Vacina contra a febre amarela: tire TODAS as suas dúvidas!

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Da Redação

Morreu nesta manhã de quinta-feira (18), em Belo Horizonte, o músico, vocalista da banda Cobra Coral, compositor, produtor cultural e presidente da Empresa Mineira de Comunicação (Rede Minas e Rádio Inconfidência), Flávio Henrique Alves de Oliveira, aos 49 anos, mais uma vítima da febre amarela.

Flávio Henrique tinha mais de 180 músicas gravadas, repertório construído na companhia de nomes como Paulo César Pinheiro, Chico Amaral, Milton Nascimento e Toninho Horta. Em sua carreira, lançou um DVD e oito CDs autorais. Ele era integrante do quarteto Cobra Coral, em que ficava entre o microfone, as cordas do violão, o piano e o teclado.

Já são 22 casos confirmados de febre amarela silvestre em Minas Gerais, apenas desde dezembro de 2017, e 15 desses casos levaram os pacientes à morte. Isso segundo o mais recente balanço da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado na quarta-feira (17), mas outros 46 casos seguem em investigação. A pasta afirma que o músico não tinha sido vacinado e que contraiu a deonça em outro município da região metropolitana de Belo Horizonte, cujo nome não foi divulgado.

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Filas para vacinar no Rio ontem | Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

A doença preocupa, principalmente, os moradores de Minas, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Bahia e São Paulo, especialmente aqueles que estiveram recentemente na zona rural. Segundo o Ministério da Saúde, de julho de 2017 até o último domingo (14), foram confirmados 35 casos de febre amarela no país, dos quais 20 resultaram na morte do paciente. Ao todo, foram notificados 470 casos suspeitos, dos quais 145 permanecem em investigação e 290 foram descartados.

O Estado de São Paulo vai receber do Ministério da Saúde 1 milhão de doses extras da vacina contra a febre amarela. A intenção é garantir o abastecimento das unidades de saúde até o início de fevereiro, quanto terá início a campanha de vacinação em 53 municípios paulistas.

No Rio de Janeiro, os postos de saúde estão abarrotados, com filas de dobrar os quarteirões. Nesta quinta-feira, a Vigilância Sanitária estadual do Rio de Janeiro confirmou mais um caso de febre amarela no Estado. O paciente é da cidade de Teresópolis, na região serrana, que já tinha registrado uma morte em decorrência da doença.

Ao todo, cinco casos e três mortes em decorrência da febre amarela foram confirmados. Os outros três casos, incluindo duas mortes, foram registrados no município de Valença, no centro-sul fluminense. O Rio de Janeiro realizará o Dia D de vacinação contra a febre amarela, no próximo dia 27, a partir das 9h, todos os 92 municípios vão participar da campanha com o objetivo de chamar a atenção da população para a importância de se imunizar contra a doença. A informação foi divulgada pela secretaria de Estado de Saúde (SES).

Em Belo Horizonte, especialmente após a confirmação de que Flávio Henrique estava com febre amarela, aumentou a preocupação – e também as dúvidas – sobre a vacina de febre amarela. Em grupos de mães, muitos estão querendo vacinar de novo os filhos, duvidando da recente orientação de que uma dose única basta para garantir a imunização da pessoa por toda a vida.

 

Pensando nisso, a Canguru compilou um “tira-dúvidas”, a partir de informações oficiais dos órgãos de saúde do país, respaldadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sobre a vacina de febre amarela.

Que todos possam se prevenir, mas de forma consciente!

Confira e compartilhe informação correta:

 

Tomei vacina há 10 anos ou mais. Preciso me vacinar de novo?

Se você tomou a dose única em qualquer outro momento da sua vida, pode ficar tranquilo. Não precisa voltar ao posto de saúde. Pode confiar: a dose única basta. Essa é uma recomendação da OMS, comprovada por estudos.

Tomei a vacina antes de a OMS dizer que precisava de uma dose. Preciso tomar de novo?

Mais uma vez, repete comigo: tomou a dose única? Tá protegido. O entendimento sobre a vacina mudou, mas o medicamento em si é o mesmo de antes. Mas, se não estiver protegido, você pode buscar o posto de saúde mais próximo no seu município, ou mesmo uma clínica particular.

Vou viajar para locais de risco. Preciso de me vacinar?

Se você já tomou a dose única, não. Porém, se ainda não tiver sido imunizado, não deixe para a última hora. Para garantir, tome a vacina pelo menos 10 dias antes de viajar.

Estou grávida. Posso tomar a vacina?

Não. A vacina é contraindicada para gestantes, exceto em momentos de surto da doença. Se você está tentando engravidar e não tem certeza absoluta de que não está grávida, não tome a vacina. [OBS.: Em Belo Horizonte, a prefeitura decidiu estender a vacinação para gestantes. CLIQUE AQUI para ler entrevista com o infectologista da Secretaria Municipal de Saúde falando sobre os riscos]

Meu bebê recém-nascido pode tomar a vacina?

Não. A vacina é indicada apenas a partir dos seis meses em áreas de risco (onde morreram macacos com suspeita da febre e onde há casos suspeitos). Com exceção desses casos, o calendário de vacinações indica a partir de nove meses de idade.

Crianças em tratamento contra o câncer podem tomar a vacina?

Não: a vacina para febre amarela é contraindicada para crianças em tratamento oncológico. “Crianças menores de seis meses não podem ser vacinadas, assim como crianças que estão em tratamento contra o câncer e pacientes transplantados, já que se tornam imunodeprimidos por conta dos medicamentos usados no tratamento”, diz a oncologista pediátrica e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), Alayde Vieira. A alternativa é protegê-las com repelentes.

Quem mais não podem se vacinar?

Gestantes, bebês com menos de 6 meses (e mulheres que amamentam crianças até essa idade), alérgicos a ovo e imunodeprimidos por doenças como câncer e Aids ou por tratamento, como no caso de radioterapia. Pessoas com doenças autoimunes devem ser avaliadas caso a caso. Em situações emergenciais, a vacinação deve ser analisada por um profissional de saúde.

E quem toma medicação controlada, pode se vacinar contra a febre amarela?

Sim. Não há nenhum problema de interação medicamentosa entre a vacina e outros medicamentos. Em caso de dúvida, consulte a equipe de saúde.

Pessoas com mais de 59 anos podem se vacinar?

Pessoas com 59 anos ou mais, que nunca foram vacinadas contra a febre amarela anteriormente, ou sem o comprovante de vacinação, deverão consultar a equipe de saúde para avaliação do benefício desta imunização, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nesta faixa-etária ou decorrente de comorbidades.

Não me lembro se já vacinei contra febre amarela. O que eu faço?

A vacina contra a Febre Amarela faz parte do calendário de vacinação do SUS, por isso se você tiver com a sua imunização em dia provavelmente você já se vacinou. Basta conferir o seu Cartão de Vacinação. Mas, caso ainda tenha dúvida ou tenha perdido seu cartão, procure a equipe de saúde na Unidade Básica de Saúde (UBS) para fazer a avaliação e a necessidade de se vacinar. A recomendação de Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horiznte é você se vacinar, caso não tenha certeza de que já foi vacinado antes.

Quais os efeitos colaterais da vacina?

Segundo informações da UFRJ, cerca de de 5% das pessoas pode desenvolver, 5 a 10 dias depois da vacinação, sintomas como febre, dor de cabeça e dor muscular, sendo infrequente a ocorrência de reações no local de aplicação. Reações de hipersensibilidade são muito raras e geralmente atribuídas às proteínas do ovo contidas na vacina. A ocorrência de encefalite é raríssima, tendo a maioria dos casos ocorrido em crianças vacinadas com menos de seis meses de idade.

E se eu já tiver me vacinado antes, terei efeitos colaterais pior por vacinar pela segunda (ou terceira, quarta) vez?

Segundo o infectoligista da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Argus Leão Araújo, a situação de maior risco é na primeira dose. Se você tomou a primeira, não se lembra e vai tomar uma dose posterior, essa segunda, terceira ou quarta dose tem muito menor risco que a primeira.

E esta dose fracionada, é eficaz?

A dose fracionada (0,1 ml) será dada nas campanhas de vacinação de SP, RJ e BA e vale por pelo menos 8 anos. O objetivo dessa vacinação com dose fracionada é bloquear o avanço do vírus.

Onde tomo a vacina?

Em qualquer posto de saúde, gratuitamente, ou em clínicas particulares. Nesse caso, o preço médio é de R$ 250, variando de acordo com o lugar. Já há relatos de falta de vacina na rede particular.

 

Tem alguma dúvida ainda não respondida? CLIQUE AQUI e acesse a cartilha divulgada pela Sociedade Brasileira de Pediatria!

 

Reportagem atualizada no dia 19.1.2018 às 12h18

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