Em balanço divulgado no último domingo (15), o Ministério da Saúde informou que há 200 casos confirmados de Covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus) no Brasil, além de 1913 casos suspeitos. O estado com maior número de casos confirmados é São Paulo, com 136 (ou seja, 68% de todos os casos do país). Em seguida vem o estado do Rio de Janeiro, com 24 infectados. Diante dos números da pandemia, medidas como suspensão de aulas e antecipação de férias começaram a aparecer.
O governo federal e os governos estaduais têm divulgado inúmeras medidas de prevenção na área da educação – incluindo o fechamento de escolas em alguns estados. Confira abaixo quais medidas estão sendo tomadas pelos governos em relação às escolas.
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Recomendações do Ministério da Saúde
Na última sexta-feira (13), o Ministério da Saúde divulgou uma série de orientações para conter a velocidade de transmissão do vírus. As recomendações foram feitas em reunião virtual com gestores estaduais e municipais de saúde e, entre elas, estava a antecipação de férias escolares. O ministério sugeriu o uso de ferramentas de ensino a distância. As escolas também foram orientadas a reforçar a divulgação de instruções de prevenção para os alunos e suas famílias.
Também foi recomendado o cancelamento ou adiamento de eventos com grande participação de pessoas. Segundo o órgão, todos devem continuar aplicando as instruções individuais de prevenção (higienização das mãos e tossir ou espirrar no antebraço ou em lenço descartável), além de evitar aglomerações. Quem apresentar sintomas deve buscar orientação detalhada com a unidade básica de saúde ou com um médico de confiança.
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Suspensão de aulas
Também na sexta-feira (13), o governo do estado de São Paulo, juntamente à prefeitura da capital, anunciou que as aulas seriam suspensas em escolas estaduais e municipais por conta do novo coronavírus. O governo recomendou que escolas particulares façam o mesmo. A suspensão das aulas no estado começa nesta segunda-feira (16), com estabelecimentos de ensino abertos para orientar alunos e famílias. As atividades devem estar totalmente suspensas até a outra segunda (23), sem previsão para retorno.
Em termos de propagação do vírus, os estados estão em momentos diferentes – por isso, as estratégias de combate também são variadas. No entanto, alguns outros locais do país também decidiram suspender aulas:
- O governo estadual do Rio de Janeiro decidiu antecipar férias em 15 dias para alunos de escolas estaduais e municipais, a partir desta segunda (16) – as instituições de ensino abrem apenas das 11h às 13h, para servir almoço.
- No Distrito Federal, aulas de escolas das redes pública e privada também estão suspensas por 15 dias.
- No Rio Grande do Sul, as aulas da rede estadual serão suspensas a partir de quinta-feira (19), com recomendação para a rede privada também parar. Na capital Porto Alegre, a rede municipal suspendeu aulas do ensino fundamental e manteve as do ensino infantil – mas aconselha pais a não levarem as crianças à escola.
- Em Salvador, na Bahia, as aulas da rede municipal e privada serão suspensas por 15 dias a partir de quarta-feira (18).
Todos esses locais têm casos confirmados de Covid-19. O governo de Rondônia, por sua vez, não confirmou nenhum caso da doença – mas, mesmo assim, anunciou a suspensão de aulas da rede estadual a partir de terça-feira (17), inicialmente por um período de 15 dias.
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Em nota, a Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar) informou que orientou suas associadas a dar início à interrupção gradual das atividades pedagógicas a partir desta segunda-feira (16) – caso seja possível, as famílias já não devem levar seus filhos à escola, mas cada instituição deverá decidir uma data específica para a paralisação total das atividades, tendo que preparar soluções de ensino a distância para os alunos.
MEC cria comitê para planejar estratégias na área da educação
O Ministério da Educação (MEC) está se articulando com estados e municípios para criar estratégias para enfrentar a pandemia do novo coronavírus na área da educação. O órgão criou o Comitê Operativo de Emergência do MEC, formado por entidades educacionais representativas das escolas e universidades brasileiras. A primeira reunião do grupo está programada para esta segunda-feira (16) – deverão ser tratados temas como a definição de um protocolo em relação a casos suspeitos nas escolas, além de como realizar a reposição em locais onde há a suspensão de aulas.
Uma possibilidade de estratégia discutida pelo MEC em locais onde há suspensão de aulas é a realização de atividades a distância – sobretudo em escolas particulares, já que alunos dessas instituições poderiam ter uma melhor infraestrutura para acompanhar as aulas virtualmente. O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) também prevê para esta segunda (16) uma reunião de sua diretoria com organizações e fundações dispostas a ajudar na discussão de possíveis estratégias para as redes de ensino.
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