Seu filho tem chulé? Saiba como diminuir o mau cheiro nos pés

Crianças que suam em excesso têm mais chances de apresentar o problema; dermatologistas dão dicas de cuidados com os pés

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Criança com chulé: saiba como diminuir o mau cheiro nos pés; menino de olhos fechados aperta nariz com os dedos e segura um sapato na outra mão
Calçados de couro e borracha podem aumentar o suor nos pés e por consequência o mau odor
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Para algumas crianças, basta tirar o sapato e logo é possível sentir um cheiro forte no ar. Se para os outros é desagradável sentir o mau odor, para a criança que tem esse problema pode ser constrangedor passar por isso, principalmente, na frente dos amigos – ainda mais se são daqueles que gostam de zombar o colega. O mau cheiro, popularmente conhecido como chulé, é fruto de uma combinação do suor, bactérias e queratina, uma proteína presente nos pés. É ela que libera um forte odor ao ser decomposta por bactérias. Estas, por sua vez, se proliferam graças ao ambiente úmido dos pés, provocado pela transpiração e o uso frequente de meias e sapatos.

“Normalmente nosso suor não possui cheiro. O odor ruim (chulé) é causado pela transpiração, que causa maceração da pele, e por sua vez resulta em proliferação bacteriana e degradação da queratina”, explica Rafaella Caruso, dermatologista do Hospital Santa Catarina, em São Paulo. Ela afirma que a criança que possui mais sudorese tem mais chance de ter chulé associado. “A hiperidrose (suor excessivo) frequentemente está relacionada à bromidrose (chulé)”, diz ela.

O chulé pode acontecer em qualquer idade, desde crianças pequenas até idosos, sendo mais comum, porém, após a puberdade, fase de transição da infância para a vida adulta, quando o corpo passa por transformações fisiológicas e biológicas – entre 8 e 13 anos, nas meninas, e entre 9 e 14 anos, nos meninos.

A dermatologista do Vera Cruz Hospital, Ana Paula Giovannetti, também na capital paulista, relata que o chulé não deve ser visto como algo grave, mas pode ser que tenha relação com outros sintomas. “O chulé em si, não tem nenhuma gravidade e não indica outros problemas, a não ser quando está associado à hiperidrose, que também não tem gravidade, mas pode sim favorecer as micoses, a disidroses (aparecimento de pequenas bolhas preenchidas de líquido, que geralmente aparecem nas mãos e nos pés), entre outras condições”, explica a médica.

A dermatologista Carolina Milanez, que tem clínica em Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo, ressalta que o cheiro é algo inerente ao ser humano, devido às secreções que temos no corpo, mas pode ser controlado com medidas gerais. “No caso de infecção bacteriana, deve ser feito um tratamento específico para essa condição. Já o excesso de suor pode ser amenizado com algumas medidas de controle”, diz Carolina. A seguir, as dermatologistas dão orientações quanto aos cuidados com os pés para evitar o chulé.


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Como fazer a higiene dos pés

Os pés da criança devem ser lavados com água e sabonete uma a duas vezes ao dia, sempre lembrando de secar bem a planta dos pés e os dedos após a lavagem. É importante também trocar as meias diariamente e evitar usar o mesmo calçado dias seguidos, quando isso for possível.

Talcos e sabonetes antissépticos

Esses produtos podem sim ser usados. “Talcos líquidos podem ser usados por crianças se o motivo do mau cheiro nos pés é a transpiração. Talcos em pó são contra-indicados pelo risco de acidente como inalação/afogamento. Já os sabonetes antissépticos são indicados quando o motivo do chulé na crianca tem a ver com uma infecção bacteriana, mas deve ser usado apenas nos pés e por tempo limitado”, orienta Carolina. E se o mau cheiro persiste, mesmo com o uso de talcos, é preciso buscar tratamento, orienta a dermatologista Ana Paula.

Calçados indicados para evitar o chulé na criança

As médicas sugerem o uso de calçados abertos, que permitam uma ventilação maior dos pés e orientam a tentar não usar o mesmo calçado todo dia. Ao usar sapatos fechados, utilizar sempre com meias, permitindo assim a absorção do suor. “Calçados de couro e borracha podem piorar a sudorese e por consequência o odor”, relata Rafaela Caruso. Ela diz que sempre que possível, deve-se deixar os sapatos no sol após o uso. Ana Paula complementa que é essencial também deixar o pé respirar. “É bom lembrar que sapatos plásticos podem piorar o chulé, por aumentar a transpiração”, diz a dermatologista do Vera Cruz Hospital.

Tecido das meias

Vale dar preferência para meias de algodão e que absorvam o suor. Tecidos sintéticos devem ser evitados. Também é importante trocar as meias diariamente. “Os tecidos que não permitem a transpiração, como os sintéticos, armazenam mais o suor e deixam o pé mais molhado. O fato do pé ficar molhado, abafado, quente, deixa o ambiente mais propenso à proliferação de bactérias e fungos, contribuindo assim para o mau odor dos pés”, destaca Carolina.

Descarte de sapatos com cheiro forte de chulé

Não, necessariamente, é preciso jogar fora o sapato da criança que está com cheiro forte de chulé. As dermatologistas dizem que o calçado pode ser lavado com frequência, usando substâncias desinfetantes (como spray de lysoform, por exemplo). Receitas caseiras também podem ajudar, entre elas, deixar calçados e palmilhas com vinagre. “Uma correta higienização dos calçados e a troca regular dos sapatos são passos importantes no tratamento”, reforça a dermatologista de Mogi das Cruzes. “O ideal é ter pelo menos dois pares de sapato – usou um par um dia, no dia seguinte, usa outro, enquanto limpa, higieniza e deixa o calçado secando ao sol”, recomenda Carolina.


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