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‘Se a gente olha só para o filho, às vezes, perde o casamento’, diz Isa Minatel
Quando os pais têm maneiras diferentes de educar os filhos e nenhuma delas está funcionando, é comum que surjam desentendimentos entre o casal. Muitas vezes, em meio a esse cenário de conflitos, os pais nem se dão conta que o foco não está na criança e sim neles.
“Se um casal está em desacordo, aquela questão pedagógica pode se transformar numa questão conjugal. E, às vezes, a gente não percebe e quando percebe já se distanciou tanto que não tem mais volta. Se a gente olha só para o filho, às vezes, perde o casamento”, diz a psicopedagoga e pedagoga Isa Minatel, autora dos livros “Crianças Sem Limites” e “Temperamentos Sem Limites”.
Durante aula masterclass do Clube Canguru realizada para educadoras parentais, no sábado (1), em São Paulo, Isa falou da importância de chegar a um acordo sobre a visão educacional para os filhos. “Eu brinco que vamos “desadmirando”, depois perdendo o tesão até chegar a um ponto de desamor. É perigoso quando cada um tem a sua visão do que acredita ser o correto para educar os filhos e não existe um entendimento comum.”
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E dentre os vários comportamentos possíveis, a mãe pode ser mais permissiva, por exemplo, e o pai usar a violência como recurso educacional. Se para o casal isso gera um conflito, para a criança pode comprometer questões relacionadas ao emocional e à construção de autoestima, identidade e autorregulação, por exemplo.
Demandas específicas, como a birra ou a briga entre irmãos, ou alguma outra coisa que está sendo uma dor para a família, podem ser o motivo da desavença.
Segundo Isa, no caso da birra, quase sempre ela tem a ver com a nossa forma de se comportar e conduzir as crianças frente a necessidades não atendidas, como sono, fome e mudanças bruscas no ambiente, como a chegada de um irmão, ou ainda frente a situações de frustração.
Seja qual for o contexto, o diálogo entre o casal se faz necessário. “Eu acho que um caminho é a gente, com humildade, entender que não está se entendendo, assumir isso. E então buscar um livro, um curso ou algum material que sirva de base para que, a partir da conversa, a família encontre o seu próprio jeito de educar os filhos. Se o livro foi demais, volta um pouco. O importante é usar formas de funcionar sem agredir o outro, e que o outro consiga funcionar dentro da visão dele sem me agredir. Se ele é mais extrovertido e traz coisas legais, e ela é mais introvertida, pode gerar um equilíbrio maravilhoso.”
Segundo Isa, estudar sobre como lidar com as crianças é uma forma de fazer com que “a conexão do casal não se perca, e a admiração e o amor resistam”.
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Verônica Fraidenraich
Editora da Canguru News, cobre educação há mais de dez anos e tem interesse especial pelas áreas de educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. Tem um filho, Martim, sua paixão e fonte diária de inspiração e aprendizados.
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