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\n[mc4wp_form id=\"26137\"]\n","post_title":"Troque o 'eu avisei' por 'eu sinto muito'","post_excerpt":"A psic\u00f3loga Patr\u00edcia Nol\u00eato diz que enquanto pais, somos bons em resolver problemas, identificar e corrigir erros, mas esquecemos do principal: a conex\u00e3o, o amparo, o v\u00ednculo.","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"eu-avisei-troque-por-eu-sinto-muito","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2021-06-24 20:17:40","post_modified_gmt":"2021-06-24 23:17:40","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=33820","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"image\/jpeg","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":32724,"post_author":"24","post_date":"2021-06-02 10:32:30","post_date_gmt":"2021-06-02 13:32:30","post_content":"\n

Voc\u00ea entraria em um jogo sem conhecer todas as regras, sem ter claro o que pode e o que n\u00e3o pode? Um jogo que nem sempre \u00e9 justo, que faz voc\u00ea ultrapassar alguns limites e que quando um dorme nem todos dormem?<\/p>\n\n\n\n

E se eu te contar que \u00e9 um jogo que n\u00e3o tem pausa, que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel ganhar mais vidas, e que n\u00e3o existem superpoderes como voar nem estar em dois lugares ao mesmo tempo?<\/p>\n\n\n\n

E se eu te disser que o que funciona com a jogadora ao lado pode n\u00e3o funcionar com voc\u00ea, que mudar de fase \u00e0s vezes demora muito mais do que gostar\u00edamos e que mesmos que voc\u00ea esteja exausta e chore sozinha no banheiro, n\u00e3o tem como desistir.<\/p>\n\n\n\n

Bem-vinda a maternidade!<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o quero ser cruel. Sei que quando eles dormem ficamos l\u00e1 olhando apaixonadas por aqueles serezinhos que antes mesmo de nascer j\u00e1 roubaram nosso cora\u00e7\u00e3o e nunca mais v\u00e3o nos devolver.<\/p>\n\n\n\n

Sem deixar de lado as del\u00edcias e maravilhas da maternidade, quero ser sincera: a maternidade \u00e9 um desafio!<\/p>\n\n\n\n

Viver nesse mundo novo, cansativo e com regras duvidosas muitas vezes \u00e9 um gatilho emocional que nos fazem questionar nossa sa\u00fade mental.<\/p>\n\n\n\n


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Leia tamb\u00e9m: Pfizer inicia testes cl\u00ednicos da vacina contra Covid-19 em gr\u00e1vidas e rec\u00e9m-nascidos<\/a><\/p>\n\n\n\n


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Se voc\u00ea \u00e9 m\u00e3e, talvez nada disso seja novidade. Mas quero dividir com voc\u00ea algo que me fez olhar a experi\u00eancia da maternidade de um jeito que nunca olhei.<\/p>\n\n\n\n

Ao longo desses 20 anos na psicologia, tive a oportunidade de atender muitas mulheres que se tornaram m\u00e3es. Pacientes que chegaram quando os filhos nasceram, pacientes que j\u00e1 estavam aqui e engravidaram, ou que chegaram aqui na inunda\u00e7\u00e3o das emo\u00e7\u00f5es que uma gesta\u00e7\u00e3o traz.<\/p>\n\n\n\n

Como psic\u00f3loga tive a oportunidade de acompanhar algumas dessas m\u00e3es gr\u00e1vidas e pu\u00e9rperas na pandemia. Algumas m\u00e3es de primeira viagem (como se isso por si s\u00f3 j\u00e1 n\u00e3o atingisse a cota de desafios do ano), outras de segunda ou terceira (isso significa puerp\u00e9rio com outras crian\u00e7as em casa full time<\/em>!).<\/p>\n\n\n\n

Foram pacientes que eu quis, e ainda quero, especialmente abra\u00e7ar nessa pandemia, mas n\u00e3o pude. Pacientes que me lembravam da emo\u00e7\u00e3o mais desafiadora do puerp\u00e9rio: a solid\u00e3o!<\/p>\n\n\n\n

A solid\u00e3o vem dos dias sempre iguais, das mamadas da madrugada, do banho interrompido pelo choro do filho, choro, c\u00e1 entre n\u00f3s, que nem sempre \u00e9 real. Vem da x\u00edcara de ch\u00e1 que j\u00e1 esfriou 3 vezes, de equilibrar a comida no garfo enquanto amamenta, do leite que empedra, da fralda que vaza no meio da noite fria.<\/p>\n\n\n\n

A solid\u00e3o vem da falta de controle, do inesperado, do imprevis\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n

Agora imagine tudo isso no meio de uma pandemia. A solid\u00e3o, imposta pelo medo, pelo desconhecido, pelos riscos de cont\u00e1gio. A solid\u00e3o imposta pela aus\u00eancia do olhar do outro.<\/p>\n\n\n\n

Sabe aquele orgulho de exibir a barriga, de todo mundo quere sentir o beb\u00ea mexer, de aproveitar para fazer tudo que gosta antes do nen\u00e9m nascer? Sabe aquela foto com as amigas todas barrigudas e todo mundo querendo ver como ficou o quartinho do beb\u00ea? Sabe aquela alegria de sentir que todos que s\u00e3o importantes est\u00e3o por perto nesse momento especial? A av\u00f3 que vai junto para escolher as roupinhas do beb\u00ea? A bisa que mostra com orgulho todas as touquinhas de l\u00e3 e os sapatinhos de croch\u00ea que fez. A fam\u00edlia e os amigos reunidos no ch\u00e1 de fraldas?<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o teve.<\/p>\n\n\n\n

Todas as m\u00e3es que acompanhei nesse mais de um ano de pandemia, tinham algo em comum: a falta dessa conex\u00e3o com o mundo.<\/p>\n\n\n\n

Isso me fez pensar muito no quanto precisamos dos outros para sermos n\u00f3s mesmos. Quando eu digo de mim para algu\u00e9m eu me enxergo. Quando me encontro com o outro, me encontro comigo.<\/p>\n\n\n\n

A conex\u00e3o com o outro faz a gente existir!<\/p>\n\n\n\n

E o que eu quero com esse texto? Despertar em n\u00f3s empatia! Gerar em n\u00f3s movimento. Movimento em dire\u00e7\u00e3o a essas m\u00e3es da pandemia que n\u00e3o podemos abra\u00e7ar, mas que n\u00e3o precisam se sentir sozinhas nessa travessia.<\/p>\n\n\n\n

Que mesmo no meio dos nossos desafios di\u00e1rios a gente possa olhar para uma m\u00e3e dessas e ajud\u00e1-la a existir.<\/p>\n\n\n\n


\n\n\n\n

Leia tamb\u00e9m: As ang\u00fastias da gravidez na pandemia: o que j\u00e1 sabemos e o que os m\u00e9dicos aconselham<\/a><\/p>\n\n\n\n


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[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n\n\n\n

<\/p>\n","post_title":"Gr\u00e1vidas e pu\u00e9rperas na pandemia: mais empatia por essas mulheres","post_excerpt":"Diante de todos os desafios do isolamento social, \u00e9 importante ajudar as m\u00e3es a n\u00e3o se sentirem sozinhas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"gravidas-na-pandemia","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2025-11-26 17:06:23","post_modified_gmt":"2025-11-26 20:06:23","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=32724","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"image\/jpeg","comment_count":"1","filter":"raw"},{"ID":31175,"post_author":"24","post_date":"2021-05-03 15:27:34","post_date_gmt":"2021-05-03 18:27:34","post_content":"\n

Infelizmente a viol\u00eancia contra a crian\u00e7a cresceu muito com a pandemia. As crian\u00e7as est\u00e3o muito tempo em casa solicitando mais aten\u00e7\u00e3o, ajuda, afeto. Os pais est\u00e3o cansados, estressados e assumindo tarefas extras em rela\u00e7\u00e3o aos filhos. E essa combina\u00e7\u00e3o pais cansados + crian\u00e7as demandantes muitas vezes n\u00e3o termina bem. Quando falamos sobre viol\u00eancia contra as crian\u00e7as geralmente pensamos em viol\u00eancia f\u00edsica. Bater em uma crian\u00e7a \u00e9 abuso, mas existem abusos onde o adulto n\u00e3o precisa levantar as m\u00e3os.<\/p>\n\n\n\n

Sei que muitos dessa gera\u00e7\u00e3o de pais de hoje, foram crian\u00e7as que receberam viol\u00eancia em casa. Quando fa\u00e7o uma retrospectiva, voltando \u00e0s gera\u00e7\u00f5es passadas \u00e9 muito comum ver o abuso como algo corriqueiro nas fam\u00edlias que eu atendo. Era algo que n\u00e3o era questionado, os pais batiam quando a crian\u00e7a n\u00e3o obedecia.<\/p>\n\n\n\n

Meus pais apanharam dos meus av\u00f3s. Lembro de uma cena da minha inf\u00e2ncia, eu tinha por volta de 8 anos de idade e meu av\u00f4 juntou todos os netos para exibir com orgulho um objeto que nunca tinha visto na vida: uma palmat\u00f3ria. Nela tinha escrito os nomes dos 6 filhos e em frente a cada nome, tracinhos, que representam quantas vezes aquela crian\u00e7a havia apanhado por ter
desobedecido.<\/p>\n\n\n\n

Hoje quando lembro disso consigo olhar para meus pais, e para maneira que eles sabiam ser pais com compaix\u00e3o. Na minha casa n\u00e3o tinha palmat\u00f3ria, mas tinha chinelo, cinto, gritos e amea\u00e7as. Mais gritos e amea\u00e7as que palmadas, mas essas tamb\u00e9m existiam.<\/p>\n\n\n\n

Nos meus 20 anos como psic\u00f3loga cl\u00ednica atendi poucos adultos que n\u00e3o tivessem apanhado quando crian\u00e7a. Todos trazem mem\u00f3rias do\u00eddas, relatos com olhos marejados e emo\u00e7\u00f5es sofridas. Alguns se sentiam culpados e merecedores do castigo pois n\u00e3o eram bons o suficiente, outros se sentiam injusti\u00e7ados e hoje os olhos marejados tamb\u00e9m s\u00e3o de raiva.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o tenho d\u00favidas do impacto dos abusos f\u00edsicos na vida de cada adulto que apanhou na inf\u00e2ncia, mas tamb\u00e9m n\u00e3o tenho d\u00favidas do impacto de abuso um pouco mais \u201caceit\u00e1vel\u201d: gritos, chantagens, um olhar fuzilante, cr\u00edticas, ofensas e at\u00e9 mesmo o sil\u00eancio.
Hoje s\u00e3o adultos que carregam dentro de si, suas crian\u00e7as feridas e assustadas. Crian\u00e7as que receberam palavras invalidantes, olhares cr\u00edticos, que foram envergonhados pelos seus erros, que foram tachados de filho ruim, mal aluno, pregui\u00e7oso, incompetentes.<\/p>\n\n\n\n


\n\n\n\n

Leia tamb\u00e9m: Autoritarismo gera autoritarismo: ser\u00e1 que voc\u00ea est\u00e1 seguindo esse padr\u00e3o?<\/a><\/p>\n\n\n\n


\n\n\n\n

Adultos que ouviram:
\u201cEu estou falando isso porque eu te amo!\u201d
\u201cFoi bom, mas voc\u00ea \u00e9 capaz de fazer melhor\u201d
\u201cN\u00e3o quero saber o que aconteceu, voc\u00ea s\u00f3 inventa desculpas\u201d
\u201cJ\u00e1 vai chorar?\u201d
\u201cDeixa de ser idiota, ningu\u00e9m gosta de voc\u00ea!\u201d
\u201cSuas notas s\u00e3o med\u00edocres, voc\u00ea \u00e9 med\u00edocre, n\u00e3o vai ser ningu\u00e9m na vida!\u201d
\u201cO seu irm\u00e3o s\u00f3 me d\u00e1 orgulho.\u201d
\u201cEu mando e voc\u00ea obedece\u201d
\u201cSe n\u00e3o vai fazer por bem, vai fazer por mal.\u201d
\u201cVoc\u00ea deveria ter vergonha de me mostrar notas assim!\u201d
\u201cN\u00e3o sei mais o que fazer com voc\u00ea!\u201d
\u201cVoc\u00ea me deixa louca!\u201d
\u201cInfeliz o dia que voc\u00ea nasceu!\u201d<\/p>\n\n\n\n

Acredite, n\u00e3o foram s\u00f3 palavras. Foram abusos!<\/p>\n\n\n\n

Abusos que n\u00e3o marcam o corpo, mas ficam tatuados na alma! Tatuados de tal maneira que muitas vezes estamos ali entregando aos nossos filhos os gritos que recebemos.<\/p>\n\n\n\n

Quando percebemos, j\u00e1 gritamos, j\u00e1 chantageamos, rotulamos e ferimos com palavras. Quando eu era crian\u00e7a minha m\u00e3e tinha orgulho em dizer: \u201cEu n\u00e3o preciso falar, nada, eu s\u00f3 olho e elas obedecem\u201d. Voc\u00ea pode imaginar como era esse olhar de repreens\u00e3o da minha m\u00e3e. Um olhar que provavelmente jurei mil vezes que n\u00e3o ia repetir.<\/p>\n\n\n\n

Mas houve um dia na minha vida que esse olhar doeu de um jeito diferente. A Clara tinha quase 3 anos de idade, e pass\u00e1vamos por um grande desafio na hora de dormir. Ela deitava e demorava muito a pegar no sono, \u00e1s vezes mais de uma hora. Nesse dia eu estava cansada, com fome e ela por v\u00e1rias vezes levantou da cama, saiu do quarto, foi ao banheiro, bebeu \u00e1gua, cantou. Lembro
que agachei ao lado da cama dela e disse: J\u00e1 chega! N\u00e3o aguento mais.<\/p>\n\n\n\n

Ela come\u00e7ou a chorar. Entre solu\u00e7os e l\u00e1grimas falou. \u201cEu fico com medo quando voc\u00ea me olha assim!\u201d <\/p>\n\n\n\n

Nesse momento voltei a minha casa de inf\u00e2ncia. E vi que a dor dela tamb\u00e9m j\u00e1 foi a minha.<\/p>\n\n\n\n

Choramos juntas naquela noite.<\/p>\n\n\n\n

Sei que n\u00e3o est\u00e1 f\u00e1cil para muitos pais nesse momento. Quanto mais cansados estamos, mas f\u00e1cil \u00e9 voltar para aquilo que nos \u00e9 conhecido e repetir com nossos filhos, o que recebemos dos nossos pais.<\/p>\n\n\n\n

Como mudar disso?<\/p>\n\n\n\n

Olhar para nossa parentalidade, \u00e9 olhar constantemente para nossa inf\u00e2ncia. Para silenciar os gritos que damos, precisamos curar os gritos que recebemos.<\/p>\n\n\n\n


\n\n\n\n

Leia tamb\u00e9m: \u00c9 poss\u00edvel criar crian\u00e7as emocionalmente saud\u00e1veis atrav\u00e9s do medo e do castigo?<\/a><\/p>\n\n\n\n


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[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Abusos que n\u00e3o marcam o corpo, mas ficam tatuados na alma","post_excerpt":"Abusos mais \u201caceit\u00e1veis\u201d, como gritos, chantagens, ofensas e at\u00e9 mesmo o sil\u00eancio tamb\u00e9m t\u00eam um impacto forte nas crian\u00e7as","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"abusos-gritos-ofensas-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2025-11-26 17:00:14","post_modified_gmt":"2025-11-26 20:00:14","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=31175","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"image\/jpeg","comment_count":"1","filter":"raw"},{"ID":30132,"post_author":"24","post_date":"2021-04-09 12:26:10","post_date_gmt":"2021-04-09 15:26:10","post_content":"\n

Se voc\u00ea perguntar a uma crian\u00e7a hoje do que ela sente falta, com certeza muitas v\u00e3o responder: da escola.<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 mais de um ano, as aulas online passaram a ser a op\u00e7\u00e3o para crian\u00e7as e adolescentes conseguirem estar \u201cdentro\u201d das escolas. Os professores se reinventaram, superaram desafios, desenvolveram habilidades que nem sabiam que tinham.<\/p>\n\n\n\n

E as crian\u00e7as? Ser\u00e1 que se adaptaram? E os preju\u00edzos? Como est\u00e3o emocionalmente? Conseguimos medir os danos? Qual o impacto deste momento para essas crian\u00e7as no futuro?<\/p>\n\n\n\n

Provavelmente essas perguntas j\u00e1 passaram algumas vezes pela nossa mente.<\/p>\n\n\n\n

Apesar de saber que todas as crian\u00e7as est\u00e3o cansadas desse novo formato de escola, n\u00e3o temos uma resposta \u00fanica. Principalmente porque cada crian\u00e7a vive essa experi\u00eancia de uma maneira e isso est\u00e1 diretamente ligado ao seu temperamento.<\/p>\n\n\n\n

J\u00e1 conversamos sobre diferentes temperamentos<\/a> por aqui, lembram? \u00c9 como se fosse o tempero da crian\u00e7a, cada uma tem a sua misturinha.<\/p>\n\n\n\n

Dos diferentes tra\u00e7os do temperamento que existem, quero chamar a aten\u00e7\u00e3o para um deles: a extrovers\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Imaginem que \u00e9 como um el\u00e1stico. As crian\u00e7as que t\u00eam alta extrovers\u00e3o possuem um el\u00e1stico que estica muito, s\u00e3o falantes, soci\u00e1veis, expressivas, empolgadas. J\u00e1 as crian\u00e7as com baixa extrovers\u00e3o t\u00eam um el\u00e1stico que pouco se estica, s\u00e3o retra\u00eddos, t\u00edmidos, menos expressivos e se preocupam mais com a tarefa que com a intera\u00e7\u00e3o com o outro.<\/p>\n\n\n\n

Agora visualizem essas duas crian\u00e7as em uma aula virtual. Qual delas ter\u00e1 mais dificuldade? Qual vai levantar a m\u00e3o para fazer uma pergunta? Qual falar\u00e1 bem baixinho? Qual sentir\u00e1 mais ansiedade e desconforto durante os encontros? Qual ser\u00e1 mais espont\u00e2nea com a professora e com os colegas? Qual precisar\u00e1 fazer mais esfor\u00e7o para se adaptar?<\/p>\n\n\n\n

Sabemos que o temperamento n\u00e3o define a personalidade de uma crian\u00e7a, mas sim a intera\u00e7\u00e3o desse temperamento com o ambiente. E h\u00e1 um ano o ambiente n\u00e3o tem sido t\u00e3o facilitador para as crian\u00e7as, principalmente para as com baixa extrovers\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 importante lembrar que as crian\u00e7as desenvolvem habilidades sociais SOCIALIZANDO! Nesse tempo de pandemia elas tiveram poucas oportunidades para isso e muitas delas regrediram no que j\u00e1 conseguiam fazer.<\/p>\n\n\n\n

Para as crian\u00e7as introvertidas, desenvolver essas habilidades requer mais treino, mais oportunidades, mais est\u00edmulos do ambiente, mais modelagem feita por um adulto ou at\u00e9 mesmo por outra crian\u00e7a. Elas precisam vivenciar, experimentar, ver que n\u00e3o funciona de um jeito e buscar uma outra forma.<\/p>\n\n\n\n

As crian\u00e7as introvertidas requerem mais ajuda do ambiente, para conseguir, por exemplo, se expressar. Pode ser a professora que abaixa ao lado delas e pergunta se elas t\u00eam uma d\u00favida, o olhar apoiador de um colega, um trabalho em dupla ou em grupo onde podem ver como as outras crian\u00e7as se expressam, sugerem ideias e emitem opini\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Ela precisa de mais oportunidades para aprender a interagir, seja na aula de m\u00fasica, no esporte coletivo, na fila da cantina, na aula de artes ou na hora do recreio.<\/p>\n\n\n\n


\n\n\n\n

Leia tamb\u00e9m: 5 necessidades emocionais que devem ser atendidas para que a crian\u00e7a se torne um...<\/a><\/p>\n\n\n\n


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N\u00e3o podemos abrir as escolas, ent\u00e3o o que podemos fazer?<\/h3>\n\n\n\n

Se seu filho \u00e9 mais introvertido, n\u00e3o critique, apoie! D\u00ea exemplos de momentos que voc\u00ea viveu e se sentiu como ele se sente. Fa\u00e7a uma listinha de coisas que ele pode fazer que ir\u00e3o ajud\u00e1-lo, como, por exemplo: cantar uma m\u00fasica bem alto, brincar de faz de conta e cada hora ser um personagem, aprender a tocar um instrumento, gravar v\u00eddeos e \u00e1udios no celular e mandar para os amigos e familiares, treinar formar diferentes de cumprimentar o vizinho no elevador, brincar de m\u00edmica, hist\u00f3rias com fantoches...<\/p>\n\n\n\n

A ideia \u00e9 fazer atividades que treinem as habilidades sociais de um jeito divertido.<\/p>\n\n\n\n

Provavelmente as crian\u00e7as introvertidas n\u00e3o v\u00e3o se tornar adultos super extrovertidos, mas dependendo do caminho que trilharem, enquanto crescem, podem se tornar capazes de expressar e comunicar o que precisam sem ficar se escondendo para sempre atr\u00e1s da barra da saia da m\u00e3e.<\/p>\n\n\n\n

Termino aqui com um exemplo de uma crian\u00e7a muito, mas muito introvertida, que desenvolveu boas habilidades sociais ao longo do caminho e assim consegui esticar um pouco mais seu el\u00e1stico: eu.<\/p>\n\n\n\n

Quem me conhece hoje n\u00e3o acredita como fui na inf\u00e2ncia.<\/p>\n\n\n\n


\n\n\n\n

Leia tamb\u00e9m: Com qual destes temperamentos voc\u00ea e sua fam\u00edlia se identificam?<\/a><\/p>\n\n\n\n


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[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Crian\u00e7as introvertidas na pandemia: saiba como ajud\u00e1-las","post_excerpt":"As crian\u00e7as desenvolvem habilidades sociais, socializando. Neste per\u00edodo de isolamento social, por\u00e9m, elas tiveram poucas oportunidades para isso, chegando a regredir no que j\u00e1 conseguiam fazer","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"criancas-introvertidas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2025-11-26 16:58:02","post_modified_gmt":"2025-11-26 19:58:02","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=30132","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"image\/jpeg","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":27970,"post_author":"24","post_date":"2021-03-01 11:40:52","post_date_gmt":"2021-03-01 14:40:52","post_content":"\n

\"Meu filho n\u00e3o sai do celular\". Acho que essa \u00e9 uma das frases que mais escuto no consult\u00f3rio nos \u00faltimos meses. Algo que j\u00e1 era desafiador para muitos pais, com a pandemia se transformou em uma verdadeira guerra dentro de casa.<\/p>\n\n\n\n

No in\u00edcio da pandemia, onde ainda acredit\u00e1vamos que ela duraria uns 3 meses, muitas fam\u00edlias flexibilizaram o uso de telas. Naquele momento, v\u00e1rias escolas anteciparam as f\u00e9rias, os pais estavam em casa trabalhando e tentando ajustar a vida que de repente virou de cabe\u00e7a para baixo. Neste cen\u00e1rio, liberar TV, celular, jogos eletr\u00f4nicos e tablets pareceu uma boa ideia e talvez uma formar de resolver v\u00e1rios problemas.<\/p>\n\n\n\n

Quase um ano se passou e o que parecia uma solu\u00e7\u00e3o passou a ser motivo de preocupa\u00e7\u00e3o de muitos pais.<\/p>\n\n\n\n

\u201cMeu filho n\u00e3o se diverte mais fazendo outras coisas.\u201d \u201cAntes gostava de ler, brincar de lego, desenhar, mas hoje est\u00e1 entediada e essas coisas n\u00e3o a divertem mais\u201d. \"Parece que o mundo dela acontece nas redes sociais\u201d. \u201cFica maratonando s\u00e9ries.\u201d \u201cTrocam o dia pela noite jogando online com os amigos\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Costumo dizer aos pais que do lado de fora das nossas casas estamos vivendo uma pandemia por um v\u00edrus, mas do lado de dentro estamos vivendo uma pandemia digital.<\/p>\n\n\n\n


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Leia tamb\u00e9m: Deixar crian\u00e7as em frente \u00e0s telas pode n\u00e3o ser t\u00e3o ruim, dizem especialistas<\/a><\/p>\n\n\n\n


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E existe uma explica\u00e7\u00e3o para o excesso de tempo que seu filho passa no celular ou em outros dispositivos eletr\u00f4nicos. Ensinar isso aos pais e aos filhos tem sido uma boa estrat\u00e9gia nas interven\u00e7\u00f5es do consult\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n

No nosso c\u00e9rebro acontecem in\u00fameras rea\u00e7\u00f5es qu\u00edmicas que influenciam no nosso humor, nosso \u00e2nimo e at\u00e9 na nossa capacidade de sentir prazer alegria e bem-estar. Para isso acontecer precisamos de um neurotransmissor que se chama dopamina.<\/p>\n\n\n\n

A dopamina direciona a nossa aten\u00e7\u00e3o para buscar atividades prazerosas. Imagine que cada vez que seu filho faz algo prazeroso como jogar bola, ler um livro, montar um quebra cabe\u00e7a, finalizar as tarefas escolares uma \u201cgotinha\u201d de dopamina \u00e9 liberada no c\u00e9rebro.<\/p>\n\n\n\n

Mas quando tem um exagero de est\u00edmulos prazerosos causados por exemplo pelo uso das redes sociais, jogos online, v\u00eddeos no youtube ou maratonar s\u00e9ries no Netflix o c\u00e9rebro dele \u00e9 inundado por quantidades enormes de dopamina. (isso acontece com os adultos tamb\u00e9m e por isso \u00e9 t\u00e3o dif\u00edcil se desconectar)<\/p>\n\n\n\n

Nesse momento, nosso sistema de recompensa precisa tomar uma atitude para se reequilibrar, ent\u00e3o ele diminui o n\u00famero de receptores de dopamina e diminui a capta\u00e7\u00e3o dela no nosso organismo. Explico para as crian\u00e7as que \u00e9 como se o nosso c\u00e9rebro fechasse as portinhas por onde a dopamina passa.<\/p>\n\n\n\n

Isso resolve o problema do alagamento, mas gera um outro problema: a toler\u00e2ncia biol\u00f3gica. O c\u00e9rebro diminui a sensibilidade dos neur\u00f4nios, quando ele fecha as portinhas, ent\u00e3o ele vai precisar de mais est\u00edmulos para produzir prazer.<\/p>\n\n\n\n

Assim, aquelas atividades que liberam apenas gotinhas de dopaminas v\u00e3o se tornar chatas para seu filho. Ou seja, ler um livro, jogar um jogo de tabuleiro ou andar de bicicleta, n\u00e3o produzem a quantidade de dopamina suficiente para ser absorvidas pelo n\u00famero reduzidos de portinha. Ent\u00e3o ouvir do seu filho que \u00e9 um t\u00e9dio, que n\u00e3o tem nada legal para fazer, que brincar disso \u00e9 chato, \u00e9 quimicamente verdadeiro.<\/p>\n\n\n\n

Sei que saber de tudo isso, n\u00e3o resolve o dilema com seus filhos sobre o uso de telas. Mas ter conhecimento e saber o que realmente est\u00e1 acontece dentro da cabecinha deles te ajudar\u00e1 a buscar novas estrat\u00e9gias para lidar com esse problema.<\/p>\n\n\n\n


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Leia tamb\u00e9m: Como fazer com que as crian\u00e7as usem as telas de modo mais saud\u00e1vel<\/a><\/p>\n\n\n\n


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Geralmente quando falo em autonomia com os pais, eles voltam seu olhar para atividades que as crian\u00e7as conseguem ou n\u00e3o realizar. As respostas que eu escuto, normalmente s\u00e3o assim:<\/p>\n\n\n\n