Mikaela Övén: 7 atitudes para (des)aprender ao praticar a parentalidade consciente

Educadora parental lista hábitos que os pais precisam rever para melhorar a relação com os filhos

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Mãe negra encosta mão no ombro de filha, ambas sentadas no sofá
Tudo bem se os filhos se chateiam quando lhe dizemos "não"
Buscador de educadores parentais
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“Parentalidade consciente não tem nada a ver com fazer tudo bem. Tem a ver com tomar consciência daquilo que não está alinhado com as nossas intenções e a seguir procurando voltar para o nosso caminho”, disse a educadora parental Mikaela Övén em postagem em suas redes sociais. Sueca radicada em Portugal há mais de 20 anos, Mia (como prefere ser chamada) publicou uma lista de sete coisas que teve de desaprender quando quis praticar a parentalidade consciente. Segundo a especialista, por mais que haja a intenção de promover mudanças na forma como nos relacionamos com os nossos filhos, nem sempre isso acontece – há momentos em que conseguimos e em outros, não.

Em seus cursos e palestras, Mikaela costuma afirmar que o comportamento não deve ser visto como um problema, mas sim como uma solução que a criança encontra para satisfazer suas necessidades. Ela dá como exemplo o bebê que, quando chora, logo os pais buscam entender o que está acontecendo. Pode ser fome, sono ou cólica, por exemplo. Mas, com o tempo, esse papel de investigador dos pais se perde. Para a educadora parental, é essencial procurar entender o que os filhos querem comunicar e abrir espaço para a empatia, a compaixão, o carinho e a gentileza, fazendo assim com que cresçam com autoestima saudável e uma vontade grande de contribuir para o bem do mundo. A seguir, veja a lista da especialista sobre como praticar a parentalidade consciente.

Mikaela Oven durante congresso de educação parental
Mikaela durante terceira edição de congresso de educação parental

Punição não é necessário para a aprendizagem. Nunca. Pelo contrário! 

💡Eu posso ensinar sobre um comportamento saudável para todos sem punir comportamentos “maus”. 

Não preciso fazer os meus filhos sentirem-se bem quando estão tristes, frustrados, zangados. Não preciso salvá-los de emoções fortes e dolorosas. Pelo contrário! 

💡O meu papel é oferecer espaço para a criança sentir o que está a sentir, sem julgamentos.

Mostrar amor, empatia e compaixão quando os meus filhos se “portam mal” NÃO reforça o comportamento. Pelo contrário!

💡Motivação é mais complexo que isso e uma resposta gentil aos comportamentos desafiadores promove um sistema nervoso regulado. Um sistema nervoso regulado e uma criança com as suas necessidades satisfeitas não precisa se “portar mal”.

Não preciso corrigir ou repreender ou ensinar o meu filho em cada momento de desafio. O comportamento não é um problema. Pelo contrário!

💡Um comportamento procura satisfazer necessidades, ou seja, é uma solução (inconsciente) e tentar tornar cada momento numa aprendizagem sobre o comportamento não vale a pena.

Só porque o meu filho protesta com os meus “nãos” e os meus limites não quer dizer que estou fazendo algo mal. Pelo contrário!

💡Se o meu filho ficar chateado ou triste com os meus “nãos” e limites está tudo bem (desde que os nãos e os limites façam mesmo sentido). É normal. E é bom sinal ele sentir que pode exprimir o seu desagrado.

Quando os meus filhos fazem algo inapropriado, eu não preciso lembrá-los disso constantemente. Pelo contrário!

💡Eles já sabem. Em momentos de comportamento inapropriado o meu papel é de guia e mentor, não de juiz.

Não posso confiar apenas no meu instinto. Pelo contrário! 

💡O meu instinto às vezes pode ser violento. Preciso trazer consciência ao meu instinto para poder avaliar se ele faz mesmo sentido.

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