Coronavírus: saiba quais são as recomendações para as crianças

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Foto: Jennifer Murray no Pexels
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Nesta quarta-feira (11), a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a pandemia de Covid-19, infecção respiratória causada pelo novo coronavírus. O termo pandemia é usado quando uma doença infecciosa está espalhada por vários continentes, atingindo boa parte da população mundial. A declaração, no entanto, não muda as orientações de manter o foco na contenção da circulação do vírus. Até agora, mais de 100 países registraram casos da doença. No Brasil, os números confirmados chegam a 68, com mais de 800 suspeitos sendo investigados, e a tendência é que esses números aumentem. Diante dos dados alarmantes, é possível que os pais se assustem. Afinal, quais são as recomendações para as crianças em relação ao novo vírus? Abaixo, reunimos as informações mais importantes que os pais precisam saber em relação ao novo coronavírus.

Crianças pequenas são mais suscetíveis ao vírus?

Não. Dos casos de Covid-19 em todo o planeta, poucas crianças foram diagnosticadas e, as que foram, são casos brandos. Até o momento, não houve morte de criança menor de 10 anos por Covid-19 registrada no mundo. De acordo com o relatório de fevereiro da OMS, os mais suscetíveis a quadros graves da infecção são idosos e portadores de alguma doença ou condição preexistente, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas e câncer. O relatório ainda mostra que apenas 2,4% dos casos confirmados da China ocorreram em pessoas mais novas – destes, só 0,2% ficaram em estado crítico.

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“Chama a atenção nas descrições de casos iniciais a quase ausência de casos sintomáticos em lactentes, crianças e adolescentes, mas não se sabe o porquê dessa relativa proteção na faixa etária pediátrica”, afirma Talita Rizzini, pediatra e colunista da Canguru News. A médica ainda cita um estudo realizado pelo Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CCDC), que aponta que a taxa de mortalidade da infecção fica em torno de 2,3% em geral – mas chega a 14,8% em pessoas com mais de 80 anos.

Em uma pesquisa publicada no começo do mês, cientistas monitoraram 391 adultos chineses diagnosticados com a Covid-19 e 1286 pessoas de todas as idades que tiveram contato com eles. O estudo concluiu que as crianças correm um risco semelhante de infecção à população em geral, mas têm menor probabilidade de apresentarem sintomas graves. O trabalho ressalta, no entanto, que elas podem espalhar o vírus, mesmo sem apresentar sintomas – daí a importância delas tomarem os cuidados necessários para não se infectarem.

Como proteger as crianças do novo coronavírus?

A transmissão do Covid-19 se dá por contato direto com gotículas respiratórias de uma pessoa infectada, que são expelidas pela respiração (em menor quantidade) e por espirros e tosses (em maior quantidade). Também pode haver contágio se a pessoa tocar em superfícies contaminadas e levar a mão até olhos, boca ou nariz. O vírus pode sobreviver por várias horas em superfícies, mas desinfetantes podem matá-lo.

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Por tudo isso, é importante manter ambientes arejados e limpos. Os pais precisam estar atentos ao comportamento dos pequenos e conscientizá-los em relação às orientações para evitar o contágio. Rizzini elenca os cuidados indicados pelo Ministério da Saúde

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool;
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes;
  • Ficar em casa quando estiver doente;
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo;
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

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Essas práticas também devem ser seguidas na escola e em casa, com professores e toda a família se mobilizando juntos para evitar a infecção pelo vírus. Assim, as crianças muito pequenas terão mais facilidade em se lembrarem dos cuidados. Vale reforçar que os pais devem sempre manter as vacinas dos filhos em dia, para protegê-los de outros vírus e bactérias e para evitar que elas apresentem sintomas gripais que sejam confundidos com os da Covid-19. Também é recomendado evitar viajar para locais onde o vírus esteja se espalhando. 

E se meu filho apresentar os sintomas? 

Os sintomas da infecção respiratória Covid-19 costumam ser muito semelhantes aos da gripe, podendo incluir tosse e febre, além de diarreia. Nos quadros mais graves, também pode haver cansaço, dificuldade respiratória aguda, pneumonia e até mesmo insuficiência renal. Caso a criança apresente os sintomas é preciso procurar por atendimento médico o quanto antes. Também é recomendado evitar locais públicos, como transporte e escola, para evitar a disseminação do vírus. Além disso, é imprescindível continuar seguindo as práticas de higiene respiratória e das mãos.

As crianças devem continuar indo à escola? 

Por enquanto, não há recomendações para a criança ficar em casa se ela não estiver com nenhum sintoma. Já se ela apresentar algum dos sinais relacionados à infecção, não deve ir à escola e os pais têm de procurar atendimento médico para o filho o quanto antes. 

Como tratar o assunto em casa?

A conversa com os filhos sobre os cuidados para evitar o novo coronavírus deve servir para conscientizar e, não, assustar. É importante valorizar a higiene como prevenção, informando a criança que assim ela pode se proteger. Para passar as informações corretas aos filhos, os pais devem se manter informados por fontes confiáveis, de credibilidade. Você pode perguntar o que a criança já sabe a respeito e sobre o que ela ainda tem dúvidas e explicar de maneira simples. Também é recomendado dar atenção aos medos dos pequenos, acolhendo-os, mas deixando claro que o vírus não é nenhum monstro, evitando que eles fiquem ansiosos. 

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Heloisa Scognamiglio
Jornalista formada pela Unesp. Foi trainee do jornal O Estado de S. Paulo e colaboradora em jornalismo da TV Unesp. Na faculdade, atuou como repórter e editora de internacional no site Webjornal Unesp e como repórter do Jornal Comunitário Voz do Nicéia. Também fez parte da Jornal Jr., empresa júnior de comunicação, e teve experiências como redatora e como assessora de comunicação e imprensa.

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