Escolas privadas fazem protesto pedindo reabertura de instituições de ensino infantil

Representantes de escolas privadas protestaram nesta segunda-feira (10) durante audiência pública sobre o assunto na Câmara Municipal de São Paulo

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Escolas privadas pedem reabertura das instituições de ensino infantil; imagem mostra profissional com macacão branco e capacete no rosto higienizando parede de escola
Segundo manifestantes, famílias estão sem rede de apoio
Buscador de educadores parentais
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Representantes de escolas privadas fizeram um protesto nesta segunda-feira (14/9) pedindo a reabertura das instituições de ensino infantil. A manifestação ocorreu durante audiência pública realizada pela Comissão de Administração Pública da Câmara Municipal de São Paulo.

As escolas estão fechadas desde março, há cerca de 200 dias, devido à pandemia do novo coronavírus que impôs medidas de distanciamento social. Segundo o setor, por volta de 50% dos estabelecimentos de ensino particular encerraram atividades e 200 mil profissionais de educação perderam emprego no período. Além disso, de acordo com os representantes, chega a seis mil o número de alunos que migrou da rede privada para a rede pública

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Foram várias manifestações pela reabertura das instituições de ensino infantil durante a Audiência Pública, todas solicitando autorização para o retorno das aulas presenciais de forma gradativa, com atendimento de 35% dos alunos e com caráter opcional para os pais.

Vivian Zolar, profissional área da saúde e consultora de 40 escolas particulares era uma das manifestantes presentes. Ela disse que as famílias estão sem rede de apoio e que as escolas públicas não terão condições de atender o número de alunos que saíram da rede privada, porque vai além de sua capacidade. Vivian também afirmou que as escolas criaram um protocolo baseado na experiência de outros países, e que se adotados todos os cuidados sanitários é possível ter um retorno seguro das aulas.

Joselaine Santos, diretora de unidade escolar, salientou que todas as outras atividades já estão retornando, exceto as escolas. “Dizer não a volta às aulas é assinar a falência de mais de 50% das escolas de educação infantil e assinar a carteira de demissão de muitos trabalhadores”, declarou.

Carlos Lavieri, profissional de educação, questionou por que é possível levar o filho ao shopping e pagar para ele ficar o dia todo no “play”, mas não poder levá-lo para a escola. Já Heloisa Amaral Bergamo demonstrou preocupação com a dispersão dos alunos nas aulas remotas e com a falta de paciência e preparo dos pais no acompanhamento.

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Pediatra ressalta necessidade de formação para cuidadores

Maria Zilda, pediatra e infectologista também apontou a falta de formação dos cuidadores que estão com as crianças neste período, e falou sobre a necessidade de espaço de convivência e socialização para o desenvolvimento. Ela admitiu que deve haver um aumento no número de casos de coronavírus com a reabertura das escolas, da mesma forma como na abertura do comércio, dos bares e outros setores. Mas garantiu que não é na escola que está o principal eixo de transmissão da doença.

A médica Camila Moreira ressaltou que atua na linha de frente do combate à Covid-19, e que há mais de um mês os indicadores de contágio estão caindo, mesmo com abertura de bares e comércio. Ela garantiu que, com o correto protocolo de higiene, a reabertura das instituições de ensino infantil é segura. Também médica, Ana Camila de Castro defendeu o retorno gradual para quem precisar levar os filhos ou optar por isso.

Pediatra e infectologista, Luciana Becker tratou dos números de coronavírus relacionadas às crianças, pontuando que são indicadores muito baixos, tanto sobre a infecção quanto à disseminação, lembrando ainda que a rede hospitalar, hoje, tem baixa ocupação, e oferece retaguarda para a população.

Emocionada, Jaqueline Pereira dos Santos, discursou sobre os três filhos, de 11, 6 e 3 anos respectivamente. Relatou o drama cotidiano deste período em que os filhos demonstram tristeza, ansiedade e desânimo com a rotina em casa. “Eu não estou pedindo que as escolas escancarem as portas. Estou pedindo para aqueles que têm necessidade, assim como eu. Não tenho onde deixar meus filhos para poder trabalhar”, apelou.

A audiência foi solicitada e conduzida pelo presidente da Comissão, vereador Zé Turin (REPUBLICANOS) e contou com participação dos vereadores Janaína Lima (NOVO), Gilson Barreto (PSDB), Rinaldi Digilio (PSL), Daniel Annenberg (PSDB) e Edir Sales (PSD). Ivan Cáceres, assessor parlamentar e institucional da Secretaria da Saúde, acompanhou parte da reunião.

Com informações da Câmara Municipal de São Paulo.

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