inclusão.  

A avaliação é de Mara Duarte da Costa, neuropedagoga e diretora da Rhema Neuroeducação, que alerta: “Sem formação adequada, os professores não conseguem diferenciar uma dificuldade de um transtorno — e isso afeta diretamente a qualidade da intervenção”. 

A classificação da CID-11 (Classificação Internacional de Doenças) estabelece critérios claros para distinguir dificuldades pontuais de transtornos persistentes. Enquanto dificuldades podem surgir de fatores externos — como pouca estimulação em casa ou métodos pedagógicos inadequados — e tendem a ser superadas com ajustes, os transtornos exigem intervenções especializadas. “Dislexia, discalculia e TDAH são condições que comprometem habilidades cognitivas essenciais e precisam ser identificadas o quanto antes”, explica Mara. 

Relatórios pedagógicos bem estruturados, com registros diários de desempenho e comportamento, são um dos principais instrumentos para dar início ao acompanhamento. Esses documentos, além de orientar a escola, subsidiam o encaminhamento clínico e ajudam a família a compreender melhor as necessidades da criança. 

Aos 4 ou 5 anos, sinais como desatenção frequente, dificuldade em reconhecer formas e cores ou problemas motores finos já indicam a necessidade de atenção redobrada. Nessa faixa etária, a intervenção precoce pode fazer toda a diferença. “Quanto mais cedo for feita a intervenção, maiores são as chances de o aluno se desenvolver plenamente, sem que isso impacte sua autoestima ou trajetória acadêmica”, destaca Mara. 

Para lidar com as dificuldades de forma prática, a especialista destaca um conjunto de sete estratégias voltadas à alfabetização e à matemática: 

1.Desenvolvimento de consciência fonológica: Incentive o reconhecimento e manipulação dos sons das palavras por meio de atividades de rimas, segmentação de fonemas e formação de palavras. Ou seja, essas práticas fortalecem a base para a leitura e escrita. 

2.Incorporação de jogos sensoriais e lúdicos: Utilize materiais como massinha, areia e letras em alto-relevo para tornar o aprendizado mais concreto e interativo. Portanto, isso facilita a fixação de conceitos e estimula diferentes canais de aprendizagem. 

3.Leitura guiada e compartilhada: Realize leituras conjuntas, utilizando livros adequados à faixa etária. Por isso, durante a leitura, promova discussões, faça perguntas e estimule a identificação de sons e letras. 

4.Reforço positivo e celebração de conquistas: Valorize cada progresso, por menor que seja. Sendo assim, o reconhecimento constante das conquistas fortalece a autoconfiança e motivação para o aprendizado. 

5.Uso de materiais concretos na matemática: Explore recursos visuais e táteis, como blocos, fichas e jogos, para ensinar conceitos matemáticos básicos. Desse modo, o aprendizado concreto facilita a compreensão e retenção do conhecimento. 

6.Divisão de tarefas em etapas menores: Quebre tarefas complexas em partes simples e gerenciáveis. Ou seja, isso ajuda a criança a compreender cada etapa do processo e avançar gradualmente. 

7.Utilização de reforços visuais e tecnologias assistivas: Implemente o uso de gráficos, tabelas, desenhos e ferramentas tecnológicas para facilitar a compreensão de conceitos abstratos. Saiba que dessa forma, esses recursos auxiliam na visualização e organização do pensamento. 

Segundo Mara, o professor deve atuar como um observador contínuo, comunicador com as famílias e adaptador de estratégias para garantir que todos os alunos participem efetivamente da vida escolar. Isso inclui adaptar tarefas, utilizar diferentes formas de linguagem, e flexibilizar tempo de execução das atividades. “Inclusão não é fazer o mesmo para todos, é garantir que cada um tenha acesso ao que precisa para aprender”, afirma. 

A formação continuada, especialmente nas áreas de neuroeducação, psicopedagogia e metodologias ativas, é considerada peça-chave para preparar educadores frente à diversidade cognitiva presente em sala de aula. A especialista defende que a inclusão não pode se limitar ao discurso. “Formar professores preparados é a única forma de transformar o cotidiano escolar em um espaço verdadeiramente inclusivo”, conclui Mara. 

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