Até que ponto é normal adolescentes passarem horas trancados no quarto, imersos em redes sociais ou jogos? Como saber se chegou a hora de intervir? Para a especialista em parentalidade do Reino Unido, Anita Cleare, pais e responsáveis devem se manter próximos e ajudar o adolescente a lidar com seus desafios, independentemente dos motivos pelos quais ele busca o isolamento. “Sabemos que a presença de um adulto atencioso e empático desempenha um papel decisivo para que adolescentes se tornem jovens adultos felizes e bem-sucedidos”, afirma Cleare em Enfurnados, obra lançada neste mês de março em português pela Latitude, que oferece estratégias para auxiliar pais a se conectarem com os filhos nesse cenário.
Baseada em pesquisas sobre desenvolvimento infantil, a especialista, que também é palestrante, coach e cofundadora do Positive Parenting Project, divide os capítulos em lições práticas sobre temas que vão desde o que acontece no cérebro dos jovens até como se tornar a pessoa confiável com quem eles querem conversar. Em linguagem acessível, a autora ensina a persuadir a nova geração a passar mais tempo em família; determinar regras sem brigar; identificar sinais de alerta para problemas de ansiedade social, baixa autoestima e vício em tecnologia; táticas de comunicação eficaz; entre outros tópicos.
Uma das sugestões que ela dá no livro é aproveitar toda oportunidade de diálogo que o filho oferecer. Frases neutras também geram proximidade e inspiram o adolescente a falar com naturalidade em momentos difíceis. Por exemplo: “Estou aqui, caso precise de apoio para que tentemos resolver isso juntos”.
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O uso excessivo de celulares e videogames é outro assunto de destaque na obra. A escritora sugere aos responsáveis estabelecer rituais familiares para criar espaços livres de tecnologia, a fim de ajudar os filhos a se desconectarem gradualmente sem a necessidade de impor proibições rígidas. Isso pode incluir a redução do tempo de tela antes de dormir, além de fazer refeições em conjunto e introduzir esportes na rotina.
Segundo Cleare, a chave para construir bons relacionamentos com a juventude é respeitar o espaço do filho, ter empatia e paciência, enquanto se mantém presente, guiando-o a desenvolver a independência necessária para a fase adulta.