25% das escolas privadas reabriram em São Paulo para atividades extracurriculares

No total, 600 dos 2.500 colégios particulares homologaram os planos de retorno com as diretorias regionais de ensino

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25% das escolas privadas reabriram em São Paulo, para atividades extracurriculares; imagem mostra duas crianças pitando desenho sobre carteira escolar verde
Na rede municipal, apenas 0,5% das unidades reabriram – 15 entre mais 3.200 escolas diretas ou conveniadas
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Desde o dia 7 de outubro, quando o prefeito Bruno Covas autorizou a reabertura de escolas em São Paulo para atividades extracurriculares, cerca 25% das instituições particulares voltaram a ter aulas presencialmente. No total, 600 dos 2.500 colégios particulares homologaram os planos de retorno com as diretorias regionais de ensino. Na rede municipal, apenas 0,5% das unidades reabriram – 15 entre mais 3.200 escolas diretas ou conveniadas – informa reportagem da Folha de S. Paulo sobre o assunto.

Na rede estadual, 304 (20%) das mais de 1.500 na capital decidiram reabrir. Em todo o estado, 904 das mais de 5.500 unidades reabriram. A diferença na adesão das escolas públicas e privadas tende a agravar a desigualdade educacional entre alunos, segundo afirmam especialistas de educação. Eles também avaliam que isso pode ter ocorrido devido à prefeitura não ter transmitido segurança à comunidade escolar para o retorno. Além disso, o fato de alunos da rede pública poderem ir somente duas vezes por semana por no máximo duas horas diárias também pode ser ter motivado a baixa adesão. Nas privadas, a limitação se restringe a receber no máximo 20% dos alunos matriculados. Ambas as redes devem funcionar apenas para atividades extracurriculares, de acolhimento e reforço. Segundo a Folha de S. Paulo, a prefeitura não informou por que a limitação é diferente e se estuda alterar essa norma.

“A abertura de uma escola mobiliza muitas pessoas, não apenas na unidade, mas dentro da organização familiar. Pelo quanto mobiliza de esforço, compensa abrir e correr o risco de infecção por apenas duas horas de atividades? Qual o impacto pedagógico e emocional para as crianças com tão pouco tempo?”, questiona a pedagoga Mônica Gardelli, que atuou na Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação. Ela explica também que para as famílias, que estão trabalhando de casa ou presencialmente, pode ser difícil se organizar para levar as crianças à escola por apenas duas horas.

Outro fator que pode ter prejudicado a reabertura de escolas públicas diz respeito à disponibilidade de recursos para garantir a segurança e seguir as novas regras sanitárias.. Apesar de a secretaria dizer que concedeu recursos financeiros para reformas nas escolas e que vai enviar equipamentos de proteção individual e produtos de limpeza, conselhos escolares alegam que as medidas são insuficientes Já os colégios particulares adquiriram novos equipamentos e muitos ainda contrataram hospitais e consultorias médicas para elaborar protocolos de higiene.

“Esse relativo fracasso da ideia da reabertura das escolas públicas é consequência da dificuldade de segurança sanitária. A população não confia que a estrutura das escolas é segura”, diz Salomão Ximenes, professor de políticas públicas da UFABC (Universidade Federal do ABC).

Em nota, a prefeitura disse à Folha que o “retorno foi decidido democraticamente por pais, estudantes, professores e gestores” e que a retomada deve ser gradual, conforme orientação da área da saúde. “Do dia 7 para 19 de outubro, houve aumento na participação de 1 para 15 escolas, aumento de 1.500%”, destaca a nota do governo municipal.

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