Era para ser uma festa de aniversário coletiva que pudesse celebrar o primeiro ano de vida de 16 bebês, que nasceram todos mais ou menos na mesma época, mas o encontro realizado em maio, em Brasília (DF), serviu também para um bate-papo inspirador sobre educação dos filhos. A ideia partiu de algumas das mães do grupo, que viram na comemoração a possibilidade de trazer uma especialista para conversar sobre a adaptação da família com a chegada de um filho e situações desafiadoras desse período, principalmente levando em conta que eram todos pais de primeira viagem.
“Desde que os bebês nasceram, fizemos cinco encontros presenciais e sempre trocávamos informações e tirávamos dúvidas umas com as outras, mas eram só mães, e como na festa estariam os pais também presentes, pensamos em chamar alguém que pudesse falar sobre temas como birras, rotina e sono”, contou uma das mães que organizou a festa, a fisioterapeuta Mirely Oliveira Calixto.
A psicóloga e educadora parental Fernanda Polsin, responsável pela palestra, disse que falou sobre o que esperar com relação aos marcos de desenvolvimento e abordou aspectos comportamentais dos bebês. “Os pais também me fizeram perguntas como se morder e bater é normal nessa fase, se a criança entende o que eles estão falando e mesmo sobre como eles poderiam construir vínculo com o filho para ajudar a mãe que tende a ficar sobrecarregada nessa idade”. Entre outros assuntos, Fernanda disse que trouxe também exemplos sobre formas respeitosas de educar os filhos diante de comportamentos inadequados.
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Habituada a participar de rodas de conversa no trabalho para discutir casos clínicos com equipes multidisciplinares, Mirely disse que as mães estavam há algum tempo procurando uma profissional para esclarecer dúvidas e promover a troca de experiências. “A partir de uma notícia de uma criança que sofreu abuso sexual aqui em Brasília, três mães comentaram que haviam passado por algo parecido na infância e começamos a falar sobre o tema e pensar em como não transferir esses traumas para os nossos filhos. Foi daí que surgiu a ideia de aproveitar a festa também como um momento para os pais”, relatou a fisioterapeuta.
Marcada para às 11h da manhã, a festa teve recreador, piscina de bolinha, atividades de musicalização e um espaço montado com tatames para que os bebês pudessem explorar a área e se movimentar. No fim do encontro, quando muitas crianças tiravam uma soneca, a educadora parental chegou para a conversa.
“Dá gosto falar com famílias que buscam fazer diferente para as crianças desde o começo da vida. No consultório, recebo famílias com crianças maiores que enfrentam muitos conflitos que talvez poderiam ter sido evitados se houvesse desde cedo um trabalho de conscientização parental”, avaliou Fernanda. “Foi bem gratificante, fiquei muito feliz com a conversa. Brinquei com os pais que no ano que vem vamos falar dos terrible two”, revelou ela.
Segundo Mirely, o bate-papo dos dois anos será muito bem-vindo. “Como as crianças são todas da mesma idade, as dúvidas e situações que vivenciamos são parecidas. Todo mundo gostou muito da conversa. Meu marido inclusive fez muitas perguntas, o encontro superou nossas expectativas”, concluiu a mãe.
